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Evaporação líquida de reservatórios artificiais no Brasil

A evaporação líquida é dada pela diferença entre a evaporação real do reservatório (evaporação bruta do lago) e a evapotranspiração real esperada para a mesma área caso não existisse o reservatório

Reservatório da UHE Igarapava no rio Grande entre Igarapava (SP ) e Delta (MG) Raylton Alves / Banco de imagens ANA

Os reservatórios artificiais são essenciais para o incremento da oferta hídrica de uma bacia hidrográfica, sendo de fato parte da solução para situações de escassez e melhoria do balanço hídrico (oferta vs. usos).Por outro lado, a instalação de um reservatório também incrementa o uso da água na bacia tanto por atrair usuários para o lago e para os trechos eventualmente beneficiados pela regularização, quanto pelo efeito da evaporação líquida. A evaporação líquida é dada pela diferença entre a evaporação real do reservatório (evaporação bruta do lago) e a evapotranspiração real esperada para a mesma área caso não existisse o reservatório.

Contabiliza, portanto, o uso de água adicional causado pelo reservatório, em função das condições ambientais locais e das suas características de construção e operação.

A construção de reservatórios pressupõe que os benefícios à regularidade e garantia da oferta de água superam impactos negativos sobre a vazão natural e os usos. Assim, a evaporação potencial do lago é considerada desde a fase de concepção e projeto. Após a construção, a evaporação permanece como importante variável para a operação. A evaporação líquida representa uma extração de água – uma perda inerente que gera indisponibilidade para outros usos, inclusive para o uso primário motivador da existência do reservatório.

Por isso, a estimativa de evaporação líquida já faz parte das ações de planejamento e operação dos setores usuários, assim como da análise de viabilidade individual dos projetos. Ou seja, a água evaporada é descontada para a geração de energia na modelagem do setor elétrico e, ao mesmo tempo, é somada para a reconstituição das séries de vazões naturais.

A incorporação mais explícita dessa componente na gestão de recursos hídricos é relevante na medida em que a água evaporada não estará disponível para outros usos e por permitir a análise na escala de bacias e sub-bacias, e não apenas de empreendimentos individualmente, ampliando a capacidade de tomada de decisão no planejamento e na gestão. O conhecimento da evaporação líquida colabora, em última instância, para a segurança hídrica dos usuários de água e da população.

Dessa forma, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA e a Universidade Federal do Paraná – UFPR trabalharam nos últimos dois anos no desenvolvimento de métodos e bases de dados capazes de retratar a evaporação líquida no território brasileiro.

Os resultados aprimoram substancial – mente os trabalhos pioneiros concluídos pelo Operador Nacional do Sistema – ONS em 2003 e 2004; e atualizam parte do Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil, publicado pela ANA em 2019.

Portanto, a ANA e a UFPR apresentam o estudo Evaporação Líquida de Reservatórios Artificiais no Brasil como uma importante contribuição à pesquisa, à segurança hídrica e ao planejamento e à gestão dos recursos hídricos e dos setores usuários no Brasil

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