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Proposta de reimplantação da ISO 9001:2015 para aprimoramento da gestão e estruturação da gestão de riscos na prestação de serviços em saneamento

Resumo

Em busca da universalização, para melhorar os baixos índices de atendimento, o setor saneamento ambiental no Brasil necessita, além da ampliação do seu patamar de investimentos, do aprimoramento da gestão nas empresas prestadoras de serviços. Para seu aprimoramento, a gestão em saneamento precisa se adaptar às exigências de mercado, considerando, inclusive, novos atores, como a regulação do setor. Além disso, a partir das exigências regulamentares e das práticas de mercado internacionais, a gestão de riscos, processo contínuo e dinâmico de avaliação, mitigação e monitoramento dos riscos corporativos, tornou-se realidade em muitas empresas. Nesse contexto, a Diretoria de Sistemas Regionais da SABESP, que compreende 329 municípios operados pela companhia no interior e litoral do Estado de São Paulo, identificou a necessidade de aprimorar a sua gestão e, ao mesmo tempo, estruturar o processo de gestão de riscos na sua área de abrangência. Para isso, foi proposta a reimplantação da Norma NBR ISO 9001 na sua versão 2015. O presente trabalho tem como objetivo apresentar a proposta para reimplantação de um sistema de gestão de qualidade, por meio da série de normas ISO 9000, para essa diretoria. Por meio da metodologia utilizada, estabelecimento de cronogramas específicos com etapas e ações a serem realizadas por um grupo de Consultores Internos, espera-se que a referida proposta possa ser consolidada. Considerando as motivações que levaram essa diretoria à proposta de reimplantação da Norma NBR ISO 9001 na sua versão 2015 e os benefícios que podem ser alcançados a partir da implantação de um sistema de gestão da qualidade, conclui-se que os objetivos que levaram a direção a essa decisão estratégica serão alcançados, no entanto, a manutenção e amadurecimento do sistema de gestão da qualidade poderão ser evidenciados somente após os resultados das auditorias internas e externas realizadas ao longo dos anos.

Introdução

Em pleno século 21, a situação precária do saneamento básico escancara o abismo existente entre um Brasil em busca de desenvolvimento e protagonismo global e a realidade vivenciada em grande parte do país, onde apenas 48% do esgoto gerado é coletado e, desse volume, apenas 39% recebe o devido tratamento (KELMAN, 2016).

Como esses baixos índices de atendimento ainda são distribuídos regionalmente de forma muito desigual, “grandes contingentes populacionais estão condenados ao subdesenvolvimento, com elevado risco à saúde e a mortalidade infantil, além do baixo desempenho educacional e no trabalho” (KELMAN, 2016). De acordo com Kelman (2016), essas condições implicam na contínua degradação ambiental e redução das oportunidades e perspectivas para o futuro.

Como esses baixos índices de atendimento ainda são distribuídos regionalmente de forma muito desigual, “grandes contingentes populacionais estão condenados ao subdesenvolvimento, com elevado risco à saúde e a mortalidade infantil, além do baixo desempenho educacional e no trabalho” (KELMAN, 2016). De acordo com Kelman (2016), essas condições implicam na contínua degradação ambiental e redução das oportunidades e perspectivas para o futuro.

Para melhorar esses índices de atendimento, o setor saneamento ambiental no Brasil necessita, além da ampliação do seu patamar de investimentos, do aprimoramento da gestão nas empresas prestadoras de serviços. Para seu aprimoramento, a gestão em saneamento precisa se adaptar às exigências de mercado, considerando, inclusive, novos atores, como a regulação no saneamento.

Além disso, a partir das exigências regulamentares e das práticas de mercado internacionais, a gestão de riscos, processo contínuo e dinâmico de avaliação, mitigação e monitoramento dos riscos corporativos, tornou-se realidade em muitas empresas.

De acordo com Coimbra (2008), fatores de risco oriundos de processos internos à organização, como pessoas (fraude, erro ou negligência, ausência de qualificação e conduta antiética), tecnologia (falhas de hardware, software, instalações, sistemas de energia e comunicação) e eventos externos (como ataques e fenômenos da natureza), podem interromper a prestação de serviços, provocar a perda do conhecimento organizacional e informações estratégicas ou causar prejuízos materiais.

Nesse contexto, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP, por meio da Diretoria de Sistemas Regionais, que compreende 329 municípios operados pela SABESP no interior e litoral do Estado de São Paulo, identificou a necessidade de aprimorar a sua gestão e, ao mesmo tempo, estruturar o processo de gestão de riscos na sua área de abrangência. Para isso, foi proposta a reimplantação da Norma NBR ISO 9001 na sua versão 2015.

De acordo com Paes et. al (2008), a implantação de um sistema de gestão da qualidade garante a padronização das informações disseminadas na organização. A padronização normalmente enfrenta a resistência inicial das pessoas, mas pode ser vencida adotando-se como estratégia o esclarecimento quanto aos benefícios da abordagem sistêmica oferecida por um sistema de gestão da qualidade (PAES et. al, 2008). Esses autores, após a implantação de todos os requisitos exigidos pela norma, identificaram cinco grandes grupos de resultados: a) aumento de produtividade; b) certificação do sistema de gestão da qualidade; c) aumento da satisfação dos clientes; d) melhoria dos processos; e e) ganhos intangíveis (mobilização das pessoas, interação entre as áreas e visão sistêmica da empresa). Entre os benefícios obtidos a partir dos investimentos realizados num sistema de gestão da qualidade estão a redução nos custos de produção, a melhor utilização dos recursos disponíveis, a redução dos retrabalhos e o maior envolvimento e comprometimento dos empregados (PAES et. al, 2008).

Autores: Fábio Severo; Norma Fátima Gainett; Ângela Maria O Fernandes; Paulo Piacitelli e Jaqueline Aparecida da Rocha.

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