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G7 chega a acordo para abandonar carvão até 2035, mas com ressalvas

Países, a pedido de Alemanha e Japão, incluem possibilidade de uso mais longo desde que metas estejam alinhadas ao Acordo de Paris

Os ministros de energia do G7 (grupo liderado pelos EUA e que reúne as principais economias do Ocidente) concordaram no dia 30 de Abril, em acabar com o uso do carvão na geração de energia “durante a primeira metade da década de 2030”, de acordo com comunicado oficial.

No entanto, em uma ressalva, a declaração incluiu um objetivo alternativo de eliminação progressiva das usinas de energia a carvão em um intervalo mais longo, “em um cronograma consistente com a manutenção de um limite de aumento de temperatura de 1,5°C, de acordo com os caminhos de emissão líquida zero dos países”.

A meta de que o planeta não aqueça mais que 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais é o objetivo principal do Acordo de Paris, assinado em 2015. Esse limite, afirmam os cientistas, é necessário para prevenir as consequências mais graves das mudanças climáticas.

A ressalva ao fim do carvão foi incluída na redação final do comunicado dos ministros de energia do G7 a pedido de Alemanha e Japão, cujas usinas a carvão produzem mais de um quarto de sua eletricidade, disseram à Reuters fontes da diplomacia. O trecho foi requisitado pelas nações como uma margem de manobra.

Acordo do G7 e Desafios Ambientais

A Alemanha tem em sua legislação uma meta final de fechar as usinas de carvão até, no máximo, 2038, enquanto o Japão não definiu uma data para isso.

O acordo sobre o carvão marca um passo significativo na direção apontada no ano passado na COP28 (conferência do clima da ONU realizada em Dubai) para eliminar os combustíveis fósseis —entre os quais o carvão é o mais poluente.

“É a primeira vez que um caminho e um objetivo foram estabelecidos para o carvão”, disse o ministro Gilberto Pichetto Fratin, que presidiu a reunião de dois dias em uma antiga residência real perto de Turim, na Itália

G7 reconhece importância de cortar receitas de energia russa para apoiar Ucrânia na guerra, comprometendo-se a reduzir importações de gás russo.

O G7 não chegou a um acordo, porém, sobre possíveis sanções ao gás natural liquefeito (GNL) russo.

“Discutimos como avançar em direção ao objetivo de atingir zero importações de gás russo, revisando também questões relacionadas ao GNL”, disse Pichetto.

Em meio ao impacto causado na segurança energética da Europa pela invasão russa à Ucrânia, o acordo oferece flexibilidade em caso de um novo conflito inesperado, afirmou ainda o ministro de energia da Itália à imprensa após o encerramento do evento nesta terça-feira.

A secretária de Estado do Ministério da Economia da Alemanha, Anja Hajduk, também considerou o acordo uma conquista importante.

“O fato de termos conseguido chegar a um acordo com nossos parceiros do G7 sobre um horizonte temporal para a eliminação do carvão é um sucesso histórico para a proteção do clima”, afirmou Hadjduk

Ecologistas criticam permissão de continuar geração de eletricidade a carvão, com condição de adotar sistemas de captura de CO2.

Para Andreas Sieber, da ONG 350.org, o documento é “um avanço importante, mas insuficiente”. Já para o Institute for Climate Analysis “2035 é tarde demais”. Entidade destaca a ausência de menção ao gás, principal causa do aumento global das emissões de carbono na última década.

Bergamaschi do Ecco vê o G7 dar passo decisivo ao transformar acordo da COP28 em legislação nacional; WRI elogia como esperança global.

METAS DE ENERGIA

G7 promete contribuir para meta de 1.500 GW de armazenamento elétrico até 2030, seis vezes mais que em 2022, segundo comunicado de 35 páginas.

Além disso, Ministros afirmam necessidade de investir US$ 600 bilhões/ano em redes elétricas até 2030, impulsionando o avanço das energias renováveis.

O G7 reafirma reduzir dependência nuclear russa, promove reatores modulares pequenos e cooperação para plantas-piloto de fusão nuclear em energia.

Portanto, Itália que proibiu o uso de energia nuclear após um referendo em 2011, pressionou por uma linguagem mais forte sobre o tema nuclear no documento.

Fonte: Folha de S. Paulo


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