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“Brasil tem tudo para liderar soluções baseadas na natureza (SBNs)”, diz Bruce Keith, diretor de investimentos da IFC

Para líder de investimentos climáticos da IFC, investir em SBNs é investir no desenvolvimento do país

Para líder de investimentos climáticos da International Finance Corp (IFC), instituição ligada ao Banco Mundial, investir em SBNs é investir no desenvolvimento do país

Com um dos maiores sumidouros de carbono do mundo – as florestas – o Brasil está em posição privilegiada para liderar a agenda de Soluções Baseadas na Natureza (SBNs) e pautar o restante do mundo nesse tema.

“SBNs são essenciais para o combate às mudanças climáticas e atração de investimento de impacto positivo. O Brasil deve tomar uma posição de liderança no mundo, não esperar apenas o capital estrangeiro e orientações de outros governos”, disse Bruce Keith, diretor de investimentos da International Finance Corp (IFC), instituição ligada ao Banco Mundial.

Durante passagem recente ao Brasil para participar do lançamento de uma rede colaborativa encabeçada pela plataforma Capital for Climate (C4C) que busca alavancar investimentos em projetos na área, Keith falou ao Um Só Planeta sobre o papel do Brasil dentro desse emergente mercado. Segundo ele, o país deve tomar a liderança e determinar protocolos para investimentos em SBNs não apenas para combater o desafio climático, mas também para o próprio desenvolvimento.

Soluções Baseadas na Natureza são intervenções para proteger, gerenciar de forma sustentável e restaurar ecossistemas naturais, que ajudam a enfrentar problemas socioambientais como a emergência climática. Uma das principais frentes é a recuperação de pastagens e áreas degradadas por meio de reflorestamento, o que gera oportunidade para captação de carbono e venda de créditos.


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“Se fizermos isso aqui, poderemos replicar em outros lugares. Por que esperar que venha de fora se o país tem histórico, conhecimento sofisticado e recursos para levar esse mercado adiante”, questionou, destacando que o governo precisa não apenas dar as regras do jogo de forma transparente e organizada a fim de gerar confiança no mercado, mas também agir como uma catalisador de recursos.

“O governo tem o poder de dar estrutura, regulamentação. E as finanças públicas, embora tenham seus limites, ajudam a promover o financiamento privado também. A própria criação de fundos, como o Fundo Amazônia, é um fator de atração”, afirmou. Keith reconhece que o maior volume de investimento para SBNs pode vir do setor privado.

“Confiança é principal preocupação de investidores quando se fala em soluções baseadas na natureza. É preciso haver confiança no sistema regulatório, é preciso ter confiança de que o mercado é transparente, capaz de entregar e tem governança. Investimentos seguem o ritmo do nível de risco que podem tolerar”, afirmou.

Em todo o mundo, governos têm buscado criar regras para o comércio regulado de créditos de carbono. No setor privado, muitas iniciativas surgiram para fornecer créditos para os mercados voluntários de carbono, lançando mão de programas de certificação como a da Verra (recentemente envolvido em polêmicas) e o Gold Standard, que credenciam e monitoram os créditos. Mas o mercado continua a levantar preocupações sobre a falta de transparência, oferta limitada e efetiva qualidade dos projetos.

Na tentativa de responder a essas dificuldades, Keith lembra que o Banco Mundial lançou no ano passado a plataforma The Climate Action Data Trust (CAD Trust), que integra todos os dados dos projetos de crédito de carbono em um só lugar e disponibiliza-os ao público gratuitamente. Na prática, o sistema, parte da iniciativa maior Climate Warehouse, usa tecnologia blockchain para harmonizar os dados de registro de carbono sob uma taxonomia comum e demonstrar a interoperabilidade entre os registros de carbono, que atualmente é complicada pelo uso de diferentes sistemas de gerenciamento de dados e taxonomias.

Fonteumsoplaneta


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