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Racionamento de água em Brasília/DF afeta indicadores

A seca que atingiu o Distrito Federal no ano passado reduziu a mais da metade a disponibilidade de água em Brasília entre 2016 e 2017.

 

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Brasília, DF, Brasil: Barragem do Descoberto, que operava com o volume útil de 23,7% nesta quarta-feira (13). (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).

Os dados constam da pesquisa Caraterísticas Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2017, divulgada hoje (26), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Elaborado a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o estudo indica que, de uma maneira geral, não ocorreu grandes mudanças do ponto de vista estrutural entre 2016 e 2017, persistindo as desigualdades regionais e com avanços lentos dos serviços gerais de saneamento básico, energia elétrica e de bens e serviços no domicílios.

“A gente observou que não houve grandes mudanças. Houve uma redução grande no abastecimento de água no Centro-Oeste, uma vez que, com o racionamento, a disponibilidade de água caiu bastante em Brasília. O que fez com que o indicador da região reduzisse bastante. Mas isso não impactou os estados, ficando restrito ao Centro-Oeste”. Disse em entrevista à Agência Brasil a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.

Abastecimento

Dos 69,8 milhões de domicílios no Brasil estimados em 2017, 97,2% (67,8 milhões) tinham água canalizada. Em 85,7% deles, a principal fonte de abastecimento era a rede geral de distribuição, e 86,7% dispunham da rede geral diariamente; 6% com frequência de 4 a 6 vezes na semana; e 5,4%, de uma a três vezes na semana.

O aumento de lares com distribuição de água da rede geral de quatro a seis vezes na semana chegou a 607 mil domicílios, uma alta de 20,4% de 2016 para 2017; enquanto nos domicílios com distribuição de água da rede geral de 1 a 3 vezes na semana caiu 6,2%. O equivalente a 217 mil endereços.

Em 6,6% dos domicílios, a principal fonte de abastecimento era poço profundo ou artesiano; em 3,3%, poço raso, freático ou cacimba; e fonte ou nascente era a principal procedência em 2,1% dos casos. Entre as grandes regiões, o percentual de domicílios com água canalizada variou de 92,2% no Nordeste a 99,8%, no Sul.

Energia elétrica

A pesquisa constatou também que, dos 69,8 milhões de domicílios existentes no país em 2017, 99,8% tinham energia elétrica fornecida pela rede geral ou por fonte alternativa. Em 99,5%, o equivalente a 69,4 milhões de endereços, havia energia elétrica proveniente da rede geral e a disponibilidade era em tempo integral em 99,2% dos casos (68,8 milhões de domicílios).

Na Região Norte, 98,9% dos domicílios dispunham de energia elétrica vinda da rede geral ou de fonte alternativa, enquanto nas outras grandes regiões. Essa proporção variava de 99,5% a 100%.

“De um modo geral, as grandes regiões registraram percentuais de domicílios atendidos pela rede geral de energia elétrica similares aos percentuais de endereços que possuíam energia elétrica. Incluindo a originada de fonte alternativa. Com exceção da Região Norte, onde 96,4% dos domicílios utilizavam energia proveniente da rede geral”, detalha a pesquisa.

Rede de esgoto e coleta de lixo

Mostrando as contradições e as desigualdades que  coexistem no país. Os dados da Pnad Contínua evidenciam que a proporção de domicílios em que o escoamento do esgoto era feito pela rede geral ou fossa ligada à rede. Em 2017, foi bem diferente entre as grandes regiões do Brasil.

Segundo o levantamento, este percentual na Região Sudeste chegava a 88,9%; era de 65,9% no Sul; 52,8% no Centro-Oeste; e 45,1% no Nordeste. Na Região Norte, apenas 20,3% dos endereços tinham escoamento de esgoto pela rede geral ou fossa interligada à rede.

Para Maria Lúcia Vieira, o esgotamento sanitário. “Manteve-se praticamente estável, mas permanece a questão estrutural com diferenças expressivas entre as entre regiões e os estados”, disse.

Já a coleta direta do lixo pelos serviços de limpeza beneficiava no ano passado 82,9% dos domicílios brasileiros. O equivalente a 57,8 milhões de moradias. Em 7,9% dos casos (5,5 milhões de lares), o lixo era coletado em caçamba de serviço de limpeza. Em 7,9% (5,5 milhões de endereços), queimado na propriedade.

“Embora este comportamento também registre diferenças entre as regiões, no Norte e no Nordeste este percentual não chega a 70%. Porque lá o percentual de queima de lixo na propriedade ainda é muito alto”. Disse Maria Lúcia, lembrando que, no Norte, 18,2% do lixo e no Nordeste 16% “são queimados na própria residência.”

Fonte: agenciabrasil

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