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Dessalinização: edital sai em janeiro

Imagem: Diário do Nordeste

Dessalinizar a água do mar e usá-la para abastecer a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A medida, geralmente adotada em países e regiões desérticas, já havia sido cogitada no Ceará – diante da escassez hídrica – mas só agora parece ganhar corpo. Conforme a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), o processo para a instalação da planta de dessalinização requer estudo a ser feito pela iniciativa privada, que apontará, dentre outros, o local da orla de Fortaleza que irá receber o equipamento. O edital para escolher a empresa, segundo a Cagece, será lançado em janeiro de 2017.

A ideia é criar uma alternativa de abastecimento hídrico e fazer com que, pelo menos, a RMF não dependa somente da água da chuva armazenada nos reservatórios ou daquelas oriundas dos mananciais. A perspectiva, explica o presidente da Companhia, Neuri Freitas, é que o Estado passe a ter uma planta de dessalinização que irá gerar um metro cúbico de água (própria para consumo, após o tratamento) por segundo. Com isto, garante ele, a RMF terá um incremento no abastecimento que equivale a cerca de 12% da atual demanda, que é de 8,1 m³/s.

A instalação da planta de dessalinização já foi autorizada pelo governador Camilo Santana e vem sendo pesquisada de forma preliminar por técnicos da Cagece, diz Neuri. Mas, agora, os estudos definitivos devem ser feitos pela iniciativa privada.

A empresa que irá apontar e projetar os detalhes técnicos do equipamento será escolhida por meio de um edital público. A estimativa, segundo o gestor, é que a empresa vencedora do edital apresente a análise ao Governo Estadual até julho de 2017.

Além de indicar o local que irá receber o equipamento, o levantamento deverá apontar, dentre outros, qual o valor para a construção da planta de dessalinização – hoje é estimado pela Cagece em R$ 500 milhões -, onde serão depositados os rejeitos do processo (concentração de água salina), qual fonte de energia será usada na operação e o teto do preço da água tratada a ser cobrado pela empresa que irá operar a planta.

Conforme Neuri, a avaliação preliminar da Cagece indicou o Mucuripe com uma área adequada para receber a instalação, porém, só o estudo a ser realizado pela empresa vencedora do edital é que irá definir o local. Um dos critérios é que seja o mais próximo possível da praia devido à captação. A projeção é que ocupe uma área de quatro hectares em terra, além da estrutura que ficará dentro do mar.

Projeto 

A planta de dessalinização também deverá ter um emissário submarino, onde será lançado o rejeito gerado. “Não sabemos precisar a distância ainda pois o estudo é que vai indicar, mas esse emissário ficará longe da orla devido aos riscos ambientais”, garante Neuri.

A proposta do Governo é que a empresa escolhida para construir e operar a planta arque com os custos da instalação e funcionamento, por 25 anos. O ganho desta empresa será proveniente da venda da água tratada para o poder público, que comprará a substância e incrementará o abastecimento da RMF.

Questionado se o uso desta tecnologia não será caro para o Estado, Neuri explica que se comparado ao tratamento da água da chuva e dos mananciais, este tipo de solução é de fato mais onerosa, porém, diante da atual necessidade de criar alternativas de abastecimento, este “encarecimento” é relativizado. Neste sistema, a estimativa da Cagece é que o custo da água tratada após a dessalinização será de cerca de R$ 3,40 por m³ disponibilizado. Hoje, a água da Estação de Tratamento de Água (ETA) Oeste custa ao Governo R$ 0,79 por m³ ofertado. Este valor não inclui os custos de distribuição, informa o presidente da Cagece. Com a licitação finalizada no segundo semestre de 2017, a obra terá início. A estimativa é que a intervenção dure entre 18 e 24 meses e só comece a operar em 2019.

Fonte: Diário do Nordeste

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