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Reunião da Sala de Crise da Região Norte debate situação da seca na região causada por fenômenos climáticos em curso

Crise da Região Norte

O fenômeno climático El Niño foi confirmado em junho deste ano. Desde então, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) vem desenvolvendo ações para alertar os atores envolvidos no tema e promover medidas para mitigar os possíveis efeitos desse fenômeno que atinge o Brasil de diferentes formas.

 

Enquanto nas regiões Norte e Nordeste o El Niño tem correlação com a intensificação ou prolongamento dos períodos de seca, na região Sul costumam ocorrer chuvas acima da média, ocasionando alagamentos e inundações mais severos e frequentes.

Devido à seca intensa que vem sendo registrada no Norte nas últimas semanas, sobretudo na bacia do rio Amazonas, a ANA realizou a 4ª reunião da Sala de Crise da Região Norte nesta quinta-feira, 5 de outubro. O encontro foi transmitido ao vivo pelo canal da Agência no YouTube e funciona como um espaço para compartilhamento de informações e discussão de medidas de mitigação dos efeitos da seca verificada na região, que é ocasionado simultaneamente pelo El Niño e pelas altas temperaturas observadas no Oceano Atlântico Tropical Norte.

Durante a 4ª Reunião aconteceram apresentações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Também participaram o diretor-presidente interino da ANA, Mauricio Abijaodi, servidores(as) da agência reguladora e representantes dos governos de estados da região.

Em junho deste ano, a Diretoria Colegiada aprovou o Plano de Contingência da ANA para enfrentamento dos impactos do El Niño sobre os recursos hídricos do Brasil, o qual determinou, além da manutenção da Sala de Crise da Região Sul, a instalação das Salas de Crise da Região Norte e da Região Nordeste em função das perspectivas de secas a serem provocadas por esse fenômeno de aquecimento das águas do Oceano Pacífico.

Em 3 de agosto, a Sala de Crise da Região Norte se reuniu pela primeira vez para debater a possibilidade de chuvas abaixo da média na região, sendo que o grupo também se encontrou em 1º e 22 de setembro para acompanhar e compartilhar informações sobre a situação.

O diretor-presidente interino da ANA, Mauricio Abijaodi, ressaltou que a instituição vem acompanhando de perto a seca na região Norte em consonância com o Plano de Contingência. “Estamos acompanhando a situação, dentro do Plano de Contingência que foi aprovado pela Agência no meio deste ano, em junho, e que agora se mostra tão necessário no sentido de evoluir as medidas que iremos adotar”, destacou Abijaodi.

Segundo Marília do Nascimento, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, as temperaturas acima da média no Oceano Pacífico nos últimos três meses indicam um fenômeno El Niño de intensidade moderada, sendo que a seca na região Norte também está sendo intensificada pelas altas temperaturas no Oceano Atlântico Tropical Norte. A servidora do INPE apresentou, ainda, que o Norte teve chuvas muito abaixo da média entre julho e agosto deste ano, mesmo em comparação a outras secas históricas na região amazônica, como em 2005, 2010 e 2015. Também há previsão de maior probabilidade de precipitações abaixo da média, entre outubro e dezembro, na porção central e mais ao leste da região Norte.

Já o pesquisador do CEMADEN Giovanni Dolif ressaltou as chuvas abaixo da média em praticamente todo o Norte em setembro e nas próximas duas semanas. Já na terceira e na quarta semanas de outubro, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais indica uma tendência de chuvas mais próximas da média em grande parte da região. Conforme Dolif, as vazões dos rios amazônicos tendem a subir a partir de novembro, mas se mantendo ainda abaixo da média histórica nos rios da região, como no caso do rio Madeira (AM/RO).

Por sua vez, Marcus Suassuna, pesquisador em Geociências pelo Serviço Geológico do Brasil, apresentou o monitoramento hidrometeorológico da bacia Amazônica. Segundo ele, foram observados níveis d’água baixos nos rios de praticamente toda a região entre setembro e outubro, como nos casos das bacias dos rios Negro e Solimões. No rio Madeira em Porto Velho (RO), por exemplo, está sendo observada a pior estiagem do histórico de mais de 55 anos de dados. Além disso, existe previsão de chuvas para as duas próximas semanas em parte da bacia Amazônica, mas abaixo da média.

O engenheiro do ONS Leonardo Tristão informou que estão sendo observadas vazões em declínio em todas as usinas hidrelétricas do Sistema Interligado Nacional (SIN) instaladas na região Norte. Tristão também abordou a paralisação da geração de energia pela hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira, e dificuldades de geração nas usinas do rio Araguari (AP).

A próxima reunião da Sala de Crise da Região Norte está inicialmente agendada para 20 de outubro, a partir das 15h, com transmissão ao vivo pelo canal da ANA no YouTube. No entanto, o encontro pode ser antecipado conforme o desenrolar da situação hidrometeorológica da região.

A ANA é responsável pela Rede Hidrometeorológica Nacional, que monitora os níveis e vazões dos principais rios do País – especialmente em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Diariamente a Agência também disponibiliza boletins de acompanhamento da operação dos reservatórios da bacia do rio Madeira em: https://www.gov.br/ana/pt-br/sala-de-situacao/rio-madeira.

Atuação da ANA em eventos hidrológicos críticos

Segundo a Lei nº 9.984/2000, que criou a ANA, cabe à agência reguladora planejar e promover ações destinadas a prevenir ou minimizar os efeitos de secas e inundações. Essa atuação acontece no contexto do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) e em articulação com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC) – que integra a estrutura do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e é o órgão central do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil – em apoio aos estados, Distrito Federal e municípios.

Fonte: gov.br


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