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Como Enfrentar o Problema de Tratamento de Efluentes

Atualmente existem várias tecnologias e processos disponíveis para o tratamento de efluentes e a escolha de uma delas, sem as devidas considerações, pode  impactar de forma significativa no seu gerenciamento , além de representar custos de investimento ou operacionais importantes

O surgimento de novas tecnologias pode indicar que a escolha do sistema a ser adotado, para cada caso específico, é simples e ilimitada e, portanto, a seleção do processo é uma simples questão de escolha de custo.

Entretanto esta decisão é mais complexa e envolve uma série de etapas, antes da definição do sistema propriamente dito.

Conhecimento dos efluentes

Os efluentes de uma indústria, ou mesmo os domésticos, são complexos, contendo uma série de contaminantes e poluentes, tais como: sólidos dissolvidos, DBO/DQO, sólidos suspensos, óleos e graxas, produtos químicos e nutrientes. Assim, os processos de tratamento podem ser físicos, químicos, biológicos, etc. ou uma combinação de vários deles. Esta etapa de conhecimento dos efluentes e de sua geração é de extrema importância.

Conhecimento dos requisitos Legais e Normas

É fundamental que se defina corretamente os requisitos legais e as Normas aplicáveis a cada situação especifica, seja dos padrões de emissão ou de qualidade dos corpos receptores. Em alguns casos é necessário que se façam estudos de autodepuração. Em outros o parâmetro para descarte é a rede de uma concessionária. Deve se verificar também o esquema de monitoramento a ser utilizado e se não há requisitos adicionais corporativos, em caso de grandes empresas ou alguma exigência dos sistemas de governança e conformidade (compliance).

Além disso, é importante ressaltar que no Brasil, a emissão do efluente de qualquer ETE deve atender a Lei (Federal, Estadual ou Municipal) cujos limites dos parâmetros de lançamento do efluente sejam o MAIS RESTRITIVOS.

Tratamento interno ou externo à unidade

Uma alternativa a ser considerada é a de se tratar os efluentes externamente, mediante o pagamento de tarifas conforme a vazão e o grau de poluição ou internamente onde há a necessidade de se contratar pessoal para a operação e controle da planta, há o custo de energia elétrica e de outros insumos. Para a correta decisão é imprescindível que se considere que a responsabilidade final Legal pela eficácia do sistema é do cliente.

Tratamento de efluentes combinados ou em separado.

Deve-se observar que nem sempre o melhor tratamento é a mistura dos diferentes fluxos gerados na unidade industrial e, em alguns casos, o melhor é  tratá-los de forma separada e isolada. Esta definição acontece com o adequado conhecimento dos efluentes e requisitos de qualidade estabelecidos.

Algumas vezes, mesmo após o sistema ser instalado, podem surgir novos problemas divido a mudanças de métodos ou insumos nas áreas produtivas, o que pode demandar pelo tratamento individualizado de alguma nova corrente.

Tecnologias de tratamento

No Brasil temos várias tecnologias empregadas nos mais variados efluentes e novos processos estão sendo desenvolvidos continuamente  no mundo inteiro, o que traz uma enorme possibilidade para a seleção daquela que é mais indicada para cada situação. Muitas destas técnicas de tratamento são aplicadas no exterior em condições diferentes das brasileiras e utilizadas aqui não apresentam os mesmos resultados. Portanto, recomenda-se que esta seleção seja feita com muito cuidado observando-se a aplicabilidade da mesma, assim como a capacitação da equipe operacional em assimilar os conhecimentos e aplicá-los em seu local de trabalho. Em muitos casos há a necessidade de treinamento, o que não é considerado nos custos.

Muitas vezes a rota tecnológica utilizada não leva em consideração as características específicas dos efluentes e os aspectos e particularidades locais.

Conclusão

A escolha de um sistema de tratamento de efluentes envolve várias etapas e consiste em uma série de operações unitárias que devem ser corretamente definidas antes de se decidir pela tecnologia a ser empregada.

Como os tratamentos envolvem várias funções que não são as habituais dos clientes, esta escolha deve ser feita cuidadosamente, pois pode representar custos e não conformidades e, com certeza, as mudanças em unidades existentes é muito mais complexa do que se fazer a seleção tecnológica correta.

Autor: Luiz Fernando Iervolino – H2O Engenharia
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