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Lodo de esgoto como substrato para produção de mudas de Senna siamea Lam.

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade do uso de lodo de esgoto como Resumo: componente do substrato para produção de mudas de Senna siamea Lam. Testaram-se as seguintes proporções de lodo com solo: 0% (T1), 25% (T2), 50% (T3), 75% (T4) e uma mistura de 25% de lodo com 25% de pó de coco (T5).

No experimento, utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com 5 tratamentos e 5 repetições, totalizando 25 parcelas, com 16 mudas por parcela.

O lodo foi previamente higienizado por solarização. Avaliou-se a matéria seca das mudas e foram efetuadas análises químicas dos substratos, três meses após a semeadura.

Dentre os tratamentos nos quais foi empregado lodo, a concentração de T5 foi a que apresentou o melhor desenvolvimento das mudas, seguida daqueles com 75% (T4) e 50% (T3) de lodo. Todos os tratamentos apresentaram desenvolvimento superior ao da testemunha (T1). Conclui-se, então, que o uso do lodo de esgoto para produção de mudas é viável e promissor.

Introdução

O lodo de esgoto é o produto obtido do tratamento de águas residuárias, com a finalidade de recuperar a sua qualidade, de modo a permitir o seu retorno ao ambiente, sem causar poluição. De acordo com o volume de águas residuárias tratadas nas Estações de Tratamento de Esgoto, grande quantidade de lodo pode se acumular em seus pátios, tornando a sua disposição final um importante problema ambiental (Cassini et al., 2003).

Existem várias formas de disposição deste biossólido no ambiente, como incineração, disposição oceânica, reúso industrial e disposição em aterros sanitários (Silva et al., 2000); contudo, a utilização agrícola se tem mostrado uma alternativa bastante viável, tendo em vista o potencial fertilizante e condicionador das propriedades físicas e químicas do solo, apresentado por este resíduo orgânico (Trigueiro & Guerrini, 2003).

A urbanização é um fenômeno irreversível em todo o mundo. Entretanto, este fenômeno tem sido caracterizado por uma ocupação caótica dos espaços urbanos, acompanhada de pobreza; situação que é agravada pela ausência de infraestrutura urbana, como água e esgoto. A cidade, ao transformar o meio natural, modifica o equilíbrio ecológico existente em seu território.

A questão ambiental, como um todo, e a proteção ao patrimônio natural, em particular, se situam no cerne desta problemática. As soluções para este grave quadro se encontram muito mais nas ações intersetoriais traduzidas em políticas públicas (Demattê, 2000).

Os substratos do lodo de esgoto para a produção de mudas podem ser definidos como o meio adequado para sua sustentação e retenção de água, oxigênio e nutrientes, além de oferecer pH compatível e ausência de elementos químicos em níveis tóxicos.

A fase sólida do substrato deve ser constituída de partículas minerais e orgânicas (Trigueiro & Guerrini, 2003). O estudo do arranjo percentual desses componentes é importante, já que eles poderão ser fonte de nutrientes e atuarão diretamente no desenvolvimento das mudas.

A arborização exerce papel de vital importância para a qualidade de vida nos centros urbanos. Por suas múltiplas funções, a árvore atua diretamente sobre o clima, a qualidade do ar, o nível de ruídos e sobre a paisagem urbana, além de constituir refúgio indispensável à fauna remanescente nas cidades (CEMIG,1997).

Objetiva-se, com este trabalho, avaliar o efeito do lodo de esgoto da ETE Mangueira em Recife, PE, para uso como fertilizante orgânico no rendimento de biomassa na produção de mudas de Senna siamea Lam, uma das espécies exóticas mais utilizadas na arborização de áreas verdes, praças e ruas da cidade do Recife.

Autores: Ronaldo Faustino, Mario T. Kato, Lourdinha Florêncio e Sávia Gavazza.

Lodo de esgoto substrato

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