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Hoje, cada tonelada de carbono emitida é 4 vezes mais prejudicial para o mundo do que era há 10 anos, diz estudo na Nature

Hoje, cada tonelada de carbono emitida é 4 vezes mais prejudicial para o mundo do que era há 10 anos, diz estudo na Nature

Estimou-se que, nos últimos 10 anos, o custo social do carbono aumentou em proporção superior a quatro vezes – de US$ 9 para US$ 40, considerando uma previsão de mudanças menos impactantes no clima, e de US$ 122 para US$ 525 no cenário em que são considerados impactos mais fortes do carbono sobre a vida das pessoas.

A investigação analisou mais de 5,9 mil estimativas de 207 artigos publicados até 2021 e aponta a necessidade de uma política climática mais rigorosa em restrições e taxações ao carbono. Isso principalmente porque a avaliação das mudanças climáticas e dos seus impactos se tornou “muito mais pessimista” ao longo do tempo, diz o Phys.org, que analisou o estudo.

Richard Tol, professor de economia da University of Sussex Business School, disse ao veículo que “o estudo ressalta a necessidade de intensificar os esforços para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e de reavaliar o preço adequado do carbono.”

Segundo ele, o custo social do carbono se torna 2,2% maior a cada ano. “E descobrimos que cada tonelada de carbono é quatro vezes mais prejudicial agora do que era há 10 anos.”

O pesquisador comentou também que esse aumento do custo social do carbono com o passar do tempo faz com que as metas de redução nas emissões se tornem desatualizadas.

“Há muitas vezes uma lacuna entre as metas anunciadas e as políticas que supostamente visam atingir as metas. Além de aumentar o custo social do carbono, o preço recomendado do carbono, os decisores políticos devem concentrar-se no aumento do preço real do carbono”, diz.

Os pesquisadores fazem a ressalva de que existe uma série de estimativas diferentes do custo social do carbono (como se vê pelas duas estimativas diferentes sugeridas pelo estudo), e estas variam devido a diferentes pressupostos sobre emissões futuras. No entanto, eles alertam que as previsões tornaram-se muito mais pessimistas à medida que a realidade das mudanças climáticas se faz sentir.

Por exemplo: os impactos climáticos decorrentes da elevação das temperaturas médias globais de 1,5°C para 2°C maiores que os níveis pré-industriais são muito maiores do que aqueles sentidos em um aumento de 0,5°C a 1°C. Isso aumentou significativamente o custo do carbono à medida que tais impactos se apresentam como mais prováveis hoje do que eram há 10 anos.

Fonte: UM SÓ PLANETA


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