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Seminário ações e práticas ambientais sustentáveis

O evento teve por objetivo trazer discussões sobre práticas ambientais sustentáveis e inovadoras, e educação.

sustentabilidade

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo – CREA-SP com o apoio do Instituto Água Sustentável- IAS, promoveu no dia 07 de agosto de 2019 o “Seminário Ações e Práticas Ambientais Sustentáveis”, na Avenida Angélica, em São Paulo no auditório do CREA-SP.

A Dra. Talita Simone Lamblem Silva, Diretora Jurídica do Instituto Água Sustentável apresentou o Tema: “Energias Renováveis”.

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Sobre a matriz elétrica brasileira, Talita Lamblem comentou que o país possui basicamente 4 fontes de energia, a principal é a água (hidrelétrica) com 63%, dos ventos (eólica) com 9%, do sol (usinas fotovoltaicas) 1,5% e combustíveis diversos, representando 25% da fonte. Veja o gráfico abaixo.

“A respeito da energia renovável eólica e solar, o problema é que ambas são energias intermitentes” (que não pode ser fornecida continuamente devido a fatores não controláveis). Outro ponto apresentado pela palestrante foi sobre a microgeração e minigeração distribuída.

matriz

De acordo com a Enel Brasil, a regulamentação do tema publicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) engloba a Resolução Normativa nº 482/2012 de 17 de abril de 2012, a Resolução Normativa nº 517 de 11 de dezembro de 2012 e a Resolução Normativa nº 687 de 24 de novembro de 2015; e ainda a Seção 3.7 do Módulo 3 do PRODIST, e determina  as condições técnicas e comerciais para a conexão de micro e minigerações distribuídas ao sistema de distribuição de energia elétrica que as distribuidoras e seus clientes passam a estar submetidos a partir de 15 de dezembro de 2012.

Complementarmente, deve ser consultada a Resolução Normativa nº 414/2010 da ANEEL e a norma técnica da Enel – NT 6.012 – Requisitos Mínimos para Interligação de Microgeração e Minigeração Distribuída com a Rede de Distribuição da Enel com Paralelismo Permanente Através do Uso de Inversores – Consumidores de Média e de Baixa Tensão.

Consulte: NT-6.012 Micro Geração e Mini Geração Distribuida – revisão 05 – Atualizado em 29/04/2019. ​

GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

O que é o Sistema de Compensação de Energia Elétrica?

Entende-se que é o processo que permite ao cliente instalar pequenos geradores de fontes renováveis em sua unidade consumidora. A geração de energia pode ser solar, eólica, biomassa, hídrica e cogeração qualificada. A energia gerada no mês é descontada da energia consumida, proporcionando uma redução no valor da conta de energia do cliente.

  • Microgeração distribuída: central geradora de energia elétrica cuja potência instalada é de até 75kW.
  • Minigeração distribuída: central geradora de energia elétrica cuja potência instalada é superior a 75 kW e menor ou igual a 5MW.

Outra inovação é a geração distribuída em condomínios (empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras). Nessa configuração, a energia gerada pode ser repartida entre os consumidores em porcentagens definidas pelos próprios consumidores.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) criou ainda a figura da “geração compartilhada”, possibilitando que diversos interessados se unam em um consórcio ou em uma cooperativa para instalação do sistema de micro ou minigeração distribuída. É possível utilizar a energia gerada para compensar a energia das faturas dos consorciados ou cooperados.

Créditos de energia

Caso a energia gerada no mês seja superior ao consumo, o consumidor fica com créditos, que podem ser utilizados para diminuir o valor das contas de energia dos meses seguintes. Os créditos excedentes podem também ser usados para abater o consumo de unidades consumidoras do mesmo titular situadas em outro local, desde que na área de atendimento de uma mesma distribuidora. Esse tipo de utilização dos créditos foi denominado “autoconsumo remoto”. O prazo de validade dos créditos é de 60 meses, contados a partir da data de faturamento. Se não utilizados nesse período, os créditos perdem a validade.

Quem pode solicitar?

  • Clientes de Média e Baixa Tensão (Indústria, Comércio e Residência)
  • Monofásicos, Bifásicos e Trifásicos

Modalidades de compensação de energia

  • Auto Consumo Remoto

Unidades consumidoras de titularidade de uma mesma Pessoa Jurídica, incluídas matriz e filial, ou mesma Pessoa Física que possua unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em local diferente das unidades consumidoras, dentro da mesma área de concessão ou permissão, nas quais a energia excedente será compensada.

  • Geração Compartilhada

Caracterizada pela reunião de consumidores, dentro da área de concessão, por meio de consórcio ou cooperativa, composta por pessoa física ou jurídica, que possua Unidade Consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em local diferente das Unidades Consumidoras nas quais a energia excedente será compensada, ou seja, podendo ser de titularidades distintas.

  • Empreendimento com Múltiplas Unidades Consumidoras

Caracterizado pela utilização da energia elétrica de forma independente, no qual cada fração com uso individualizado constitua uma Unidade Consumidora e as instalações para atendimento das áreas de uso comum constituam uma Unidade Consumidora distinta, de responsabilidade do condomínio, da administração ou do proprietário do empreendimento, com microgeração ou minigeração distribuída, e desde que as Unidades Consumidoras estejam localizadas em uma mesma propriedade ou em propriedades contíguas, sendo vedada a utilização de vias públicas, de passagem aérea ou subterrânea e de propriedades de terceiros não integrantes do empreendimento.

O especialista em recursos hídricos e professor Jefferson Nascimento de Oliveira (UNESP/Ilha Solteira) apresentou o “Projeto – ProfÁgua. ”

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O representante da Unesp comentou, que em virtude da lacuna de formação avançada na área de Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, a Agência Nacional de Águas (ANA) solicitou auxílio à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) para a criação de um Mestrado Profissional com esta temática. Iniciou-se a partir de então um diálogo entre atores do SINGREH e grupos de pesquisa em recursos hídricos de diversas universidades no Brasil, a fim de elaborar uma proposta de curso.

Assim, no dia 3 de dezembro de 2014, foi realizado na sede da CAPES em Brasília o primeiro Workshop sobre Mestrado Profissional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos, que tinha como finalidade propiciar a atualização e ampliar o debate sobre a temática de Gestão e regulação de recursos hídricos, de modo que somada a experiência dos meios acadêmicos, estimulasse a orientação para a preparação de uma proposta de curso de Mestrado Profissional em Rede Nacional nesta área.

O objetivo principal desta iniciativa conjunta da ANA junto com a CAPES era de proporcionar formação ampla aos alunos, aliando teoria e prática, de modo a aumentar a eficácia de sua atuação na área de recursos hídricos, com a compreensão e incorporação das dimensões relacionadas à gestão integrada dos recursos hídricos, tais como: qualidade e quantidade, aspectos legais, institucionais e ambientais, disponibilidades hídricas, de regulação, entre outros. Espera-se que o discente desenvolva habilidades, atitudes e valores que aprimorem suas competências pessoais e profissionais e o melhor qualifiquem para lidar com os problemas associados às questões complexas da gestão das águas.

A opção por um mestrado profissional considera o fato de que esta modalidade deve proporcionar o oferecimento de subsídios teórico-conceituais e metodológicos aos profissionais, aprimorando seu desempenho, a partir de uma atuação mais crítica, reflexiva e criativa nos seus ambientes de prática profissional e neste caso, deve ser então uma estratégia de produção de conhecimento sobre Recursos Hídricos a partir da problematização das práticas hoje envolvidas na formação de profissionais, especialmente no âmbito dos Estados e municípios e a criação de um mestrado profissional em rede nacional ampliaria o alcance dessa iniciativa.

universidades

Camila Reggiani da Silva representando a Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP) e Suzano apresentou o “ Tratamento de resíduos sólidos: uma proposta sustentável”.

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A Suzano Papel e Celulose, uma empresa do Grupo Suzano possui 94 anos de existência. Operam hoje no segmento de celulose de eucalipto, comercializada em 31 países, e papel, vendido em mais de 60 países. É a segunda maior produtora global de celulose de eucalipto e está entre as cinco maiores de celulose de mercado.

A empresa possui um estruturado programa de gerenciamento de resíduos, que busca orientar os colaboradores quanto ao registro, manuseio, armazenamento temporário, disposição adequada e cuidados ambientais de resíduos gerados nas diferentes atividades desempenhadas. Todo esse processo confere segurança à equipe e ao meio ambiente, e faz com que sejam evitadas misturas indesejáveis, favorecendo o reaproveitamento, reciclagem e destinação final adequada.

Um dos exemplos citados pela representante da Suzano, foi a Unidade de Jacareí (SP). De acordo com os dados da empresa, em 2018, houve uma redução expressiva na geração de lodo biológico de 22.886 toneladas em relação a 2017. Isto foi possível devido ao start up do secador de lodo biológico instalado na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), que, além da redução da geração, possibilitou o aproveitamento energético do lodo seco na caldeira de biomassa.

Outra Unidade mencionada foi a de Três Lagoas (MS). Em relação a captação de água, em 2018 conquistou o melhor resultado da história da unidade, com captação igual a 26,3 m³/tsa, redução de 11% em relação a 2017. Além disso, no ano recuperaram-se aproximadamente 520 mil m³ de água pluvial presente nas lagoas localizadas na unidade. Esta água pluvial é direcionada para a entrada da Estação de Tratamento de Água (ETA), reduzindo a captação de água do rio Paraná.

Sobre o resíduo, em 2018 conseguiu o menor resultado de envio de resíduos para aterro, considerando-se o envio de resíduo por tonelada de celulose produzida, com redução de 23% em relação a 2017. A média ponderada das duas linhas de produção apresentou um resultado de 16 kg/tsa, com diminuição de 20% em relação a 2017. Como principais ações, obteve maior venda de lodo primário, queima de lodo biológico e misto, reaproveitamento de areia gerada na cobertura do aterro sanitário e aproveitamento da lama de cal como subproduto industrial e agrícola.

“Devemos estar atento as oportunidades, questão de resíduos, principalmente valorização energética e comentar essas atividades junto as empresas e nos processos que estivermos operando. É muito trabalhoso, mas os resultados são certos”, concluiu Camila Reggiani da Silva.

 

Gheorge Patrick Iwaki

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Portal Tratamento de Água

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