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Inovação, investimento e integração são chave para sucesso no sistema de reciclagem de descartáveis

Reciclagem de Descartáveis

Pesquisadores da USP analisam papel de diferentes atores nas economias circulares, voltadas para a sustentabilidade

reciclagem de descartáveis

A economia circular é uma nova forma de pensar o modelo econômico e que se opõe à lógica linear de extração de matéria-prima e descarte dos produtos após o uso. Nesse modelo, o resíduo do material pós-consumo é reinserido no processo produtivo para integrar a fabricação de novos produtos. Para entender as estratégias e os atores dessa economia — o ecossistema circular —, pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP analisaram o ecossistema da fabricação de embalagens cartonadas (feitas de papel, plástico e alumínio).

Com o objetivo de entender melhor os papéis dos atores de um ecossistema circular brasileiro, o estudo identificou as três ações principais de orquestradores nos sistemas: inovar, investir e integrar.

O ator principal

Dentro de um ecossistema circular, há muitos atores envolvidos, como os fabricantes das embalagens, coletores e recicladores, mas há um ator fundamental, o orquestrador, que é alguém que consegue engajar outras pessoas para a ação.

“O orquestrador é uma empresa que tem poder maior dentro do ecossistema. Esse ator tem mais responsabilidades, e é ele que vai poder, no nosso caso, como resultado da pesquisa, fazer as três principais ações”, explica Adriana Hofmann, doutoranda em Engenharia de Produção na EESC.

A primeira das três ações é a inovação, que acontece através de mudanças nos produtos e na linha de produção. O orquestrador específico do estudo, por exemplo, inovou no design da embalagem, colocando um QR Code para mostrar para o consumidor como descartar adequadamente o material.

Investir — a segunda ação — é fundamental “para que essas embalagens sejam de fato recicladas.

“Há toda uma infraestrutura de mecânica para operacionalizar esse ecossistema. O orquestrador vai poder apoiar outros atores através de investimento financeiro para que outros atores possam se desenvolver”, explica Hofmann.

Por fim, o orquestrador aproxima novos integrantes que possam contribuir para a circularidade do ecossistema, uma atividade chave para viabilizar a reciclagem das embalagens.


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As ações dos orquestradores são essenciais frente aos maiores desafios da economia circular, que são o gasto financeiro, que só terá retorno em longo prazo, e o alinhamento de atores, para que todos estejam engajados.  Uma outra questão apontada pela pesquisadora é o problema da informalidade.

“No Brasil, em geral o processo de coleta é realizado por catadores de resíduos que não possuem uma infraestrutura adequada. Eles não conseguem acessar todos os benefícios que o ecossistema circular poderia proporcionar para eles, então existe essa questão da alta taxa de informalidade, que dificulta o processo de logística reversa e reciclagem dos materiais.”

Adriana Hofmann

O estudo também observou nos ecossistemas estudados um forte impacto da cadeia dos atores e do engajamento de cada um nos resultados finais.

“Dificilmente uma única empresa terá todas as capacidades para se inserir sozinha em uma economia circular, por isso é importante que elas estabeleçam parcerias e estejam presentes em ecossistemas circulares. Assim, elas conseguem dividir a infraestrutura e ter um suporte muito maior para poder desenvolver iniciativas sustentáveis”, destaca Adriana Hofmann.

Fonte: Jornal da USP


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