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Utilização de macrófitas para o tratamento da água de piscicultura

Resumo

O presente trabalho objetivou avaliar experimento feito, utilizando o efluente residuário da piscicultura como proposta de avaliar a eficácia das espécies de macroalgas mencionadas como alternativa para o tratamento deste efluente. Para tanto foi realizadas analises físicoquimicas e microbiológicas para comparação entre a água bruta do tanque de piscicultura e a agua e após tratamento com os três tipos de macrófitas. Desta forma buscou-se fomenta a possibilidade de reciclagem dessa água para uso nos próprios viveiros, reduzindo assim os impactos e a demanda por recursos hídricos dessa atividade, e integrando a ela os conceitos da ecologia industrial.

Introdução

O cultivo de macrófitas aquáticas para o tratamento de efluentes vem se desenvolvendo consideravelmente como uma tecnologia limpa, incluída no conceito de ecologia industrial. Esse conceito trata de trazer para os processos industriais a eficiência observada nos sistemas naturais, onde tudo é reaproveitado em um ciclo fechado (COLE et al., 2014). A piscicultura, apesar de não estar incluída na categoria dos processos industriais, trata-se de uma atividade desenvolvida pelo ser humano, com alta taxa de geração de produtos e resíduos, e à qual os conceitos da ecologia industrial podem ser aplicados.

Essa atividade se estabeleceu no Brasil a partir da década de 1920 (PEREIRA et al., 2015) e desde então enfrenta desafios quanto ao tratamento e destinação dos seus efluentes. Para que possam se desenvolver bem, os peixes necessitam de uma água limpa e com boa disponibilidade de oxigênio, entretanto, diferentemente do que ocorre nos rios, onde há um fluxo constante da água, em uma cultura fechada de peixes, todos os dejetos, além dos restos de ração não consumidos, se acumulam nos viveiros, gerando um ambiente poluído e podendo levar à eutrofização e à morte dos próprios peixes. Dessa forma, são necessárias trocas constantes da água de cultivo.

Com isso, surge um segundo problema relacionado à piscicultura. Uma vez que essa água efluente dos viveiros apresenta altas taxas de resíduos orgânicos e nutrientes, o seu descarte direto representa um impacto negativo ao meio ambiente podendo acarretar a degradação dos corpos d’água que a recebem (SILVA et al., 2014). Dessa forma, é necessário que ela passe por um processo de tratamento antes do seu descarte, o que pode elevar os custos da atividade.

Entretanto, como já mencionado, as macrófitas aquáticas, ou macroalgas, tem se mostrado uma alternativa eficiente e ecológica para o tratamento de água a baixos custos. O seu desenvolvimento ocorre naturalmente em corpos d’água superficiais ricos em matéria orgânica e nutrientes, como parte do processo de eutrofização. Em grandes quantidades elas podem representar risco ao ecossistema aquático, por reduzirem a entrada de luz e a disponibilidade de oxigênio. Entretanto, com um crescimento controlado, atuam como um mecanismo de limpeza natural da água, extraindo os poluentes e nutrientes dissolvidos nela.

Dentre as espécies existentes de macrófitas aquáticas, a Eichhornia crassipes, ou aguapé, é uma das mais comuns, sendo originária da região amazônica. Seu uso tem sido testado com eficiência no tratamento de efluentes industriais e agropecuários, sendo também recomendado para sistemas de piscicultura (SILVA et al., 2014). A Pistia stratiotes, ou alface d’água é outra espécie abundante no Brasil apontada como tendo potencial para uso como agente purificador de águas de viveiros (PEREIRA et al., 2015). A macrófita Lemna sp ou Lentilha d’água é uma planta aquática pequena, que flutua na superfície da água, possuindo algumas peças reduzidas (raízes, folhas). Apresenta grande sensibilidade a muitas substâncias que atingem o ambiente aquático, principalmente aos herbicidas. É de fácil cultivo, manejo e reprodução sendo entre todas as espécies da família Lemnaceae a mais usada em testes de toxicidade e a resposta da planta avaliada pelas alterações na taxa de crescimento (STODOLA,1967).

Autores: Elaine Costa Almeida Barbosa; Sara Almeida Figueiredo; Riuzuani Michelle B. Pedrosa Lopes e Gláucio de Sales Barbosa.

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