As microalgas já são muito utilizadas e consolidadas em setores como o de superalimentos e cosméticos, mas no agro é algo novo e com potencial disruptivo ainda maior!
Em um cenário agrícola que clama por soluções que aliem produtividade e responsabilidade ambiental, o protagonismo crescente da biotecnologia é inegável.
É nesse contexto que a Wafra Biotech, uma visionária startup brasileira, emerge como um exemplo notável do potencial inovador do nosso país. Fundada em 2022 pelos empreendedores Ramiz Calil Najar e Férex Winston Najar, a empresa se dedica a uma das mais promissoras frentes da bioeconomia: o desenvolvimento de fertilizantes a partir de extratos de microalgas.
A proposta da Wafra Biotech é mais do que uma simples substituição de insumos; é uma mudança de paradigma. Como autor e entusiasta de temas que moldarão “O Agrônomo do Futuro”, vejo em iniciativas como esta, a materialização de uma agricultura mais inteligente e regenerativa. A paixão dos fundadores pela “inovação verde” os levou a explorar um universo microscópico de potencial gigantesco.
O Universo Microscópico das Microalgas
Mas, afinal, o que são as microalgas? Trata-se de organismos unicelulares fotossintéticos, verdadeiras biofábricas naturais. Invisíveis a olho nu, elas são a base de ecossistemas aquáticos e responsáveis por uma parcela significativa da produção de oxigênio do planeta. Sua capacidade de converter luz solar, CO2 e nutrientes em uma biomassa rica em proteínas, vitaminas, fitormônios e antioxidantes é de uma eficiência espantosa.
Com uma biodiversidade estimada em centenas de milhares de espécies, as microalgas são uma fonte quase inesgotável de compostos bioativos. Seu uso já é consolidado em setores como o de superalimentos (a exemplo da spirulina), aquicultura e cosméticos.
O potencial das microalgas no agro é ainda mais disruptivo. Ao serem aplicadas no solo, funcionam como probióticos, estimulando a microbiota benéfica, melhorando a estrutura do solo e, consequentemente, a resiliência e o vigor das culturas.
Os quatro biofertilizantes desenvolvidos pela Wafra Biotech, segundo seus fundadores, promovem o desenvolvimento integral das plantas — da raiz à parte aérea, chegando a caules e frutos. Com aplicação em fruticultura, grãos, hortaliças e pastagens, esses produtos se alinham perfeitamente à crescente demanda global por práticas agroecológicas.
A Jornada do Empreendedor: Entre a Resiliência e a Burocracia
Como em toda jornada inovadora, o caminho da Wafra Biotech tem sido pavimentado por aprendizados. “Erramos e acertamos muito”, confidenciam os fundadores. Essa é a realidade de quem ousa desbravar novos territórios tecnológicos. Da otimização do cultivo das microalgas aos primeiros testes de campo, cada etapa é um desafio.
Contudo, os maiores obstáculos, como tenho observado em minha carreira e em diversas mentorias, muitas vezes são externos. A burocracia para o registro de novos produtos junto a órgãos reguladores, como o Ministério da Agricultura, e os altos custos de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) são barreiras que testam a resiliência de qualquer empreendedor no Brasil. A notícia de que a Wafra está na fase final de obtenção das licenças é, portanto, um marco a ser celebrado.
Agora, a startup busca capital anjo para escalar sua produção com a montagem de uma biofábrica dedicada. Este é um momento crucial, onde a visão precisa encontrar o investimento para se transformar em impacto real no campo.
Visão de Futuro: Nutrindo o Planeta com Estratégia e Inovação
A história da Wafra Biotech é um reflexo inspirador da revolução verde e digital que está em curso no agronegócio brasileiro. Acredito firmemente que o futuro da nossa agricultura passa pela união da Estratégia com a Fé – fé na ciência, na inovação e na capacidade de empreender.
Iniciativas como a da Wafra demonstram que é possível, sim, aliar alta performance com sustentabilidade. Elas nos lembram que as soluções para os grandes desafios do nosso tempo podem vir dos menores organismos. Com determinação e a estratégia correta, a Wafra Biotech tem tudo para florescer e se tornar um importante capítulo na história de um agro brasileiro cada vez mais inovador e sustentável. É de olho em pioneiros como eles que continuaremos a cultivar o futuro.
Fonte: FarmNews