Até meados de 2023, o Rio Grande do Sul enfrentava restrições hídricas devido ao fenômeno oposto, o La Niña
O Estado do Rio Grande do Sul tem sido assolado por fortes tempestades desde segunda-feira, 29, resultando em impactos graves na vida dos moradores, desde desalojamento até registro de mortes. Conforme a meteorologista editorachefe do Climate Change Channel, Ana Lúcia Frony, o fenômeno “causador” dessas inundações é o El Niño, que apesar de estar em seu ciclo final, ainda exerce influência no clima.
Além do El Niño, o aquecimento global tem um papel significativo, intensificando os sistemas meteorológicos. As águas do Oceano Atlântico estão excepcionalmente quentes, fornecendo a umidade necessária para as chuvas abundantes que assolam a região.
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“Por exemplo, em Bento Gonçalves, município do Rio Grande do Sul, nas últimas 24 horas, foram registrados impressionantes 153mm de chuva, tornando-se a maior precipitação do planeta nesse período”, diz.
Até meados de 2023, o Rio Grande do Sul enfrentava restrições hídricas devido ao fenômeno oposto, o La Niña. Com o fim da influência do El Niño, é possível que até o final do ano, o Estado tenha que voltar as atenções à falta de chuvas, que devem afetar principalmente as lavouras.
Segundo Frony, esses eventos extremos não são isolados, mas fazem parte das mudanças climáticas globais que têm sido previstas há décadas. Estações do ano mais secas ou mais chuvosas do que o ‘normal’ estão se tornando rotina, desafiando os padrões climáticos tradicionais.
“Em um país tão vasto quanto o Brasil, é esperado que diferentes estados experimentem secas e inundações simultaneamente, destacando a complexidade e a interconexão dos sistemas climáticos em todo o país e no mundo”, afirma.
Fonte: Valor