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Levantamento das condições de saneamento da microbacia da bacia da tamandaré do município de Belém/PA

Resumo

No âmbito das discussões sobre as condições de saneamento, o presente trabalho teve como objetivo realizar diagnóstico das condições do saneamento na área da abrangência da microbacia da Tamandaré situada no Município de Belém no estado do Pará. Neste trabalho foi realizado a coleta de dados através de um questionário de perguntas junto a população urbana da área, totalizando uma amostragem com 42 entrevistados, obtida pelo levantamento sobre as condições de abastecimento de água na área de estudo. Além disso, foi realizado análises físico-químicas e bacteriológicas da fase aquosa coletada no dia 01 de novembro de 2016, as 15:45h, na meia maré de vazante, em dois pontos; o 1º ponto na última comporta próximo a margem do rio Guamá e o 2º ponto no meio do canal, para determinação dos seguintes parâmetros: pH, amônia, DBO5, DQO, fosforo, materiais sedimentáveis, turbidez, OD e coliformes totais e fecais. Os resultados sobre os indicadores de sistema de abastecimento de água da área da microbacia da Tamandaré, indicaram fatores negativos que podem influenciar na ocorrência de problemas de saúde a população diretamente envolvida, como os resultados que mostraram que não há coleta de amostras de água na rede de distribuição para análise, assim como a falta de assistência pela Secretária Estadual de Saúde, no que concerne a não Vigilância Sanitária da qualidade de água. Outro ponto importante coletado foi o baixo número de atendimento concretizados quando comparados com o número significativos de solicitações/reclamações. Os resultados das análises físico-químicas e bacteriológicas das amostras de água indicaram contaminação da água por coliformes fecais, a água também foi considerada turva, apresentando aumento na concentração de DBO5 nas duas amostras analisadas.

Introdução

Segundo Zancul (2006), a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 25 milhões de pessoas no mundo morrem por ano devido as doenças transmitidas pela água, como cólera e diarreia. Assim, o saneamento básico compreendendo os serviços de abastecimento de água, esgoto sanitário, limpeza pública e coleta de lixo, desempenha importante papel tanto na conservação ambiental quanto no bem-estar social das comunidades humanas. Esses serviços, quando prestados com eficiência, contribuem para promover e garantir as condições ambientais necessárias à qualidade de vida e à saúde da população.

Como a incidência de pobreza é maior no meio rural, Echeverria (1998) comenta que o mesmo passou a ser considerado como potencial poluidor e causador da degradação do meio ambiente. A população rural utiliza recursos naturais para o seu sustento. Contudo, esses recursos possuem características de serem bens públicos, ou seja, de comum acesso e de direitos de propriedade não definidos.

Machado (2009) apud Campos (2009) ressalta que para muitos a pobreza é fator contribuinte para a poluição ambiental. Entretanto, na visão do autor deve-se inverter tal relação causa – consequência, pois, sob uma ótica da justiça social, é, antes, a poluição que contribui para a pobreza, condição que não condiz com o direito fundamental à sadia qualidade de vida.

Atualmente, as ilhas do nordeste paraense apresentam uma grande carência de serviços públicos que causam transtornos ambientais e sanitários a essa população carente. A sobrevivência econômica dessas ilhas é diretamente ligada às atividades comerciais como venda de produtos naturais na área do comércio do município de Belém do estado do Pará. Dessa forma, o problema da pesquisa visa levantar um diagnóstico informando, quais os principais problemas ambientais que afetam o cotidiano da população ribeirinha? (MENDONÇA, p. 71, 1993).

Como forma de identificar as questões sociais, econômicas e ambientais, consisti em evidenciar a realidade dos moradores da Ilha em estudo.

A aceleração dos processos de degradação ambiental, as migrações populacionais da ilha para as cidades e a inviabilização econômica do padrão baseado no aumento da produtividade, através da busca contínua de inovações tecnológicas são alguns dos indicativos do esgotamento progressivo deste modelo atual de produção. Portanto, a aplicação e o planejamento de ações para o meio ambiental, devem procurar abordagens alternativas a este modelo de produção, contribuindo para a sua transformação e para a busca de novas concepções e abordagens para o desenvolvimento da sociedade (GERHARDT, 2002). As ilhas do nordeste paraense apresentam uma grande carência de serviços públicos que causam transtornos ambientais e sanitários a essa população carente. A sobrevivência econômica dessas ilhas é diretamente ligada às atividades comerciais como venda de produtos naturais na área de comércio do município de Belém do estado Pará.

A Ilha do Maracujá apresenta uma área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. Apresenta, em sua maioria, uma população ribeirinha que sobrevive da coleta e da extração de produtos florestais não madeireiros como: o açaí, a principal fonte de renda; o cacau; a andiroba; a pupunha; etc. Esses produtos são vendidos em alguns portos de Belém como o Porto da Palha; Porto da Conceição; Feira do Açaí, no Ver-o-Peso, abastecendo a cidade de Belém (DERGAN 2006).

Sendo assim, para tal questionamento objetivou-se compreender a relação entre meio ambiente e saúde, interpretando, do ponto de vista sociológico, os aspectos epidemiológicos do ambiente ribeirinho e verificar a contribuição de indicadores no campo da saúde ambiental.

Autores: Raimunda Josinete da Silva Loureiro Mácola; Gilberto Loureiro Mácola; Ingrid Juliana Moreira M. Maciel; Helenice Quadro Menezes e Leonardo Araújo Neves.

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