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Esgoto liberado na natureza equivale a milhares de piscinas olímpicas
Tags: água tratada, águas pluviais, drenagem, resíduos sólidos, saneamento básico,
”Desde 1º de janeiro de 2019, mais de um 1,5 milhão de piscinas olímpicas cheias de esgoto foram lançadas no meio ambiente em todo o país”
No País, segundo o Instituto Trata Brasil, o número de esgoto in natura, ou seja, sem tratamento, que é liberado na natureza diariamente, equivale a 5.650 piscinas olímpicas. Assim, desde 1º de 2019, mais de um 1,5 milhão de piscinas olímpicas cheias de esgoto foram lançadas no meio ambiente em todo o Brasil.
Isso significa um atraso em mais de 30 anos no que se refere à coleta e tratamento de esgoto, com cerca de 100 milhões de brasileiros sem acesso a esse serviço. Esse atraso chega a 50 anos quando se fala em universalização do saneamento básico, que inclui acesso à água tratada, coleta e tratamento de esgoto e resíduos sólidos ou lixo e drenagem de águas pluviais.
Quem fala sobre esses dados é a professora Sonia Valle Walter Borges de Oliveira, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP. A professora é especialista em Gestão Ambiental e é a atual secretária municipal do Meio Ambiente.
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Universalização do saneamento básico
Essa defasagem na universalização do saneamento básico tem diversos fatores, explica a professora, e as dificuldades se acentuam quando observadas em cada um dos municípios brasileiros. Franca e Santos, no Estado de São Paulo, lideram o ranking nacional de acesso à água e coleta e tratamento de esgoto e Piracicaba, Ribeirão Preto e Bauru figuram na relação dos 100 municípios do País com melhor oferta desses serviços. Mas o Brasil possui 5.570 municípios, lembra Sonia.
Segundo o IBGE, 289 mil pessoas foram internadas por diarreia e outras doenças decorrentes da falta de saneamento no Brasil em 2017, sendo 50% só de crianças com até cinco anos de idade. Já a Fundação Getúlio Vargas afirma que, para o Brasil entrar no rol dos países com universalização de saneamento adequada, seriam necessários investimentos de R$ 470 bilhões nos próximos 20 anos.
Isso poderia levar o País a ganhar R$ 1 trilhão no mesmo período. Para isso, “infelizmente vai ter que ir para uma privatização mesmo, porque senão o município não dá conta, pelas suas arrecadações, de realmente arcar com todos esses custos”, afirma a professora.
Fonte: Jornal da USP.
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