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Aplicação de novas tecnologias e acompanhamento em campo das obras lineares e localizadas do empreendimento Sistema Produtor São Lourenço

Resumo

Este trabalho visa a demonstração da aplicação das novas tecnologias na execução e acompanhamento em campo das obras lineares e localizadas do Empreendimento Sistema Produtor São Lourenço, em seus 83 quilômetros da sistema de adução, compostas de tubulações com diâmetros que variam de 2.100 à 800mm e também nas obras localizadas como Reservatórios, Chaminés de Equilíbrio, RHO’s (Reservatórios Hidropneumáticos), Estações de Bombeamento, Interligações em Carga e Estação de Tratamento de Água.

Introdução

Manter e expandir o abastecimento de água na Região Metropolitana de São Paulo, que conta com uma Disponibilidade Específica de Água (DEA) muito abaixo do mínimo recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para o número de habitantes em que nela vivem, vem desafiando planejadores, construtores e operadores de sistemas de saneamento há várias décadas. As proporções gigantescas da RMSP geram, em decorrência do déficit apontado, demandas de água superiores à capacidade desta região, levando à busca de fontes cada vez mais distantes para suprir esta necessidade básica para a vida.

Como principal responsável pelos serviços saneamento básico e sendo o braço operacional da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo para o suprimento de água da RMSP, cabe à SABESP operar e manter toda a superestrutura do sistema existente compostos por represas, captações, adutoras e estações de tratamento e bombeamento de água além das redes de distribuição de água e coleta de esgotos. Adicionalmente a SABESP tem papel central no planejamento e expansão da produção de água para garantir a universalização da oferta às atividades da metrópole, em regime de fornecimento constante, 24 horas por dia.

Diversas gerações de abnegados engenheiros ligados ao saneamento dedicaram-se à tarefa de planejar e implantar, ao longo do tempo, os oito sistemas produtores que hoje atendem aos 21 milhões de habitantes da RMSP com mais de 70 metros cúbicos por segundo de água tratada. Quase trinta anos após o planejamento e início da implantação do Sistema Produtor Alto Tietê, último dos grandes sistemas produtores em operação, coube à nossa geração o planejamento e implantação de um novo sistema produtor para a RMSP – O Sistema Produtor São Lourenço.

O Sistema Produtor São Lourenço aproveita as águas do rio Juquiá, que sempre foi uma presença constante nos diversos planos de água da RMSP, como alternativa para suprimento após a utilização completa dos mananciais existentes na bacia do Alto Tietê. Tomou sua forma atual no PDAA (Plano Diretor de Abastecimento de Água) de 2005, quando se definiu pelo aproveitamento do Alto Juquiá, captando-se 4,7 metros cúbicos por segundo na represa Cachoeira do França, conforme estudo inicial e sendo expandido para 6,4 metros cúbicos por segundo com a operação contínua, prevendo-se o abastecimento de dois milhões de habitantes.

Como também ocorreu na concepção de outros sistemas de água e esgotos para a RMSP, a proposta do Sistema São Lourenço foi objeto de amplo debate devido ao seu porte, custo e impacto. Trata-se de captação distante, com longas adutoras e elevado bombeamento por causa da necessária transposição de bacia hidrográfica da serra de Paranapiacaba divisor de águas entre a Bacia do Alto Juquiá e do Alto/Médio Tietê. Esta obra é o maior Empreendimento de Saneamento em execução no país e foi concebido, estruturado e está sendo executado – 71 % das obras concluídas em abril de 2017 pelo critério contábil – por meio de uma PPP (Parceria Público Privada) através da constituição de uma S.P.E. (Sociedade de Propósito Específico) formada pelas empreiteiras Andrade Gutierrez e Camargo Correa que designaram o CCSL – Consórcio Construtor São Lourenço – braço construtor destas, também formado pelas duas construtoras para a execução da empreita que objetiva aumentar a oferta de água tratada para reforço e regularização do abastecimento público das regiões oeste e sudoeste da grande São Paulo, bem como, ampliar a flexibilidade operacional e a garantia de disponibilidade hídrica do Sistema Integrado Metropolitano (SIM).

Serão beneficiados aproximadamente 2 milhões de moradores dos municípios de Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba, Vargem Grande Paulista, além de outras localidades por meio das interligações com o Sistema Integrado Metropolitano.

O sistema vai captar água na represa Cachoeira do França, em Ibiúna, que é formada pelo rio Juquiá, e percorrerá uma distância de cerca de 83 km passando pelos pontos de tratamento, reservação e distribuição, entre outros. Para sair da represa e chegar ao tratamento, será necessário o bombeamento da água para superar o desnível de mais de 330 metros da Serra de Paranapiacaba.

Serão construídos: uma estação de tratamento de água, estações elevatórias, 83 Km de adutoras em trechos de 2.100mm, 1800mm, 1500mm, 1200mm e 800mm, além de reservatórios para armazenar um total de 125 milhões de litros de água.

O sistema terá capacidade nominal de produção de 6.400 litros por segundo. Portanto, a capacidade de produção de água tratada na Região Metropolitana de São Paulo será ampliada de 75.000 para 81.400 litros de água por segundo.

O presente trabalho propõe-se a demonstrar as novas técnicas de fiscalização cotejando os seguintes itens de acompanhamento em obras e as peculiaridades de uma obra na modelagem de PPP:

(…)

Autores: José Carlos de Lima e Celso Gonçalves Arado.

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