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Tecnologias alternativas para detecção e avaliação toxicológica

O CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico divulgou a relação das 252 propostas que receberam recomendação no processo de análise de mérito técnico-científico para financiamento no âmbito da Chamada INCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia) – MCTI/CNPq/CAPES/FAPs nº 16/2014.

Nove delas são da Unesp. Um dos projetos é o Instituto Nacional de Tecnologias Alternativas para Detecção, Avaliação Toxicológica e Remoção de Contaminantes Emergentes e Radioativos (INCT-DATREM), com coordenação geral de Maria Valnice Boldrin Zanoni (Instituto de Química da Unesp de Araraquara) e vice-coordenação de Rodnei Bertazzoli (Unicamp).

O INCT-DATREM tem por objetivo a formação de rede nacional de grupos de pesquisa atuantes na busca por tecnologias inovadoras para avaliação de micropoluentes em nível químico, toxicológico e radioativo, bem como na busca por tecnologias mais eficientes para tratamento de resíduos, esgotos, efluentes e águas de captação, contribuindo para a avaliação de risco, preservação ambiental, saúde humana e controle da segurança e qualidade dos produtos de exportação e importação. De acordo com normas internacionais, nas próximas décadas o Brasil enfrentará normas extremamente restritivas para exportação e não poderá mais lançar produtos químicos em seus mananciais sem uma avaliação de risco de compostos comprovadamente tóxicos/genotóxicos e poluentes emergentes, requerendo para tanto um claro mapeamento das suas propriedades de toxicidade/mutagenicidade, distribuição, biodisponibilidade, persistência, radioatividade e etc.

O Instituto pretende atender a necessidade de pesquisas básicas e tecnológicas e de recursos humanos oriundas do desafio de reavaliar o risco do lançamento de pelos menos 5.000 compostos gerados como rejeitos ou subprodutos dos processos de produção, bem como na sua remoção. Grande enfoque será dado aos produtos farmacêuticos e seus metabólitos, produtos de higiene pessoal, pesticidas e repelentes, herbicidas, hormônios e moduladores endócrinos, retardantes de chama, inseticidas, biocidas, corantes, aminas aromáticas, agentes plastificantes, subprodutos e alguns materiais radioativos que mesmo em baixa concentração são suspeitos de causar efeitos ecológicos adversos e danos à saúde humana.

As atividades a serem desenvolvidas integram as metas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em áreas estratégicas para a produção sustentável e melhorias de produtos. Métodos analíticos alternativos, econômicos, rápidos e altamente sensitivos serão validados para detectar baixos níveis de concentração em matrizes complexas, contribuindo para ações e políticas que visem harmonizar o desenvolvimento econômico com a questão socioambiental.

Para isso, será criado uma infraestrutura de pesquisa, ensino e extensão que aglutinará a grande competência científico-tecnológica pré-existente em laboratório de grande parte das Universidades Brasileiras nas áreas de desenvolvimento e validação de métodos analíticos para detecção e remoção de poluentes com as necessidades industriais e comércio exterior/interior, com vistas a contribuir para uma produção e processos usando tecnologias mais limpas. Dentro deste contexto, pretendem-se desenvolver métodos analíticos inovadores baseados em técnicas cromatográficas com diferentes detectores (UV, DAD, ED e massas) e construção de dispositivos versáteis e econômicos usando diversos materiais nanoestruturados capazes de serem usados para diagnósticos simplificados de qualificação e quantificação em matrizes complexas.

O estudo das propriedades mutagênicas, genotóxicas, ecotoxicológicas e toxicológicas será focado na geração de dados inexistentes sobre o grau de toxicidade/mutagenicidade de muitos micropoluentes gerados no mundo moderno, bem como na correlação da sua ocorrência no ambiente, propiciando uma avaliação de risco adequada e o futuro estabelecimento de critérios de qualidade de água a serem adotados nas normas legais Brasileiras. Pretende-se ainda vencer as dificuldades analíticas relacionadas à crescente presença de radionuclídeos nos recursos hídricos em decorrência de processos tecnológicos, ou fontes radioativas manufaturadas desenvolvendo novos métodos de avaliação da radioatividade destes efluentes e aguas a serem servidas para a população.

Por fim, propõe-se ainda estudar alternativas mais eficientes e de baixo custo para a remoção destes resíduos e desenvolver reatores com alto desempenho usando processos fotoeletroquímicos, foto-fenton, ozonização e reatores biológicos individual ou acoplados com o intuito de promover total degradação do micropoluente, remoção da total toxicidade, e desenvolvendo reatores mais eficientes para atender a uma demanda industrial que necessitam tratar seus rejeitos ou promover o reuso da agua usada nos mais diferentes processos. O grupo de pesquisadores envolvidos neste projeto conglomera conhecimentos transdisciplinares em áreas de fronteira de ciências exatas e biológicas, importantes para o avanço das áreas.

Comitê Gestor
Maria Valnice Boldrin Zanoni – UNESP-Araraquara, SP
Rodnei Bertazzoli – UNICAMP–Campinas, SP
Hideko Yamanaka – UNESP-Araraquara, SP
Daniel Marcos Bonotto – UNESP–Rio Claro, SP
Maria del Pilar Taboada Sotomayor – UNESP-Araraquara, SP
Luciane P. Cruz Romão – UFSe-Aracaju, SE
Danielle Palma de Oliveira – USP-Ribeirão Preto, SP
Raquel Pupo Nogueira – UNESP-Araraquara, SP
Emerson Schwingel Ribeiro – UFRJ–Rio de Janeiro, RJ
Magno AP. Gonçalves Trindade – UFGD-Dourados, MS

Fonte: LabNetwork.com.br

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