As enchentes deixaram quatro das seis estações de tratamento inoperantes, enquanto duas operam com capacidade mínima, podendo afetar pelo menos 65 bairros.
A prefeitura de Porto Alegre interrompeu quatro das seis estações de água, projetando um cenário de racionamento nos próximos dias.
As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul e alagaram diversos bairros da capital, sobretudo o centro, o quarto distrito e as ilhas, resultaram no desligamento dos sistemas.
Em entrevista à RBS TV na manhã deste sábado (4), o prefeito Sebastião Melo (MDB) informou que teve que desligar as bombas das estações de tratamento para evitar que elas fossem danificadas.
“Vamos ter problema de água a partir do final da tarde de hoje [sábado] se não baixar o rio, e dificilmente vai baixar. Peço que as pessoas reservem água, que não gastem água em nenhuma região da cidade que não seja o necessário”, afirmou o prefeito.
Em nota, o Departamento Municipal de Água e Esgoto informou que foi necessário suspender as operações das estações de tratamento de água Moinhos de Vento, São João e Tristeza na manhã deste sábado. A estação que atende às ilhas já havia sido desativada. Não há previsão de retomada da operação.
Seis estações de tratamento de água compõem o sistema, mas quatro estão inoperantes e duas operam com capacidade mínima devido à turbidez da água.
O alagamento das estações de bombeamento de água bruta interrompeu a operação. Ao menos 65 bairros podem ficar sem abastecimento ou receber água em baixa pressão.
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Emergência em Porto Alegre
Uma das estações que teve a operação interrompida foi a Moinhos de Vento, que atende a uma população estimada em 300 mil pessoas. Segundo o prefeito, caminhões-pipa abastecerão de água os hospitais nesta área.
A prefeitura fechou repentinamente o comércio e pediu que todos deixassem o Centro Histórico e quarto distrito neste sábado às 10h. Ademais, outros pontos de preocupação são as regiões do Arroio Sarandi e da Represa do Sabão.
O prefeito Sebastião Melo alertou que a chegada das águas dos rios ao rio Guaíba pode resultar em novas enchentes, afetando a população.
“Toda essa água dos quatro rios que deságuam no Guaíba, ainda tem muito para chegar aqui. Então, o nosso dia mais grave ainda não é hoje, vais ser amanhã, domingo, dependendo da quantidade de chuva”, afirmou.
O nível do rio Guaíba, em Porto Alegre chegou a 5,04 metros na manhã deste sábado (4), de acordo com informações do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH), da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. A medição é das 9h.
Durante a madrugada, a Defesa Civil local já havia informado que o nível do rio havia chegado a 4,96 metros, marca que ultrapassou o recorde da maior cheia já registrada –em 1941, quando a água subiu 4,76 metros. Como resultado, ao longo do dia centenas de famílias precisaram sair de casa e resgates seguem sendo realizados nas regiões das ilhas e do quarto distrito.
Fonte: Folha de S. Paulo