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Diagnóstico para tomada de ações para redução de perdas em um distrito de medição e controle no município de Tianguá, Ceará

Resumo

O aumento do consumo doméstico e industrial tem levado a situações de falta de água ou em restrição do consumo humano em muitos países, somado a isso, há também a premissa que nem toda água captada é efetivamente consumida pelos clientes, sendo que estas perdas são uma das principais causas da ineficiência operacional nas companhias de saneamento. Vazamentos em tubos e conexões, além das imprecisões dos dispositivos de medições e erros no cadastro comercial são os grandes vilões na gestão de perdas na rede de distribuição de água. A utilização de distrito de medição e controle – DMC aparece com uma das ferramentas mais utilizadas na gestão de perdas de água, através das medições de volume feitos na entrada no setor de abastecimento, confrontadas com os volumes da micromedição, podem proporcionar análise das principais causas de perdas no setor. Os relatórios de pressão mostram que nos setores do DMC, há uma distinção quanto às pressões, enquanto o Setor VIII apresenta informações de alta pressão, o Setor I mostra resultados de pressões médias abaixo do permitido. Quanto às análises das ocorrências comerciais, mostra que as perdas aparentes ocorrem com maior intensidade no Setor I do que no Setor VIII. Como proposta de ação para redução das perdas reais do DMC, recomenda-se a instalação de válvulas redutoras de pressão – VRP nas linhas de abastecimento do Setor VIII, fazendo com que os parâmetros de pressão a montante provoque o atendimento ao Setor I. A análise do gráfico pareto mostra a necessidade de buscar ações que proporcione a redução de perda aparente como: realização das leituras nos hidrômetros, incluindo alteração do horário de leitura das residências, proporcionando a redução das leituras por média, deslocamento e substituição de hidrômetros, garantias de melhorias no cadastro comercial e operacional da rede.

Introdução

Nas últimas décadas, as alterações climáticas mundiais, somadas as ocorrências cada vez mais frequentes de situações de seca e de cheia, em simultâneo com o aumento do consumo doméstico e industrial, têm levado a situações de falta de água ou de restrição no consumo humano em muitos países. Acontece que nem toda água captada é efetivamente consumida, sendo as perdas de água umas das principais fontes de ineficiência dos sistemas de abastecimento de água, na utilização dos recursos hídricos existentes (ALEGRE et al, 2005). O envelhecimento das infraestruturas que compõem um sistema de abastecimento de água é natural e inevitável à medida que os equipamentos sendo eles: tubulações, conexões e elevatórias se aproximam do fim da sua vida útil, com isso, o volume de perdas reais dentro de um sistema tende a aumentar. Por outro lado, temos uma variedade de problemas relacionada à imprecisão das informações comerciais, como: erros de leituras de hidrômetros, cadastros de clientes e imóveis desatualizados, ligações fraudulentas, roubo de água em áreas e/ou regiões invadidas aumentando assim, as perdas aparentes. As perdas na distribuição têm diversos custos associados, sendo eles: comerciais, quando está relacionado à falta de água e não atendimento ao cliente, sociais quando está relacionado ao desabastecimento de um setor, bairro ou cidade e também ambientais quando levamos em consideração a má gestão dos recursos hídricos (WRC, 1985; LAMBERT et al., 1998; FARLEY e TROW, 2003).

A utilização de Distrito de Medição e Controle – DMC é a principal ferramenta para buscar resultados que garantam a redução dos indicadores de perdas em sistemas de distribuição de água. Através das medições de volume feitos na entrada de um setor de abastecimento, podem-se identificar os principais problemas que afetam os clientes e/ou a Companhia de saneamento e com isso, planejar ações de curto e médio prazo que mitiguem as perdas no sistema. Um DMC podem possuir tamanhos variados, dependendo da topologia da rede, características da população assistida, perfil de consumo dos clientes, densidade de ramais instalados, podendo conter entre 500 a 5000 ligações (WRC, 1994).

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