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Fitorremediação utilizando macrófitas aquáticas no tratamento de efluentes de esgoto doméstico

Resumo

As tecnologias para a remoção dos constituintes nutricionais do esgoto sanitário representam normalmente altos custos de implementação e operação, provocando a busca por alternativas que apresentem melhor custo benefício, como a aplicação da fitorremediação utilizando macrófitas aquáticas, sendo esta investigação o objetivo do presente estudo. Para o desenvolvimento da pesquisa foram dispostas macrófitas da espécie Eichhornia crassipes, em um sistema hidropônico contendo dois tipos de tratamento, sendo eles, efluente tratado de uma estação de tratamento de esgoto doméstico e água de abastecimento usada como prova branca, onde foram mensurados o crescimento da espécie no sistema, por testes estatísticos de Regressão e ANOVA além da influência das condições ambientais de temperatura do ar, umidade relativa do ar e temperatura superficial foliar, termográficas. Assim como, as análises em laboratório das remoções dos seguintes nutrientes: fósforo total, fosfato, Nitrogênio amoniacal, nitrato, nitrito e DQO, e suas respectivas eficiências de remoção. Os resultados obtidos no experimento de remoção de nutrientes em duas amostragens foram de: Fósforo Total 88 e 85%; Fosfato 81 e 86%, Nitrogênio amoniacal total 91 e 97%, houve aumento de Nitrato e Nitrito e DQO nas concentrações. A fitorremediação experimental com macrófitas aquáticas da Amazônia apresentou-se como uma eficiente alternativa para a implementação de unidades complementares em sistemas de tratamento de efluentes para as condições ambientais climáticas da região e alternativa de baixo custo na remoção de potenciais poluente de corpos hídricos.

Introdução

Os inconvenientes no lançamento de esgoto sanitário em corpos d’água estão relacionados a presença de vários tipos de poluentes orgânicos e inorgânicos. A presença de nitrogênio e fósforo em águas residuárias é mais comum, afetando a disponibilidade e qualidade, com a poluição das águas superficiais e subterrâneas devido o lançamento de esgoto in natura ou tratados, que estejam fora dos padrões de lançamento estabelecidos pela legislação ambiental vigente (NUVOLARI et al., 2011).

O nitrogênio e o fósforo, são macronutrientes normalmente encontrados em ecossistemas aquáticos, com tudo em excesso, podem provocar problemas ambientais. Entre esses a eutrofização antrópica, a redução de oxigênio dissolvido no meio e a mortandade da vida aquática, são os mais frequentes, todos ocasionados por fontes de poluição difusas e pontuais, sendo a última facilmente identificada pelo lançamento de águas residuárias em corpos hídricos (MOTA; VON SPERLING, 2009).

Na busca por solucionar tais potenciais impactos, as estações de tratamento de esgoto passaram a ser planejadas não apenas para a remoção de matéria orgânica, mas também para outros constituintes do esgoto sanitário. Assim melhorando a configuração das estações de tratamento de esgoto, aumentando a complexidade e número de processos físicos, químicos e biológicos, sendo estendida à remoção principalmente de formas nitrogenada e fosfatadas (ROCHA, 2009).

Atualmente, existem diversas tecnologias para melhor remoção de nutrientes em sistemas de tratamento de esgoto, no entanto, as técnicas normalmente aplicadas podem representar altos custos de implantação, operação e manutenção. Diante dessas restrições, destaca-se a necessidade da procura por alternativas que resultem na maior remoção de nutrientes e que apresentem maior custo-benefício em sua concepção. Pode-se destacar a fitorremediação que utiliza macrófitas aquáticas para a redução das cargas de potenciais poluentes inorgânicos, metais pesados, substâncias tóxicas, além de microrganismos patógenos (ALMEIDA e ALMEIDA, 2005).

Dentre as plantas aquáticas com alto potencial na produção de biomassa e incorporação de nutrientes e agentes tóxicos, a mais utilizada e que apresenta maior desempenho no tratamento de efluentes é o Aguapé (Eichhornia crassipes). Entretanto, tais métodos de remoção de constituintes do esgoto sanitário são dependentes das condições ambientais para o seu desenvolvimento e consequentemente eficiência na aplicação, podendo apresentar diferentes comportamentos. Sendo necessário a avaliação de tais variáveis, como temperatura, umidade dor ar e incidência solar, esses importantes fatores para a garantia das atividades metabólicas da planta (MEDEIROS ET AL., 1999; WEIRICH, 2009).

Autores: Israel Nunes Henrique; Nathalia Costa Scherer; Lucieta Guerreiro Martorano; José Reinaldo Pacheco Peleja e Timóteo Silva Ferreira.

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