Para que as 25 famílias ribeirinhas da Comunidade da Barra do São Lourenço voltem a ter água potável, um projeto de uma pequena usina de tratamento foi desenvolvido por uma ONG
Imagem Ilustrativa
As queimadas no Pantanal mostram mais uma triste consequência a quem mora próximo ao bioma. Ribeirinhos da Comunidade da Barra do São Lourenço, uma das áreas mais isoladas e preservadas do Pantanal, estão tendo que conviver com água barrenta e cheia de cinzas, resquício do período de incêndios na região.
Neste ano, mais de 4 milhões de hectares do Pantanal foram queimados, cerca de 30% do bioma. E se antes o que preocupava os ribeirinhos era o baixo nível dos rios, o período de chuvas trouxe outro problema para a região.
“A água da chuva está descendo pelas áreas queimadas para os rios, levando as cinzas para lá. Essa é a água que a gente está tomando”, afirma uma ribeirinha, em vídeo que circula nas redes sociais.
Os moradores da região apontam que muitos já passaram por problemas de digestão por conta da má qualidade da água.
“Até mesmo a minha filha ficou com problema na garganta, com problema no estômago devido tomar essa água. Está muito sujo, e por mais que a gente trata, realmente não fica bem tratada, bem limpa como se fosse de uma usina né?”, diz a dona de casa Creuzalina Xavier de Faria.
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Usina de tratamento
Segundo a empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul), o tratamento de água é feito apenas nas áreas urbanas do estado. Por isso, as 25 famílias que vivem isoladas na comunidade da Barra do São Lourenço, buscam uma solução definitiva para o problema junto a uma ONG, com a instalação de uma pequena usina de tratamento. O custo é de R$ 35 mil, mas até o momento as doações não passaram de R$ 800.
De acordo com André Campos, voluntário de ONG Ecologia e Ação (Ecoa), a organização está canalizando todos os esforços para que a comunidade volte a ter água potável.
“A usina é necessária para resolvermos definitivamente o problema, caso essas situações associadas aos incêndios florestais ocorram novamente”, afirma.
A dona de casa e ribeirinha Leonida Aires de Souza engrossa o coro ao pedir ajuda a quem puder doar para os custos da usina.
“Precisamos muito, pois o lugar onde onde às vezes a gente tinha para poder usar a água quando o rio estava muito sujo, secou e não existe mais e por isso estamos fazendo esse apelo pra vocês”, finaliza.
Fonte: G1.