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Redução de perdas, metodologia para diagnóstico e ações de combate às perdas com a integração de sistemas de informações e banco de dados em ferramentas georreferenciadas

Resumo

Utilização dos Sistemas de Informações Geográficas ArcGis da ESRI e SIGNOS da Sabesp, no diagnóstico através de cruzamento de informações de cadastro técnico das redes, cadastro comercial e serviços realizados e pendentes na elaboração de mapas temáticos e modelos matemáticos no EPANET. Aplicação de ferramentas de gestão de projetos na elaboração de diagnóstico, escopo e cronograma das ações de combate as perdas. Acompanhamento dos resultados e padronização das ações bem-sucedidas e aprendizados no diagnóstico e desenvolvimento do próximo ciclo. Demonstração da aplicação da técnica em setores piloto da Baixada Santista, ressaltando as particularidades, dificuldades e resultados alcançados no setor.

Introdução

O Brasil é um país que possui recurso hídrico suficiente para atender a população, mas devido sua ocupação desequilibrada e mais densa em áreas urbanas, este recurso não comporta a demanda de algumas regiões. Somado a isso, as perdas reais e aparentes são altas em muitos municípios. A água entregue pelas estações de tratamento de água algumas vezes não consegue alcançar o seu destino final e, pior ainda, pode acarretar em desabastecimento, doenças e danos materiais. Ou seja, apesar da batalha contra o desabastecimento ainda ser uma realidade, a Sabesp enxergou a necessidade de trabalhar contra às perdas de água e as ações se iniciaram há poucas décadas. Apesar desta séria situação, as contramedidas adotadas através de trabalho diário de manutenção, pesquisa de vazamentos não-visíveis e reparo das tubulações são realizadas arduamente. Há uma demanda urgente e crescente por desenvolvimento da capacitação técnica relacionada à gestão de perdas, principalmente considerando o cenário atual: falta de mão de obra.

Neste sentido, a Sabesp vem buscando se reestruturar buscando novo modelo de gestão, novos conceitos e metodologias e capacitação através de treinamentos técnicos como por exemplo o ArcGis e o SIGNOS. Já o EPANET, um programa disponível gratuitamente na internet começou a ser utilizado na companhia há mais de 15 ano. Na unidade do Setor de Perdas, os envolvidos aprendem entre si e se desenvolvem juntos, num processo de aprendizado mútuo.

Para a implantação dessa forma de atuação, foi dado foco nos piores setores que trariam mais resultados. Foram estabelecidos alguns critérios para a seleção desses setores pois não haveria possibilidade de dar a mesma atenção a todos os 92 setores da RS.

Foram elegidos 20 setores, através de um ranking dentre os piores IPDT (índice de perdas na distribuição em l/ramal.dia) e Vpert (volume de água perdida em m³) mas que possuíam algumas premissas de infraestrutura mínima para acompanhamento dos resultados: telemetria de vazão e pressão, estanqueidade, aderência comercial e controle de pressão na entrada. Os setores priorizados representam 51% do volume de água perdido na Baixada Santista.

A Baixada Santista é caracterizada por ser uma região plana com alguns morros, lençol freático aflorante, população flutuante de grande impacto durante a temporada de verão e carnaval e período de estiagem de inverno também. Outra característica que influencia muito nos índices de perda de água são as favelas com seus vazamentos, fraudes e insegurança para realizar uma manutenção mínima nas poucas ligações regulares que existem nas áreas irregulares. Guarujá possui quantidade significante de residenciais verticais de temporada, São Vicente está em crescente expansão populacional em áreas irregulares e Cubatão possui as maiores pressões disponíveis pelo sistema de abastecimento de água. O lençol freático baixo aumenta a frequência de manutenção nos equipamentos de medição e encarecem os reparos de vazamento.

São Vicente e Cubatão possuem como fontes de abastecimento os rios Cubatão e Pilões com suas respectivas ETAs (estação de tratamento de água), já Guarujá é abastecido pelo rio Jurubatuba com uma ETA e também através de uma adutora que atravessa o canal Santos-Guarujá. Os municípios em questão possuem 68 mil ligações de água no Guarujá, 85 mil em São Vicente e 30 mil em Cubatão. As pressões variam em média abaixo de 15 mca no Guarujá, 10 a 35 mca em São Vicente e em torno de 30 mca em Cubatão.

Apesar de toda esta estrutura, esses municípios estão em processo de contrato de concessão com a Sabesp. Além disso, existem alguns problemas como por exemplo: bombas ligadas diretamente aos cavaletes de água são comuns no Guarujá, existe uma demanda reprimida por remanejamento de rede de água devido à quantidade enorme de tubulações de ferro fundido antigas, a tecnologia dos hidrômetros vem melhorando com o passar dos anos, mas ainda não é satisfatória às necessidades da Sabesp principalmente em relação ao perfil de consumo diferenciado aqui na Baixada Santista.

Neste processo são desenvolvidos conhecimentos e habilidades além da união de gerências diferentes em prol de um objetivo comum para a empresa beneficiando toda uma comunidade.

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