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Índice de salubridade ambiental em áreas urbanas: um estudo em Caruaru-PE

Resumo

O Indicador de Salubridade Ambiental – ISA foi criado em 1999 pelo Conselho Estadual de Saneamento do Estado de São Paulo – CONESAN com o objetivo de medir o nível de salubridade ambiental dos municípios paulistas. Desde então, o ISA vem sendo alterado em sua formulação original de acordo com as características do local a ser avaliado, e está sendo adotado em diversas regiões do Brasil. De maneira análoga, esta pesquisa objetivou avaliar as condições da salubridade de um bairro localizado no município de Caruaru-PE, a partir da adaptação do indicador desenvolvido pelo CONESAN. Foram identificados três indicadores que apresentam características de média salubridade e dois de baixa salubridade, que quando combinados determinaram que o bairro é caracterizado como média salubridade. O indicador proposto é válido para as análises dos serviços de saneamento, orientando as ações dos gestores públicos e à sociedade civil na tomada de decisão para alcançar melhor qualidade de vida e ambiental.

Introdução

O tema qualidade de vida vem emergindo como um assunto de grande relevância na atualidade, principalmente devido ao aumento populacional e à degradação das condições de vida nas cidades. Com efeito, a participação da população urbana no Brasil vem crescendo fortemente, atingindo percentuais maiores do que de 84% nos últimos anos (IBGE, 2018), diferentemente das taxas de crescimento dos investimentos em saneamento ambiental. Dentre os aspectos que caracterizam a qualidade de vida, um dos fatores mais importantes é o estado da saúde humana.

Recentemente, as questões ambientais têm ampliado a base conceitual referente ao estado de saúde pública, uma vez que quase todos os aspectos do meio ambiente a afetam. E, por isso, se torna cada vez mais frequente relacionar a manutenção da saúde do indivíduo com a qualidade do ambiente. De modo similar, é reconhecida a pouca capacidade do Estado de satisfazer a todas as demandas de uma comunidade, principalmente porque geralmente não se estabelecem estratégias de melhoramento ambiental que contemplem o nível local (OLIVEIRA, 2003). Estas realidades, dentre outros fatores, podem trazer consequências a um dos aspectos qualitativos mais importantes para a promoção da saúde humana, a salubridade ambiental.

São Paulo (1999) define salubridade ambiental como a qualidade ambiental capaz de prevenir a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente e de promover o aperfeiçoamento das condições mesológicas favoráveis à saúde da população urbana e rural. A representação da salubridade ambiental urbana está relacionada aos fatores materiais e sociais referentes à moradia, à infraestrutura disponibilizada pelo poder público (abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais), aos aspectos socioeconômico-culturais e à saúde ambiental (DIAS, 2003).

A busca do entendimento da relação entre estes fatores e o estado da saúde da população, visando orientar ações de planejamento dos serviços públicos, fez surgir alguns modelos de indicadores socioambientais. Entre estes se destacam os indicadores de salubridade ambiental, instrumentos informativos capazes de apontar problemas presentes nas comunidades, suas causas, e permitir a projeção de intervenções adequadas (OLIVEIRA, 2003).

Destarte, os indicadores consistem em informações que comunicam a partir da mensuração dos elementos pertinentes aos fenômenos da realidade. Vale ainda registrar que os indicadores não são informações explicativas ou descritivas, mas pontuais no tempo e no espaço, cuja integração e evolução permitem o acompanhamento dinâmico da realidade. Na forma de índice, o indicador pode reproduzir uma grande quantidade de dados de uma forma mais simples, retendo ou ressaltando o seu significado essencial (MAGALHÃES et al., 2003).

Autores: Ayane Aparecida da Silva Ribeiro; Armando Dias Duarte; Saulo de Tarso Marques Bezerra; Isabela Carolina Lopes Coelho e Elizabeth Amaral Pastich Gonçalves.

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