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Singapura inaugura quinta usina de dessalinização, que é 5% mais eficiente em energia

Singapura inaugura quinta usina de dessalinização no domingo (17 de abril), que é cerca de 5% mais eficiente em termos energéticos do que as usinas de dessalinização convencionais.

Devido à sua localização anexa à uma usina de energia existente, a Usina de Dessalinização de Jurong Island pode economizar por volta de 5.000 megawatts-hora por ano, equivalente às necessidades anuais de energia de aproximadamente 1.000 residências, segundo o Conselho de Habitação e Desenvolvimento

Singapura inaugura quinta usina de dessalinização

Foto Divulgação PUB – Uma vista aérea da Usina de Dessalinização da Ilha Jurong

A nova instalação, que está em operação desde o início deste mês, foi inaugurada oficialmente pelo vice-primeiro-ministro Heng Swee Keat e pela ministra da Sustentabilidade e Meio Ambiente Grace Fu no domingo.

A planta de 3,7 hectares pode produzir até 30 milhões de galões de água potável por dia, o equivalente a 55 piscinas olímpicas ou até 7% da demanda diária de água de Singapura.

Construída em conformidade com o modelo de “Projeto, Construção, Posse e Operação” (DBOO), a Usina de Dessalinização da Ilha de Jurong será operada por um consórcio formado pela Tuas Power e ST Engenharia por um período de 25 anos. O consórcio foi o licitante vencedor para executar o projeto em 2017.

A nova usina de dessalinização está situada no Complexo de Multi-Utilidades Tembusu (TMUC) da Tuas Power, que está em funcionamento desde 2013 e já abriga uma usina elétrica.

Estar localizada nas proximidades e integrada com a central elétrica da TMUC permite que a nova central de dessalinização “obtenha cooperação de recursos”, como, por exemplo, o compartilhamento de estruturas de captação e emissão de água do mar, bem como a energia das instalações de geração na planta, disse o PUB*, Conselho de Utilidade Pública de Singapura e o consórcio. *PUB também conhecido como Agência Nacional de Água de Singapura

Por exemplo, a água de alimentação para a Usina de Dessalinização da Ilha Jurong vem da água do mar que a usina usa para fins de resfriamento. Esta água é então canalizada para a usina de dessalinização onde começa o processo de tratamento da água.

Isso ajuda a fornecer “uma água de alimentação ligeiramente mais limpa”, pois há uma filtração mínima no ponto em que a água do mar entra no TMUC. A Usina de Dessalinização da Ilha Jurong também se beneficia de um custo reduzido de bombeamento de água do mar como resultado, disse o presidente e executivo-chefe da Tuas Power, Jiang Hanbin, em um discurso proferido na cerimônia de abertura.

Outro aspecto de economia de energia vem de como a energia necessária para a nova usina de dessalinização é extraída do gerador instalado na usina, explicou Tan Chek Jiang, da Tuas Power, gerente da Usina de Dessalinização da Ilha Jurong. Isso ajuda a economizar nas tarifas de rede, reduzindo assim os custos operacionais da planta.

Soluções inovadoras

Mas construir uma usina de dessalinização completa, na infraestrutura existente, exigia soluções de engenharia “inovadoras”, disseram seus construtores.

Isso incluiu a criação de sistemas modulares em diferentes áreas do processo de dessalinização e a pré-fabricação de equipamentos, como as unidades de osmose reversa, para simplificar e agilizar o processo de montagem.

“O projeto e a construção da Usina de Dessalinização de Jurong Island proporcionaram à ST Engineering a oportunidade de alavancar nossa experiência em projetos de engenharia de grande escala no setor marítimo, para fornecer soluções complexas de engenharia ambiental”, disse o presidente da ST Engineering para marinha Ng Sing Chan.

Além de ser uma das usinas com maior eficiência energética em Singapura, a Usina de Dessalinização de Jurong Island também está equipada com os mais modernos equipamentos de tratamento de água e tecnologias de membrana, como flotação por ar dissolvido, ultrafiltração e osmose reversa. Altamente automatizada, ela precisa de apenas uma equipe de três homens para executar as operações de toda a planta, a partir de uma sala de controle.

 


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Tornando a dessalinização mais eficiente energeticamente

A construção da Usina de Dessalinização de Jurong Island começou em 2018 e estava inicialmente prevista para ser inaugurada em 2020, mas enfrentou atrasos devido à pandemia de COVID-19, que causou escassez global de materiais e recursos. Restrições de fronteira e medidas de gestão seguras também trouxeram dificuldades para a conclusão da usina.

As outras quatro usinas de dessalinização do país são:

  • Usina de Dessalinização SingSpring;
  • Usina de Dessalinização Tuas Sul;
  • Usina de Dessalinização Tuas; e
  • Usina de Dessalinização Keppel Marina East.

Estas iniciaram suas operações em 2005, 2013, 2018 e 2020, respectivamente.

A dessalinização, que envolve a conversão da água do mar em água potável, é uma das “quatro torneiras nacionais” de Singapura. As outras três fontes são água de captações locais, água importada de Johor and NEWater, que é tratada a partir de água usada.

“Embora a dessalinização da água do mar seja a maneira mais cara de produzir água, devido à energia necessária, ela é uma fonte essencial de água potável para Singapura”, disse o chef executivo do PUB, Ng Joo Hee, no comunicado à imprensa.

Isso porque a dessalinização é imune aos caprichos do clima, acrescentou, observando que as eficiências da Usina de Dessalinização da Ilha Jurong “tornam a energia necessária para a dessalinização muito mais aprazível”.

A dessalinização é um processo que consome muita energia. No momento, a água dessalinizada em Singapura é produzida por osmose reversa, que conduz a água do mar através de membranas para remover sais e minerais dissolvidos.

A tecnologia usa cerca de 3,5 quilowatts-hora por metro cúbico (kWh/m3) de energia para tornar a água do mar potável, de acordo com o PUB, que vem explorando maneiras de reduzir a energia necessária.

Falando na cerimônia de abertura, o Sr. Heng observou que a PUB construirá uma Planta de Validação Integrada de Dessalinização em Pasir Ris para testar tecnologias promissoras para implementação em plantas de dessalinização em grande escala.

Por meio da ampliação e validação dessas tecnologias, a energia para produzir um metro cúbico de água dessalinizada poderia ser reduzida de 3,5 quilowatts-hora para menos de 2 quilowatts-hora até 2025, disse ele.

Singapura também continuará a dedicar recursos a outras áreas de pesquisa hídrica, no âmbito do plano nacional de Pesquisa, Inovação e Empresa 2025. Isso inclui aumentar a eficiência do tratamento de água usada, bem como desenvolver soluções inovadoras para reduzir o consumo de água industrial, disse o vice-primeiro-ministro.

Embora a conclusão da Usina de Dessalinização da Ilha Jurong marque outro marco importante na jornada da água do país, Heng enfatizou que o país não deve perder de vista o fato de que a segurança hídrica em Singapura não é fácil.

“Podemos não sentir isso em nossas vidas cotidianas, porque não temos mais racionamento de água como na década de 1960, e a água limpa flui facilmente de nossas torneiras. Mas isso não aconteceu por acaso – exigiu um compromisso sustentável de recursos e um forte foco em pesquisa e desenvolvimento”, disse ele, acrescentando que cada uma das quatro torneiras nacionais tem suas próprias limitações, como dependência do clima e custos.

“Mas estou confiante de que continuaremos a encontrar novas maneiras para aumentar a eficiência de nosso abastecimento de água, mesmo que aumentemos nossa resiliência hídrica”, disse Heng.

“Mas, para garantir que tenhamos uma verdadeira segurança hídrica, também não podemos nos concentrar apenas no lado da oferta da equação.” Completou

Atualmente, Singapura consome cerca de 430 milhões de galões de água por dia – o suficiente para encher 782 piscinas olímpicas – com o setor industrial respondendo por mais da metade dessa demanda. As autoridades disseram que a demanda de água deve quase dobrar até 2060.

Com isso, o Sr. Heng pediu a todos que façam sua parte para conservar a água, especialmente as empresas, pois isso também ajudaria a reduzir seus custos operacionais.

“Eu encorajo mais empresas a trabalhar com o PUB para ampliar os limites da conservação da água”, disse ele.

Fonte: Channel News Asia (CNA)
Adaptado para Portal Tratamento de Água
Traduzido por Denise Akemi e Jaqueline Morinelli


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