Pesquisa do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças aponta que casos estão se tornando mais comuns em regiões do mundo tradicionalmente frias
Um novo estudo do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) aponta que doenças transmitidas por mosquitos, como chikungunya e dengue, estão se tornando mais comuns em partes tradicionalmente mais frias do mundo, e podem crescer na Europa conforme o aquecimento global avance.
As condições climáticas, de ondas de calor a inundações, encorajam o aparecimento de espécies de mosquitos invasores, como o Aedes albopictus e o Aedes aegypti, dizem os especialistas. Encontrado, segundo o ECDC, o mosquito Aedes albopictus, principal transmissor da chikungunya, da zika e da febre amarela, nos 13 países e 337 regiões do continente.
“Nos últimos anos, vimos uma disseminação geográfica de espécies de mosquitos invasores para áreas anteriormente não afetadas na União Europeia”, disse à Sky News a diretora do ECDC, Andrea Ammon. “Se isso continuar, podemos esperar mais casos e possivelmente mortes por doenças como dengue, chikungunya e febre do Nilo Ocidental.
A dengue
Em 2022, diz o órgão, houve 1.133 casos e 92 mortes de infecção pelo vírus do Nilo Ocidental na Europa. Trata-se de um vírus da mesma família daqueles que causam zica, dengue e febre amarela. De acordo com o número total, 1.112 foram infecções locais no continente europeu, o maior número de casos desde a epidemia do vírus, em 2018. Os países mais afetados foram Itália e Grécia, que juntos somaram 1.009 infecções. Mas países mais frios, como Alemanha (16 casos), também tiveram casos registrados.
A dengue, doença bastante conhecida dos brasileiros, também preocupa os europeus.
O ECDC vem reforçando a necessidade de tomar cuidados para evitar a proliferação dos mosquitos transmissores: eles incluem eliminar focos de água parada, onde os mosquitos se reproduzem, e reforçar o uso de repelente e roupas que cubram a maior parte do corpo e evitem as picadas dos mosquitos.
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