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Em meio à falta de água, cresce interesse por poço

Empresários do setor relatam maior procura por informações sobre explorar água subterrânea, mas investimento é alto e envolve estudo geológico

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A crise hídrica que afetou o Estado de São Paulo em 2014 fez aumentar a procura por poços particulares em Americana. Dados do Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica) mostram um pico na instalação desse tipo de reservatório depois de 2014, ano que marca o início da crise. Empresários do setor apontam ainda que o interesse de pessoas em utilizar água subterrânea em Americana cresceu no segundo semestre do ano passado devido à constante falta d’água na cidade.

Apesar de surgir como opção, o investimento necessário para viabilizar o projeto é alto, sendo necessário um estudo geológico para solicitar autorização para perfuração. Entretanto, às vezes não é possível garantir que o local desejado terá, de fato, água para ser captada.

O Daee é o órgão responsável por autorizar a instalação de poços artesianos no Estado. Em Americana existem 338 poços com portarias de outorgas ou dispensas. Desse total, 214 estão localizados em propriedades particulares que não pertencem ao sistema de abastecimento do município.

Água de poço

Entre 2013 e 2018, foram concedidas 63 outorgas para instalação de poços na cidade. Em 2014, início da crise hídrica, foram 14. No ano seguinte ocorreu o pico do período, com 24 poços.

A pessoa ou empresa interessada em obter a outorga para captação de água subterrânea precisa entrar com o pedido no Daee, apresentar um estudo assinado por um geólogo para comprovar que há água no terreno e pagar as taxas de análise, que variam entre de uma a 20 UFESPs (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo), ou seja, de R$ 26,53 a R$ 530,60, dependendo da finalidade.

Quem pode?

De acordo com o engenheiro do escritório de apoio técnico do Daee em Campinas, Astor Dias de Andrade, qualquer pessoa ou empresa pode pedir a análise para perfuração. Entretanto, é necessário apresentar o estudo geológico.

“Em tese qualquer um pode fazer a solicitação para perfuração do poço na propriedade dele. Agora, saber se vai dar água ou não, precisa ter a ajuda de um geólogo provavelmente. As características do poço vão depender do local, da geologia e para isso precisa ter um profissional, que é quem inclusive deve assinar o projeto”, explicou Andrade.

O investimento necessário pode ser um limitador. Entre taxas, estudo geológico, perfuração e equipamentos, o custo pode variar de R$ 20 mil a R$ 75 mil em casos consultados pelo LIBERAL, dependendo inclusive da profundidade necessária para se chegar até a água.

“O equipamento que tem que colocar no poço, a bomba, a parte de ligação elétrica, tem que ter encanamento, caixa d’água… essa parte é cara, não é barata. E, se for na área urbana por exemplo, onde tem rede de água e esgoto, a concessionária cobra o lançamento de esgoto. Vai ‘botar’ hidrômetro no esgoto do interessado. Às vezes a pessoa fala ‘vou furar o poço e economizar muito dinheiro’. Não é bem assim porque ele vai pagar metade da água que consome, que é o esgoto”, disse Andrade.

Fonte: O Liberal

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