Estas aplicações destacam como a tecnologia de ozônio fornece às operadoras de estações uma solução eficiente e confiável de desinfecção
Gerador de ozônio da ETA Langenau na Alemanha (foto: Xylem)
Os efeitos das substâncias endócrinas e dos micropoluentes persistentes no nosso ecossistema geralmente demandam uma solução de tratamento extensiva. O ozônio é um dos mais poderosos oxidantes disponíveis comercialmente e é comumente usado no Tratamento de água e efluentes municipais.
Poluentes, substâncias coloridas, odores e microrganismos são diretamente destruídos pela oxidação sem criar subprodutos clorados prejudiciais ou resíduos significativos. Se decompondo em oxigênio à medida que reage, o ozônio fornece uma alternativa custo efetiva e sustentável à oxidação envolvendo cloro, adsorção ou outros processos de separação.
Combinando ozônio com ultravioleta (UV) ou peróxido, processos oxidativos avançados (POAs), reduz-se até a mais persistente das substâncias. Os POAs ajudam a tornar inofensivos outros poluentes da água que previamente eram não degradáveis. Esses benefícios estão levando o uso do ozônio a outras aplicações além do tratamento de água e efluentes, incluindo, reúso, remoção de lodo, água de processo e água de resfriamento.
O uso de ozônio é geralmente o processo mais efetivo para fornecer água potável de qualidade. Adicionalmente à eliminação de bactérias, vírus e muitos outros contaminantes orgânicos e inorgânicos, o ozônio não deixa nenhum subproduto clorado nem o desagradável gosto e odor de químicos.
As aplicações abaixo oferecem um conhecimento do ozônio como oxidante sustentável e método de tratamento flexível que fornece às operadoras de plantas uma solução de desinfecção custo efetiva, eficiente e confiável.
Upgrade de Estações de Tratamento de Água (ETAs)
Uma das maiores companhias de fornecimento de água da Alemanha, Landeswasserversorgung, selecionou um sistema de ozônio estado da arte quando fez o upgrade da sua ETA Langenau.
A estação trata o suprimento de água potável para mais de 250 cidades, incluindo Stuttgart, Ulm e Aalen, com uma produção anual acima de 90 milhões de metros cúbicos. A água do Rio Danúbio é desinfectada usando uma combinação de floculação, ozonização e filtração multicamadas.
O sistema escolhido para o upgrade consistiu de um gerador de ozônio com capacidade máxima de produção de ozônio de 21,6 kg/h, a partir de oxigênio líquido (LOX), a uma concentração de 12% em peso. O ozônio é injetado usando-se um complexo sistemas de injetores seguidos de vários misturadores estáticos, cobrindo uma ampla faixa de condições de vazão e com capacidade standby. O sistema facilitou o tratamento de uma vazão de 7.200 m³/h de água bruta com uma dosagem de ozônio de 3 g/m³ para desinfecção, remoção de odores e melhoria do gosto.
Primeiro ozônio no Vietnã
A ETA 2 Tan Hiep, da Saigon Water Corporation, na cidade de Ho Chi Minh escolheu uma solução de tratamento avançada, incluindo a primeira aplicação de tratamento com ozônio do Vietnã, como parte da ampliação da estação existente.
A cidade de Ho Chi Minh depende muito dos rios para o fornecimento público de água, com a água bruta retirada dos rios Dong Nai e Saigon, ambos poluídos pelas descargas de áreas residenciais, hospitais, fábricas, meios de transporte aquáticos, fazendas e mesmo lixões, de acordo com um estudo de novembro de 2013 feito pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos sediado na cidade de Ho Chi Minh. A solução usará ozônio para destruir diretamente substâncias coloridas, odores e microrganismos, sem criar subprodutos clorados indesejáveis ou resíduos significativos.
O upgrade vai aumentar a produtividade da estação, permitindo a produção de 300.000 m³ de água potável por dia, que vai beneficiar os 1,5 milhão de habitantes da cidade de Ho Chi Minh.
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Planta de ozônio na Austrália
Micropoluentes geralmente exigem que as operadoras de estações de tratamento de efluentes (ETEs) olhem além das tecnologias existentes para obter níveis adequados de desinfecção.
Em 2012, cinco sistemas de ozônio, com bombas, foram fornecidos para otimizar as operações em um tratamento terciário na Eastern Treatment Plant (ETP) da Melbourne Water, Austrália. A agora a maior planta de ozônio municipal do continente e uma das maiores do mundo, ocupa 1.100 hectares e trata cerca de 330 milhões de litros de esgoto por dia – 40% do esgoto total de Melbourne.
O novo sistema deu à ETP uma capacidade de pico de ozônio de 625 kg/h para uma vazão de projeto de 30.000 m³/h. A estação gera um efluente que protege o ambiente marinho e é adequado para reúso não potável, incluindo irrigação.
Tratamento de lodo
A tecnologia de ozônio apresenta uma solução altamente efetiva para o tratamento de lodo. A municipalidade de Ardea, província de Roma, recentemente lançou um programa de desenvolvimento que incluiu a criação de um serviço eficiente de tratamento capaz de tratar o efluente de uma população de mais de 70.000.
Considerando que a planta em Ardea produz 3.000 toneladas de lodo por ano, um requisito chave para a solução de tratamento de efluentes foi a redução do lodo para diminuir os custos com a disposição e com os homens-hora.
A tecnologia de ozônio selecionada resultou em uma redução de 43% na quantidade de lodo sendo produzida, economizando mais de 170.000 euros anualmente. Os homens-hora requeridos para remover e dispor o lodo decresceram significativamente. Também reduziu dramaticamente a quantidade de bactéria filamentosa.
Água subterrânea contaminada
Instalação com container do sistema de ozônio e tanque de reação na Bayernoil, Alemanha (foto: Xylem)
A Bayernoil na Alemanha produz gases líquidos, combustível, diesel, óleo para aquecimento e betume a partir de 12 milhões de toneladas de petróleo cru por ano. Em sondagens realizadas, a Bayernoil identificou três locais contaminados nas suas instalações que mostraram poluição das águas subterrâneas e do solo com compostos aromáticos. Benzeno; o-, m-, e p-xileno; e mesitileno foram detectados em concentrações médias de 5 mg/l com picos de até 13 mg/l.
Para atender o limite de descarga estabelecido pelas autoridades bávaras, a empresa precisava tratar eficientemente a água subterrânea contaminada antes de ser lançada no Rio Danúbio. Após uma meticulosa comparação de investimento previsto e custo operacional, a Bayernoil escolheu uma solução baseada em ozônio. Desde o seu comissionamento em julho de 2006, o sistema de ozônio tratou uma vazão média de 1.200 m³ por dia, com picos de 2.160 m³ por dia com uma dosagem média de ozônio de aproximadamente 20 g/m³, atendendo os requisitos do usuário e os limites de descarga.
Dependendo da composição dos efluentes e da concentração dos poluentes, o sistema de ozônio pode ser operado de 5 a 100%, oferecendo flexibilidade e reduzindo os custos operacionais.
Nota: artigo de autoria de Tim Puehmeier, gerente de produto da Xylem.
Fonte: Pumps and Systems, adaptado por Portal Tratamento de Água – www.tratamentodeagua.com.br