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III Seminário Técnico “Revitalização de Rios Urbanos”

A Associação Águas Claras do Rio Pinheiros em parceria com a FCTH ( Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica ) promoveram o III Seminário Técnico “Revitalização de Rios Urbanos”.

O evento foi realizado, no Auditório do CTH – Centro Técnico de Hidráulica da USP, na Cidade Universitária, em São Paulo. Desta vez, foi apresentado um projeto inovador de Gestão do Sistema de Esgotos da Lagoa de Araruama no Estado do Rio de Janeiro.

Wagner Oliveira de Carvalho, Gerente de Projetos Sênior da AEGEA / Prolagos foi o palestrante do seminário. O projeto da concessionária de água e esgoto da Região dos Lagos do Rio, venceu uma das categorias do “Be Inspired Awards” na Conferência “The Year in Infrastructure 2015”, em Londres, na Inglaterra. O prêmio, considerado a premiação máxima da engenharia, reconheceu o projeto de inovação em modelagem hidráulica do sistema de abastecimento de água da Prolagos, que concorreu com as mais importantes empresas do mundo na área.

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O projeto vencedor surgiu através da pesquisa e análise do gestor Wagner Carvalho, que buscou otimizar o sistema de abastecimento de água, aplicando os melhores recursos tecnológicos, além de elaborar o Plano Diretor de Água (PDA) da concessionária. O objetivo do PDA é o planejamento de médio e longo prazo de todo o sistema de distribuição de água, a busca pela maioria da eficiência para atendimento da população e a redução do consumo de energia, ou seja, a melhor combinação hidráulica entre redes, adutoras, reservatórios e unidades de bombeamento, visando o futuro sustentável dos recursos naturais da região.

Segundo Wagner de Carvalho, a Laguna Araruama ( conhecida erroneamente como Lagoa ), com 220 km² de superfície, é o maior ecossistema lagunar hipersalino em estado permanente do mundo, banhando os municípios de Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Arraial do Cabo. A região possui cerca de 400.000 habitantes residentes e na alta temporada atinge 2 milhões de pessoas.

Durante décadas, a Lagoa Araruama depurou toneladas de esgotos isentos de qualquer tratamento prévio. O estreitamento do Canal do Itajurú, que liga ao mar, diminuiu o volume de troca de água com o oceano. A lenta renovação da lagoa fez com que a poluição orgânica ficasse retida. A queda da salinidade e a entrada de nutrientes pelos esgotos, associada à falta de dragagem, ao elevado tempo de residência da água, ao manilhamento dos canais e ao estreitamento do Canal do Itajurú, causaram sérias consequências.

“No verão de 1997 apareceram os sintomas de colapso: um intenso processo de eutrofização com uma superproliferação de algas deu sinais evidentes de que a capacidade de depuração da lagoa estava se esgotando. Nesse mesmo ano teve início a Concessão Prolagos e em 2002 a Repactuação do Contrato com o sistema de “coleta a tempo seco” que consiste na interceptação do esgoto presente nas galerias da rede pluvial, evitando que o mesmo seja despejado in natura no meio ambiente. Coube à Prolagos a instalação de coletor-tronco (interceptores, recalques), caixas coletoras e construção de Estações Elevatórias, que transportam o esgoto às Estações de Tratamento (ETE) da concessionária”, explicou.

Em 2002, o Consórcio Intermunicipal Lagos São João, o Poder Concedente, as ONGs, a Agência Reguladora e o Ministério Público definiram mudanças no contrato de concessão da Prolagos no que diz respeito à recuperação da Lagoa Araruama.

Eles reconheceram que era impossível executar, em curto prazo, as redes coletoras separadoras que o sistema regional necessitava. Sozinhas, estas redes consumiriam cerca de 70% dos recursos previstos para serem aplicados em esgoto durante toda a concessão.

Juntos, definiram pela utilização provisória dos sistemas de drenagem pluvial como coletores, uma vez que os esgotos já estavam lá. Estes seriam direcionados através de tomadas de tempo seco para Estações Elevatórias (EE) e Estações de Tratamento de Esgotos (ETE), o que levaria a uma redução imediata e maciça da carga orgânica que chegava à Lagoa Araruama.  Com isso, quase 100% dos esgotos seriam captados e tratados durante 95% do ano (período sem chuvas).

A preocupação com o meio ambiente e ecossistema da Região dos Lagos é contínuo e por isso, a companhia faz o monitoramento da qualidade da água em diferentes pontos da Lagoa Araruama em que há o despejo do efluente tratado das ETEs, a fim de garantir a eficácia do sistema de tratamento empregado.

Nos diversos pontos de monitoramento, são analisados os parâmetros físico-químicos, como turbidez, salinidade, oxigênio dissolvido, pH, temperatura, fósforo total, nitrogênio total, DBO e coliformes fecais.

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Fonte : Wagner Oliveira de Carvalho

Entre as medidas em execução que beneficiam diretamente a Lagoa estão :

– Cinturão coletor no entorno da Lagoa Araruama

– Implantação de interceptores de esgoto em Cabo Frio

– Construção da ETE Jardim Esperança, em Cabo Frio

– Ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto de São Pedro da Aldeia (antecipada)

Desde então, diversos indicadores comprovam as melhorias na Lagoa, como o aumento da quantidade, do peso e da variedade dos peixes. Outra mudança verificada refere-se à diminuição das quantidades de nitrogênio e fósforo na água, o que representa maiores índices de despoluição.

“A Gestão Participativa foi fundamental para a evolução e consolidação do projeto que não se encerra, mesmo porque já se busca a implantação de novas fases como: o investimento em redes coletoras, incluindo participação pública e ampliação das estações de tratamento além de replicar o modelo de gestão participativa para as outras concessões do grupo”, salientou Wagner de Carvalho.

A holding AEGEA no qual a Prolagos faz parte é uma das maiores companhias brasileiras de saneamento do setor privado. Atende cerca de 3,6 milhões de pessoas em 42 municípios de 8 estados brasileiros. A empresa foi criada em 2010 como holding de saneamento do Grupo Equipav, que acumula mais de 50 anos de experiência na área de infraestrutura e mais de dez anos na área de saneamento. Atua como administradora de concessões públicas, operando em todos os processos do ciclo integral da água. Os ativos de saneamento são gerenciados por meio de concessões plenas ou parciais e parcerias público-privadas.

Referência : Prolagos

Gheorge Patrick Iwaki
[email protected]
Responsável Técnico do Portal Tratamento de Água
www.tratamentodeagua.com.br

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