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Avaliação de riscos na rede de distribuição de água do município de Formosa-GO para implantação do plano de segurança da água – PSA

Resumo

Este trabalho tem como objetivo compor uma das etapas do Plano de Segurança de água (PSA) na rede de distribuição de água do município de Formosa-GO, busca identificar os perigos e seus respectivos riscos à saúde. O levantamento das informações relacionadas as variáveis física, hidráulica e de qualidade da água, foram coletadas em campo por meio de inspeção in loco e relato da equipe de operadores de rede, bem com os dados secundários disponíveis nos projetos de abastecimento, relatórios técnicos e série histórica do monitoramento da qualidade da água. A realização da simulação das pressões na rede de distribuição foram geradas no programa EPANET 2.0 e a avaliação do risco foi determinada pelo uso da metodologia de matriz de priorização de risco da norma NBR ISO/IEC 31010:2012 preconizado no PSA. Os principais riscos encontrados nos reservatórios foram estado de conservação insatisfatório devido a rachaduras e vazamentos, ausência de monitoramento da qualidade da água na saída e inexistência de controle de acesso de pessoas e animais. Nas tubulações da rede de distribuição foram encontrados 20 eventos perigosos, a recontaminação e pressão elevada apresentaram maiores níveis de risco. Para minimizar os possíveis riscos, foram propostas as medidas de controle.

Introdução

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), água segura é aquela que não representa qualquer risco significativo para a saúde se consumida durante toda a vida, mesmo levando em conta diferentes suscetibilidades que podem ocorrer entre os estágios de vida (WHO, 2006). A segurança da qualidade da água para abastecimento público não deve ser baseada apenas na análise laboratorial de amostras coletadas em pontos na rede de distribuição em número, localização e atendimento ao valor máximo permitido, dessa forma a Portaria de Potabilidade da Água MS 2914:2011 inovou ao explicitar a necessidade de manter avaliação sistemática do sistema de abastecimento de água, sob a perspectiva dos riscos à saúde, desde a captação até a casa do consumidor, tendo em vista que o controle da qualidade do produto final não é garantia de água segura. No entanto, como ressaltado por Bastos et al. (2007a), isso não se apresenta sistematizado o suficiente na mencionada Portaria, de forma que possa ser traduzido em uma ferramenta metodológica de pronta utilização pelos responsáveis pelos serviços de abastecimento de água. Para suprir essa necessidade a OMS publicou guias para a implantação de Planos de Segurança da Água. O PSA têm como objetivo identificar os perigos e caracterizar os riscos em sistema de abastecimento de água para consumo humano, do manancial à distribuição de água, visando a estabelecer medidas de controle para eliminá-los ou reduzi-los para níveis aceitáveis (WHO, 2011).

Este trabalho busca aplicar a “Matriz de Priorização Semiquantitativa de Riscos” (NBR ISO/IEC 31010:2012) preconizada no guia do PSA atribui valores numéricos as probabilidades e consequências, de forma que seu cruzamento resulte em um valor numérico que caracteriza o grau de risco. Será utilizado o Modelo de Simulação Computacional de Hidráulica (EPANET) para geração de pressões na rede esse programa de computador permite executar simulações estáticas e dinâmicas do comportamento hidráulico em redes pressurizadas concebido para ser uma ferramenta de apoio a análise de sistemas de distribuição (ROSSMAN, 2010). A rede de distribuição é a última etapa de todo o sistema de abastecimento sendo uma unidade extremamente vulnerável cuja gestão exige conhecimento dos problemas e identificação pois mesmo que o manancial esteja protegido e a etapa de tratamento seja eficiente a rede de distribuição apresentando falhas e nível de segurança inadequado torna-se propicia a contaminação.

Dessa forma, o estudo compõe uma das etapas do PSA que se encontra em implantação no município de Formosa-GO encaixando-se em um de seus objetivos específicos que seria “prevenir a (re)contaminação no sistema de distribuição da água que vai desde os reservatórios até a rede de distribuição” (WHO, 2011).

Autores: Lorrana Luiza de Oliveira e Nolan Ribeiro Bezerra Teixeira.

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