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Avaliação das Condições de Uso e Consumo de Energia em Estações de Tratamento de Águas Residuais – Caso de Estudo

Resumo: Nos últimos anos, no sector do tratamento das águas residuais, a maior parcela de encargos está relacionada com os consumos de energia. Segundo “PENSAAR 2020 – Uma nova estratégia para o setor de abastecimento de água e saneamento de águas residuais”, estima-se que o peso deste recurso represente cerca de 38% do total dos encargos relativos aos sistemas municipais de águas residuais. Com o presente trabalho pretendeu-se avaliar as condições de uso e consumo da energia, bem como definir e avaliar bases metodológicas dedicadas à avaliação do desempenho energético de estações de tratamento de águas residuais. Para o efeito foram objeto de análise e tratamento, os resultados relativos a um caso de estudo, que compreendeu a realização de um conjunto de auditorias energéticas e processuais a um conjunto de 13 ETAR localizadas em Portugal Continental, na região de Lisboa e Vale do Tejo, e deste modo avaliar de que forma a energia é utilizada e estimar a distribuição de consumos pelo conjunto dos processos existentes nestas instalações. Esta análise possibilitou a obtenção de informação pertinente acerca dos processos, equipamentos, características técnicas e modo de funcionamento habitualmente existentes neste tipo de instalações, bem como, um conhecimento abrangente acerca da distribuição dos seus consumos energéticos, tendo em atenção questões relacionadas com a dimensão e localização. Foram ainda identificados e calculados os indicadores energéticos usualmente utilizados em sede de avaliação do desempenho energético deste tipo de instalações. A análise efetuada aos resultados obtidos evidenciou que a utilização dos mesmos para os efeitos em causa seja, na generalidade dos casos, desadequada. Neste contexto foi avaliada, com recurso aos princípios da análise de regressão multivariável, a existência de uma relação matemática entre a variável dependente e as variáveis independentes por forma a justificar a variação do consumo de energia da amostra de instalações. Procurou-se, com o desenvolvimento do modelo em causa, criar uma ferramenta que efetuasse comparações entre os consumos de energia gerados pelo modelo e os consumos de energia reais, possibilitando assim uma avaliação comparativa do desempenho energético das instalações e o desenvolvimento de um indicador baseado na relação entre os consumos reais e os expectáveis de determinada instalação. A avaliação estatística e a análise crítica aos dados de base e gerados pelo modelo permitiu concluir que , apesar de definido, o modelo terá de ser alvo de reformulações, nomeadamente no que diz respeito à definição de grupos de ETAR com características e dimensão semelhantes de forma a conseguir definir modelos mais precisos e direcionados para determinadas tipologias. Conclui-se ainda que o grande entrave à definição de modelos de avaliação do desempenho energético neste tipo de utilizações, está relacionado com a falta de representatividade dos dados disponíveis relativos a variáveis processuais com influência determinante no uso e consumo de energia das instalações em análise.

Introdução: Atualmente, nos vários setores da sociedade, existe uma crescente preocupação com os consumos de energia, bem como com as emissões de gases com efeito de estufa a estes associados. A esta temática está associada a preocupação com a garantia da redução da dependência energética externa que Portugal tem vindo a ter nas últimas décadas. A inexistência, em quantidade e qualidade que justifique a sua exploração nas condições de mercado atuais, de recursos energéticos endógenos fósseis, e a forte contribuição destes para o mix energético nacional, conduz a uma elevada dependência energética do exterior em termos de energia primária. É importante realçar que as variações existentes ao longo dos anos devemse, em parte, a uma aposta clara nas energias renováveis, em especial à energia hídrica e eólica. Na figura 3.1 é apresentada a evolução anual da dependência energética que Portugal teve do exterior, até ao ano de 2014. (…)

Autor: Ruben Filipe Capela Pinto Alves.

Leia o estudo completo: avaliacao-das-condicoes-de-uso-e-consumo-de-energia-em-estacoes-de-tratamento-de-aguas-residuais-caso-de-estudo

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