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Soluções simples para otimizar o tratamento de água

Menor volume de água, menor custo e maior preservação do meio

Consciência ambiental, vontade e parceria foram os passos necessários para que a Aegis Semicondutores desse início a um processo que, com soluções simples, reduziu em 85% o volume de água consumido pela empresa. Tal conquista se torna ainda mais expressiva pelo fato de a indústria pertencer ao setor da microeletrônica, cuja produção na base da cadeia produtiva exige intenso consumo de água.

Embora já possuísse uma estação de tratamento de efluentes, a empresa queria eficientizar ainda mais o reaproveitamento de sua água, pois considerava o tratamento dispendioso e sabia que, mesmo após ser utilizada, a água advinda de seus processos mantinha alto grau de pureza – o que é uma característica da microeletrônica. Na busca de alternativas, a empresa fez um acordo com a equipe de Tecnologias Limpas do Laboratório de Sistemas Integrados da USP, parceria que não envolveu custos. Foi uma troca. Abrimos as portas para que eles estudassem nossos processos e fornecemos amostras para análise. Isso permitiu à equipe desenvolver seu estudo na área de tratamento de efluentes utilizando-se da infra-estrutura existente na universidade, explica Wanderlei Marzano (foto), gerente da Aegis, indústria associada à Fiesp/Ciesp, que produz e exporta componentes semicondutores, material largamente utilizado na fabricação e desenvolvimento de maquinários eletrônicos.

Como ferramenta metodológica, a equipe utilizou a filosofia dos 3R’s (Reduzir, Reusar e Reciclar) e a proposta de prevenção de poluição descrita no manual da Cetesb. Estudou todos os processos e mapeou cada tipo de água, para identificar o tratamento necessário a cada uma. Descobriu-se que os produtos utilizados, adotados com base nas práticas de tratamento comuns no mercado, não eram adequados aos efluentes da empresa.

A solução era simples: bastava trocar os produtos químicos de tratamento. Nem sempre para produzir resultado é preciso trocar equipamentos. Na Aegis, houve apenas a troca de etapas e de materiais, conta Marzano, acrescentando que, além da adequação de produtos, houve a substituição por opções mais baratas que tinham desempenho semelhante.

As modificações foram introduzidas gradativamente, em doses homeopáticas, à medida que íamos identificando possibilidades de adaptações, explica o gerente. Os resultados foram rápidos. O volume de água caiu drasticamente: os 1.100m³ que eram gastos por mês passaram a 150m³, pouco mais de 10% do consumo anterior. Com o tratamento, a água pode ser reutilizada em qualquer uma das etapas produtivas.

Criatividade e parcerias

Além do acordo com a equipe da USP, a Aegis também conta com uma consultoria externa para auxiliar em sua estação de tratamento. Marzano acredita que sempre é possível reduzir o consumo e favorecer o meio ambiente. Para ele, o diferencial está na criatividade. É preciso ter vontade, identificar o problema e buscar soluções, afirma o gerente, para quem as iniciativas de sensibilização e orientação, como as desenvolvidas pela Fiesp/Ciesp, são indispensáveis para disseminar o conceito de produção mais limpa. Ele também ressalta a importância de se procurar informação, apoio e parcerias.

Por Elaine Carvalho, da Agência IndusNet Fiesp

Fonte: http://www.fiesp.com.br/

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