A Organização das Nações Unidas (ONU) busca engajar autoridades dos diversos poderes, iniciativa privada e a sociedade civil para garantir a segurança hídrica mundial.
Estimativas sobre o desperdício de água e movimentos para a otimização dos sistemas de coleta e tratamento de esgoto das águas residuais urbanas estão indo no caminho da sustentabilidade, mas em pequenos passos.
Dados divulgados pela instituição projetam que até 2030, o consumo e demanda por água no planeta cresça em torno de 50%. Concomitantemente, praticamente 80% do esgoto produzido pela população retornam à natureza, sem passar por nenhum tratamento visando seu reaproveitamento.
De acordo com estudos da ONU Hábitat, cerca de 1,8 bilhão de pessoas no planeta utilizam fontes contaminadas de água para consumo humano. Além disso, anualmente mais de 842 mil mortes são relacionadas à falta de saneamento e higiene da água utilizada. O que é chamado de reúso, é o devido tratamento das águas residuais urbanas e posterior reutilização nas atividades cotidianas, irrigação agrícola, reaproveitamento por indústrias de grande porte e sistemas de aquecimento e resfriamento.
Política nacional de tratamento e reúso das águas residuais
É obvio que cada região do País possui suas necessidades e potencialidades específicas, porém construir uma política nacional de tratamento e reúso das águas residuais é vital para nosso desenvolvimento.
No Brasil, o tema do reaproveitamento de água e ampliação do tratamento e saneamento é gerido pela Agência Nacional de Águas (ANA), que monitora a qualidade das águas superficiais e subterrâneas do País.
O Departamento de Implementação de Projetos Indutores foi colocado como prioridade dentro dessa instituição, pois ele prima pelo reúso inteligente da água e o tratamento do esgoto produzido pela população brasileira. Vale ressaltar que o reúso praticamente não existe no Brasil, seja por falta de informação, ou pelo próprio medo vinculado à eficácia do tratamento das águas residuais.
Fato é que tecnologias de reúso e projetos de dessalinização da água do mar já existem e estão sendo amplamente empregadas em países como Suécia, Israel, Alemanha, Japão, Holanda, Cingapura e Noruega. O que falta no Brasil são formadores de opinião que atentem para essa temática e iniciativas de engajamento da classe política para que projetos piloto e iniciativas pontuais de segurança hídrica tragam o reúso, a dessalinização e o reaproveitamento da água para a mesa de estudo e discussão no País.