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Cientistas coletam amostras de sedimento na baía de Santos para monitorar contaminação por cocaína

Cientistas coletam amostras de sedimento na baía de Santos para monitorar contaminação por cocaína

Droga se tornou um contaminante emergente na região e já afeta organismos marinhos, como ostras e mexilhões. Em vídeo, pesquisadores explicam como obtêm-se o material para os estudos geoquímicos

Além de poluentes oriundos das atividades portuária, industrial e do esgoto doméstico, um contaminante emergente afeta também a baía de Santos. Está presente não só na água, mas também em sedimentos e organismos marinhos: a cocaína. Neste vídeo produzido pela Agência FAPESP, o problema é relatado pelo biólogo Camilo Dias Seabra, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

No âmbito de um projeto apoiado pela FAPESP, o grupo de Seabra e colegas da Universidade Santa Cecília (Unisanta) identificaram pela primeira vez, em 2017, o acúmulo de cocaína e outras substâncias derivadas de remédios em água superficial na baía de Santos e efeitos biológicos em concentrações ambientalmente relevantes (leia mais em: agencia.fapesp.br/51489).

Os pesquisadores encontram ibuprofeno, paracetamol e diclofenaco em amostras de água coletadas na região, dentre outros medicamentos. Além destes, cocaína em concentração equivalente à da cafeína – um indicador tradicional de contaminação. A cafeína está presente em vários medicamentos, e também em bebidas, por exemplo o café, chá e refrigerantes.

Estudo em sedimento estuarino

Essas descobertas se baseiam em estudos geoquímicos feitos em testemunhos de sedimento estuarino. No vídeo é possível acompanhar como realiza-se a coleta dessas amostras e de animais na região do emissário submarino da baía de Santos.

De acordo com Seabra, a partir desses estudos, foi possível estimar que a cocaína passou a se acumular no estuário de Santos a partir da década de 1930. Porém, as concentrações da droga na região saltaram nas últimas décadas. Algumas das explicações para esse aumento é que a região é uma das principais rotas de tráfico da droga da América do Sul para a Europa. Além disso, a região, a exemplo de outras no país e no mundo, enfrenta o problema do aumento de usuários de drogas ilícitas, como a própria cocaína e o crack.

Outros problemas na região são a falta de tratamento de esgoto, o uso de crack e outras drogas e riscos à segurança pública. A fim de entender melhor a magnitude desses problemas, os pesquisadores pretendem iniciar um programa epidemiológico baseado em águas residuais para identificar o consumo de drogas.

Um dos objetivos de programas como esse é contribuir para a detecção de problemas de saúde da população relacionados não só a drogas ilícitas, mas também álcool e tabagismo.

Fonte: Agência FAPESP


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