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Biofábricas – Nada de lodo, biomassa bacteriana bem caracterizada!

Biofábricas – Biomassa Bacteriana bem caracterizada

Às vezes, esses chamados poluentes são na verdade compostos que contêm nitrogênio ou fósforo, com capacidade nutricional e que deveriam ser recuperados ao invés de destruídos, servindo como matéria-prima para as biofábricas.

Lodo desidratado - Biomassa

No setor da água temos uma microbiologia não patogênica que é responsável por eliminar todos os resíduos gerados por outros seres vivos dos ecossistemas aquáticos. Exploramos este tipo de microbiologia para purificar as nossas águas e garantir uma descarga de qualidade no ambiente natural através da eliminação de contaminantes.

Às vezes, esses chamados poluentes são na verdade compostos que contêm nitrogênio ou fósforo, com capacidade nutricional e que deveriam ser recuperados ao invés de destruídos.

Da mesma forma, a própria biomassa gerada no processo de purificação pode ser um produto com valor intrínseco além de sua mera digestão anaeróbica e transformação em biogás.

Essas estratégias potenciais, mais típicas de uma economia circular do que de tratamento tradicional, estão há anos entre os profissionais da água, que acabaram criando o termo biofábrica para se referir a esse novo tipo de ETE (Estação de Tratamento de Efluente).

Neste conceito de ETAR (Estação de Tratamento de Água Residuária) onde os resíduos são convertidos em produtos de valor, devemos mudar a forma como monitoramos os processos para garantir sua qualidade.

Se as futuras biofábricas terão contaminantes de efluentes como substrato para uma série de reações visando a obtenção de um produto, é urgente estabelecer outros critérios e aprender com as indústrias que utilizam microrganismos para fabricar seu produto, por exemplo, os setores alimentício ou farmacêutico.

Seja pelo desinteresse dos operadores, seja pela falta de massa crítica entre os biólogos para abordar o mundo das águas residuais, a purificação passou décadas sem incorporar as últimas tendências descobertas na biotecnologia.


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No entanto, esta tendência mudou e esperamos que, em breve, a tragédia dos últimos dois anos tenha conseguido fazer a biologia molecular penetrar definitivamente no setor da água.

Uma excelente prova disso tem sido a resposta que o mundo da água deu durante a recente pandemia, através da utilização de ferramentas moleculares para a detecção do material genético presente no SARS-CoV-2.

O alcance da estratégia foi rápido e global, por um lado, devido à reação diligente de todos os setores envolvidos no setor de águas, mas também pela robustez, simplicidade e replicabilidade da metodologia analítica utilizada (PCR): a possibilidade de “fotocopiar” um fragmento de material genético até que tenha o suficiente para nos permitir conhecer rapidamente sua sequência.

Embora essas metodologias fossem ferramentas comuns para cientistas e pesquisadores, a tragédia dos últimos dois anos conseguiu fazer a biologia molecular penetrar definitivamente no setor da água.

A redução dos custos das modernas técnicas de sequenciamento de material genético permite estabelecer uma análise diagnóstica que vai além da detecção de determinadas espécies específicas, como vírus ou bactérias, que colocam em risco nossa saúde.

A análise da comunidade microbiana (microbioma) de um ecossistema aquático fornece uma impressão digital dos processos que estão ocorrendo naquele momento, mas também daqueles que podem ocorrer no futuro.

Se entendermos os tratamentos de efluentes como processos típicos de uma biofábrica, é razoável saber o que acontece em nossos biorreatores, não apenas pelo monitoramento dos parâmetros físico-químicos convencionais, mas pela análise periódica das comunidades microbianas responsáveis.

No futuro, a evolução dessas populações microbianas será analisada dentro das próprias instalações de purificação , e esses dados serão combinados com os dados físico-químicos a serem analisados ​​em conjunto. Essa metodologia faz ainda mais sentido nos casos em que os contaminantes são convertidos em biomassa valorizada na forma de microalgas, ou bactérias roxas fotossintéticas, com aplicação em alimentos ou gerando bioplásticos.

Texto traduzido e adaptado por: Denise Akemi F. Takahashi Trugillo
Para: Portal Tratamento de Água

Fonte: Iagua


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