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Método internacional DWA para dimensionamento de filtros percoladores e as diferenças com os métodos praticados no Brasil: comparação entre resultados e a influência do meio suporte

Resumo

Este estudo trata sobre as principais diferenças verificadas entre o método de dimensionamento de filtros percoladores utilizado atualmente no Brasil e o método DWA (2016). O estudo apresenta as variáveis utilizadas, as Equações empregadas, a lógica de concepção dos métodos e uma estimativa de dimensionamento de um filtro percolador que recebe afluente com características equivalentes à de um reator anaeróbio, objetivando a nitrificação. Para as mesmas condições, o volume resultante conforme o método DWA (2016) é cerca de 11% menor se comparado ao resultado obtido pelo outro método. Este dimensionamento utilizou meio suporte plástico estruturado de fluxo cruzado, porém o estudo compara este material à pedra, largamente utilizada como meio suporte, apontando as principais diferenças e ponderando a influência do meio suporte e da área superficial específica nas equações propostas pelos dois métodos de dimensionamento analisados.

Introdução

O princípio da atuação de microorganismos aderidos a um meio suporte fixo e formando um biofilme que atua no tratamento de esgoto doméstico e industrial já é utilizado há mais de cem anos, inicialmente em configurações mais rudimentares. O tratamento biológico ocorre quando o esgoto entra em contato com o biofilme aderido ao meio suporte. Os filtros percoladores são, assim, concebidos em uma estrutura composta por tubulações de entrada e saída, sistema de distribuição do afluente e meio suporte de pedra brita ou de outros materiais plásticos, randômicos ou estruturados, sendo a área superficial desse material utilizada para crescimento e fixação do biofilme, através do qual percola o esgoto distribuído. A atividade biológica é predominantemente aeróbia e oferece a redução da matéria orgânica e nitrogenada em diferentes eficiências, dependendo das condições do afluente, dos critérios e parâmetros adotados no dimensionamento, do meio suporte utilizado, entre outras variáveis (METCALF & EDDY, 2003, 2016; JORDÃO E PESSÔA, 2014).

Para compor um sistema de tratamento de esgoto, o filtro percolador deve ser precedido de tratamento preliminar e primário, com remoção de sólidos grosseiros por gradeamento e peneiramento, com remoção de gordura e areia através de caixas de gordura, desarenadores ou sistemas combinados, e com remoção de sólidos sedimentáveis através de tanques sépticos, decantadores primários ou reatores anaeróbios, entre outras tecnologias para tratamento primário. Após o filtro percolador, é necessária ainda uma etapa de decantação secundária para remoção de sólidos ainda presentes no efluente do filtro. A Figura 1 apresenta um fluxograma simplificado que ilustra uma estação de tratamento de esgoto composta por filtro percolador (ABNT, 2011; VON SPERLING & CHERNICHARO, 2005).

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Autores: Aliny Lucia Borges Borba; Daniela Neuffer; Karen Juliana do Amaral e Bárbara Zanicotti Leite Ross.

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