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Análise laboratorial de lodos desidratados de estações de tratamento de água da região metropolitana de Belo Horizonte – MG para uso em pavimentação

Resumo

Com o avanço e desenvolvimento dos grandes centros urbanos, os serviços de tratamento de água e esgoto tem sido de enorme importância para a qualidade de vida da população. Porém, são geradas grandes quantidades de resíduos nos processos e a disposição final destes tem sido um grande problema para as autarquias e concessionárias. A pesquisa teve como objetivo precípuo realizar uma análise laboratorial de resíduos desidratados de estações de tratamento de água (lodo de ETA) da Região Metropolitana de Belo Horizonte – RMBH, visando sua utilização em camadas de pavimentos. O estudo realizou uma caracterização física, mecânica, química, ambiental e biológica em lodos provenientes das ETAs de Bela Fama, município de Nova Lima – MG e da ETA Rio Manso/Paraopeba localizada no município de Brumadinho – MG. Além da caracterização dos lodos puros, estudou –se o comportamento mecânico dos mesmos e também quanto estabilizados quimicamente com teores específicos de cal hidratada e cimento Portland.

Introdução

Para a produção de água potável, que é essencial para o desenvolvimento dos grandes centros urbanos, são gerados grandes volumes de resíduos convencionalmente denominados de Lodos de Estação de Tratamento de Água ou simplesmente Lodo de ETA. Este material é originado geralmente nos decantadores, sendo basicamente liquido, representando entre 0,2 e 5,0% do volume total de água tratada e é constituído por materiais inertes, matéria orgânica e precipitados químicos, incluindo compostos de alumínio e ferro em grandes quantidades, dependendo do tipo de coagulante utilizado no tratamento de potabilização da água (HOPPEN et al., 2005). Visando uma melhor disposição final e a uma aplicação como material de construção, alguns resíduos já têm sido utilizados na concepção de pavimentos de rodovias ou na constituição de outros materiais.

O transporte rodoviário no Brasil é a principal alternativa para movimentação de cargas e pessoas, contribuindo significativamente para o desenvolvimento socioeconômico nacional. Com uma participação de mais de 61% na matriz de transporte de cargas e de 95% na de passageiros, a infraestrutura rodoviária é também a principal responsável pela integração de todo o sistema de transporte no país. Dados do Sistema Nacional de Viação-SNV, apontam que a malha rodoviária nacional compreende 213.452 km de rodovias pavimentadas, contrapondo-se a 1.349.938 km de rodovias não pavimentadas (CNT,2020).

Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) publicada em 2020 mostra que malha rodoviária brasileira foi avaliada com 59,20 % das rodovia com algum tipo de deficiência no pavimento, 47,60% possuem problemas no pavimento, 48,10% apresentam deficiência na sinalização e 75,70% possuem falhas na geometria.

A mudança da legislação visando a preservação ambiental, em especial em impactos causados pelas obras de engenharia que além de necessitar de grandes reservas naturais de materiais naturais, bem como grandes áreas para disposição final vem fazendo com que diversas pesquisas busquem soluções que venham reduzir danos naturais no que se diz respeito à exploração e disposição de materiais.

A utilização de rejeitos oriundos de processos industriais em camadas de pavimentos pode ser uma notável alternativa técnica e econômica, uma vez que encontrar jazidas de materiais que possuam desempenho e qualidade satisfatórios para a concepção de camadas de pavimentos tem ficado cada vez difícil. Por sua vez, a geração de resíduos devido à expansão industrial e também dos grandes centros urbanos devido principalmente ao desenvolvimento econômico tem aumentado significativamente.

Autores: Hebert da Consolação Alves e Geraldo Luciano de Oliveira Marques.

 

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