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Primeira usina de etanol da região pode ajudar a baratear combustíveis

Para reduzir com a dependência do Estado de importar etanol do Sudeste e do Centro-Oeste e tentar reduzir os custos ao consumidor, está prevista a construção de cinco usinas de etanol no Rio Grande do Sul. Elas vão aproveitar os incentivos fiscais do programa Pró-Etanol, aprovado este ano na Assembleia.

Investimento em usina de etanol nas três fases do projeto pode chegar a R$ 500 milhões

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Imagem ilustrativa

Uma dessas fábricas de etanol será construída em Santiago, em uma área de 15 hectares, no trevo da BR-287 com a estrada para Bossoroca. Os equipamentos já começaram a ser fabricados, e a montagem da usina deve começar agora em dezembro e ser concluída até outubro de 2022. Ao contrário da maioria das fábricas do país, ela não funcionará com cana-de-açúcar, mas beneficiando trigo e cereais, como triticale.

O empresário santiaguense do agronegócio Cássio Bonotto está à frente do projeto da CB Bioenergia, ao lado da sócia Juliana Bonotto e da Ampla Performance Industrial, de Getúlio Vargas. Cássio contou à coluna que o investimento inicial será de R$ 60 milhões na fase 1 da usina, com capacidade para produzir 10 milhões de litros de etanol por ano. A estimativa é que sejam gerados 50 empregos diretos para operar a fábrica.

Segundo Cássio, a ideia da usina surgiu da necessidade que ele tinha de dar destino ao trigo de baixa qualidade, que ele mesmo produz.

– Como em outubro costuma chover, muitas vezes o trigo perde qualidade e valor, só podendo ser vendido para ração. Com a usina, vamos gerar etanol com esse trigo e agregar valor – diz.


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Segundo Cássio, além de produzir combustível, será gerado outro produto derivado da fabricação do etanol: o trigo e os cereais que saem do processo acabam gerando a ração úmida chamada DDGS, que será vendida para pecuaristas que tem confinamento de gado na região.

– Nessa primeira fase, a partir de outubro de 2022, vamos produzir 10 milhões de litros de etanol hidratado por ano, para vender para o mercado de aviação agrícola e para distribuidoras (para abastecer carros), além de 15 mil toneladas de farelo. Na segunda fase, será instalado outro módulo com capacidade de produzir 20 milhões de litros por ano. Daí, vamos fazer etanol anidro, que é usado pelas distribuidoras para misturar na gasolina. Na terceira fase, chegaremos a R$ 500 milhões de investimento total e capacidade de 80 milhões de litros de etanol por ano e 120 empregos – diz Cássio, sem dar previsão de quando todo o complexo estará concluído.

Segundo Cássio, além de resolver um problema dele, de aproveitamento do trigo de baixa qualidade, a usina ajudará outros produtores, que terão uma opção mais vantajosa para vender esses grãos que tiveram perdas por causa da chuva. À medida que a fábrica de etanol crescer, poderá incentivar agricultores a plantar trigo, pois terão garantia de renda até para o grão de baixa qualidade.

Tendo usina na região, pode reduzir o custo do etanol usado para misturar na gasolina e baratear preços (leia mais abaixo).

Custo é de R$ 0,25 por litro para trazer anidro do Centro-Oeste

Atualmente, praticamente todo o etanol hidratado (usado puro para carros movidos a álcool) e o anidro (usado para misturar na gasolina) vendido no Rio Grande do Sul é trazido de Estados como Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Em Santa Maria, a distribuidora Santa Lúcia, que atende toda a região, traz 12 carretas de etanol por semana do Mato Grosso do Sul, com 60 mil litros cada. Segundo o diretor executivo da distribuidora, Gustavo Sonza, cada viagem de carreta custa R$ 10 mil, ao custo de frete de R$ 0,25 por litro de etanol anidro. Ele diz que, logisticamente, será muito vantajoso ter uma usina de etanol na região, pois reduzirá custos de frete e tempo de viagem, já que costuma levar 3 a 4 dias para cada carreta ir até Mato Grosso do Sul e voltar. Segundo ele, há muitas variáveis a serem levadas em conta, pois dependerá também do preço cobrado pela usina de Santiago e pelas demais previstas para o Rio Grande do Sul.

– Vai dar agilidade de atendimento, até para compras pontuais de etanol anidro. Quanto a contratos anuais, vai depender do preço cobrado e da capacidade. Pode ser vantajoso também para o etanol hidratado, que encarece muito por causa da tributação. Além disso, os impostos da usina ficarão no Rio Grande do Sul – diz Sonza.

Fonte: Diáriosm.


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