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Oxidativo avançado para o tratamento de lixiviado gerado em aterros de resíduos sólidos urbanos

Resumo

A quantidade e as características qualitativas dos RSU podem variar de acordo, principalmente, com aspectos culturais, sociais, econômicos e climáticos. O tipo mais comum de destinação final de RSU no Brasil é a deposição sobre o solo, que pode ser de três formas, a saber: vazadouros a céu aberto ou lixões, aterro controlados ou aterros sanitários. Seja qual for a forma, durante a degradação haverá a formação dos lixiviados, possuem altas concentrações de substâncias orgânicas e inorgânicas com elevado potencial poluidor de águas subterrâneas e superficiais. Este trabalho teve por objetivo mostra a variabilidade da composição do lixiviado de aterros do estado de Pernambuco, assim como avaliar a degradação dos mesmos pelo processo foto-Fenton. Foramm coletados lixiviados dos aterros das cidades de Igarassu, Altinho e Garanhuns. Inicialmente realizou-se uma caracterização físico-química, para, em seguida, serem realizados os ensaios de oxidação com radiação solar utilizando o reagente de Fenton. Após os ensaios de tratamento foram realizados os estudos de toxicidade. Pôde-se inferir que o tratamento Foto-Fenton é eficaz na remoção da DQO e de outros parâmetros do lixiviado. Através dos ensaios de toxicidade observou-se que ainda não foi atingida a mineralização total do efluente. Para tanto, novos ensaios serão realizados.

Introdução

O lixiviado é o produto de água que se infiltrou através de depósitos de resíduos com os produtos da decomposição microbiana no aterro de resíduos sólidos, contento, assim, inúmeros poluentes (BRENANN et al., 2016). Em aterros de resíduos sólidos urbanos, o lixiviado é advindo de líquidos de origem externa (precipitação, escoamento superficial, águas subterrâneas e outras fontes que possam existir), que se mistura com a água que é gerada na degradação microbiana e da umidade inicial dos resíduos, que percola através das camadas do aterro (MANNARINO et al., 2013).

Um dos grandes desafios encontrados no desenvolvimento de projetos de aterros sanitários é com relação ao tratamento da fração líquida gerada na decomposição biológica dos resíduos sólidos, devido a grande geração, composição bastante variada e elevado potencial poluidor. Esse potencial de causar degradação ao meio biótico e antrópico está relacionado com os elevados valores de carga orgânica e sólidos em suspensão.

Existem diversas técnicas que são aplicadas ao tratamento do lixiviado. Em geral, as técnicas utilizadas no tratamento de lixiviados são as baseadas em processos biológicos (JUCÁ, 2002; SARRIA et al., 2002; GOGATE; PANDIT, 2004; MORAVIA; LANGE; AMARAL, 2011). Mas, lixiviados de aterros sanitários podem conter substâncias orgânicas recalcitrantes e/ou não biodegradáveis, desse modo sistemas biológicos podem não ser eficientes (CHO; HONG; SUK-IN HONG, 2002; LOPEZ et al., 2004).

Além dos sistemas biológicos existem as técnicas de tratamento físico-químico, que, em geral, são dividas pelos métodos que apenas separam o poluente e os que destroem os poluentes. Os processos Oxidativos Avançados (POA) são técnicas que atuam na destruição dos poluentes.

Esses processos atuam na degradação de poluentes a partir da geração de radicais livres durante a reação, principalmente o radical hidroxila (•OH). Esses radicais altamente reativos atacam o composto orgânico levando à sua oxidação completa, produzindo CO2 e H2O, ou sua oxidação parcial. Esse processo também é importante por promover um aumento da aumento a biodegradabilidade do poluente (LIU et al., 2015; MORAVIA; LANGE; AMARAL, 2011), sendo possível a aplicação de um tratamento biológico para remoção.

O presente trabalho tem como objetivo mostrar a composição físico-química, no que se refere a pH, cor, turbidez, condutividade, demanda química de oxigênio (DQO), nitrato, nitrogênio amoniacal e a série de sólidos (totais, voláteis totais e fixos totais), de lixiviados gerados nos aterros sanitários, situados no estado de Pernambuco e avaliar a eficiência de remoção da Demanda Química de Oxigênio (DQO), através do tratamento por Foto-Fenton.

Autores: Maria Monize de Morais; Geysiane Augusta de Morais; Jorge Vinícius Fernandes Lima Cavalcanti e Mauricio Alves da Motta Sobrinho.

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