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Samae/RS pretende reduzir em 20% a perda de água e ampliar tratamento de esgoto nos próximos quatro anos

Atualmente, metade de toda a água tratada na cidade é desperdiçada.

esgoto

Até 2025, o índice de água tratada desperdiçada na rede de distribuição de Caxias do Sul deve cair cerca de 20%. Ao menos essa é a meta do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), prevista no projeto de lei do Plano Plurianual (PPA), em análise na Câmara de Vereadores. Atualmente, metade do total de 1,4 bilhão de litros tratados por mês é considerado perdido, seja por vazamentos na rede ou outros fatores, como ligações clandestinas. O objetivo é baixar o índice para 40%.

Segundo o diretor-presidente do Samae, Gilberto Meletti, são vários os fatores que contribuem para que a água saia da estação de tratamento e não chegue na casa dos consumidores. Um dos principais é a defasagem da rede, que em alguns pontos da cidade chega a ter 40 anos. As tubulações mais antigas eram construídas em metal e fibrocimento, materiais mais sujeitos ao desgaste do tempo e, consequentemente, a rompimentos, nem sempre aparentes. O material usado atualmente é PVC, muito mais durável. Por conta disso, o objetivo da autarquia é substituir ao menos três quilômetros de rede por ano, totalizando 12 quilômetros entre 2022 e 2025, período que compreende o PPA.


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Equipamentos

A rede de distribuição, contudo, não é o único ponto de desperdício. Vazamentos costumam ocorrer também em estações de bombeamento, que o Samae planeja modernizar com equipamentos mais eficientes. Entram na conta das perdas ainda a água que chegou ao consumidor, mas não foi contabilizada. É o caso de loteamentos com fornecimento por caminhões-pipa, como o Altos de Galópolis, as ligações clandestinas e o desgaste dos hidrômetros, que ao longo do tempo passam a marcar para menos, segundo Meletti.

— Se mede a saída do sistema e depois o que foi hidrometrado. A diferença é a perda. Como se tem uma cidade total com rede, é um sistema muito grande, complexo. O trabalho de manutenção da rede tem que ser permanente. Tudo envelhece, tem manutenção e desgaste — aponta Meletti.

No caso do Altos de Galópolis, que conta com cerca de mil famílias, o consumo hidrometrado está previsto para começar em maio, o que permitirá reduzir o volume destinado ao loteamento do cálculo das perdas. Inicialmente, o abastecimento se dará por reservatórios, mas uma nova adutora de nove quilômetros será construída para atender o bairro. A tubulação entra no plano de construção de 20 quilômetros de novas redes para os próximos quatro anos.

Tratamento de esgoto

O Plano Plurianual também prevê que o Samae amplie dos atuais 80% para 90% o esgoto tratado em Caxias do Sul. Para atingir o objetivo, contudo, não bastam somente estações de tratamento de esgoto (ETEs). É necessário também aprimorar a rede que leva os resíduos até elas.

Historicamente, as tubulações de esgoto construídas na cidade eram mistas, canalizando de forma conjunta os resíduos residenciais e a água da chuva. Para melhorar a eficiência no tratamento dos dejetos, porém, o ideal é que exista uma tubulação específica para cada tipo de esgoto, a chamada rede com separador absoluto.

Atualmente, Caxias tem apenas 600 quilômetros de rede com separador absoluto, o que corresponde a 20% do total. Essa canalização leva os resíduos para as ETEs já existentes para receberem a destinação correta. Entre a rede mista, atualmente 58% tem ligação com ETEs, mas, como não há separação, o tratamento é menos eficiente.

— A intenção é ampliar de 20% para 30% a rede com separador absoluto. Com isso, o resíduo chega mais puro, com menos água e as bactérias do próprio resíduo têm uma reação melhor — explica Meletti, acrescentando que a ampliação na rede exclusiva representa 40 quilômetros de tubulações implantadas nos próximos quatro anos.

A melhoria do tratamento de esgoto também passa por reformas e ampliações das ETEs. O PPA prevê a desativação da ETE Dal Bó com o tratamento sendo absorvido pela ETE Cânyon, que será ampliada. A ETE Tega também deve passar por modernização.

O total de recursos necessários estipulado no PPA para que as metas até 2025 sejam cumpridas é de R$ 593,5 milhões. As melhorias também têm o objetivo de adequar o município ao novo marco do saneamento, que prevê acesso universal à água e esgoto até 2033.

Fonte: Gaúcha ZH.

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