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Avaliação do uso de reservatórios individuais de detenção de águas pluviais para controle de inundações urbanas, com auxílio do modelo de células de escoamento – MODCEL

Resumo

O crescimento desordenado das cidades afeta diretamente o uso do solo, aumentando o volume de água escoado. Este crescimento sem planejamento, aliado a mudanças climáticas cada vez menos previsíveis, tem piorado o panorama mundial de desastres ocasionados por enchentes.

Os desastres recorrentes das inundações têm levado, cada vez mais, os projetistas a adotar soluções mais sustentáveis para mitigação das inundações. Por sua vez, o sistema de drenagem urbana sustentável busca retomar as características e condições naturais do ciclo hidrológico antes da urbanização. A abordagem sobre a drenagem urbana, a partir desta outra concepção de sistema, visa substituir as grandes estruturas dos projetos de controle de inundações convencionais por pequenas medidas espalhadas por toda a bacia hidrográfica, atuando na fonte da geração do escoamento.

Um exemplo destas medidas sustentáveis são os reservatórios de lote. Os reservatórios são dimensionados para atenuar o escoamento superficial gerado localmente, mantendo, o mais próximo possível, a vazão de cheia produzida pelo lote igual à vazão natural de pré-urbanização.

Assim sendo, o presente estudo visa avaliar a eficiência dos reservatórios individuais de detenção, os reservatórios de lote, considerando diferentes concepções de projeto, para o controle de cheias na escala da bacia hidrográfica. Foram elaboradas 4 condições para a rede de drenagem, uma considerando a sua situação atual e três concepções de projeto de reservatórios, além de uma condição de pré-urbanização, utilizada como referência para comparação dos resultados.

A avaliação dos reservatórios de lote foi realizada em um trecho de uma rua com ocupação urbana já consolidada, no bairro do Grajaú no município do Rio de Janeiro, que faz parte da bacia do Canal do Mangue.

Introdução

O problema de inundações está cada vez mais presente nos centros urbanos. O crescimento desordenado das cidades afeta diretamente o uso do solo, aumentando o volume de água escoado (LEOPOLD, 1968). Este crescimento sem planejamento, aliado a mudanças climáticas cada vez menos previsíveis, tem piorado o panorama mundial de desastres ocasionados por enchentes.

Os desastres recorrentes das inundações têm levado, cada vez mais, os projetistas a adotar soluções mais sustentáveis para mitigação das inundações. Por sua vez, o sistema de drenagem urbana sustentável busca retomar as características e condições naturais do ciclo hidrológico antes da urbanização (MIGUEZ, 2007). A abordagem sobre a drenagem urbana, a partir desta outra concepção de sistema, visa substituir as grandes estruturas dos projetos de controle de inundações convencionais por pequenas medidas espalhadas por toda a bacia hidrográfica, atuando na fonte da geração do escoamento.

Um exemplo destas medidas sustentáveis são os reservatórios de lote. Os reservatórios são dimensionados para atenuar o escoamento superficial gerado localmente, mantendo, o mais próximo possível, a vazão de cheia produzida pelo lote igual à vazão natural de pré-urbanização (MIGUEZ, 2015). Nesse contexto, é considerada uma chuva de projeto com duração crítica para a escala da rede local de microdrenagem, resultando em uma chuva com alta intensidade e curta duração, muitas vezes considerada como sendo de 1 hora. Ahammed (2017) cita alguns estudos sobre a capacidade de amortecimento de reservatórios de lote, os quais também podem ser usados para aproveitamento da água de chuva, com resultados de até 50% de redução no pico da vazão.

A hipótese de trabalho considera que a atual concepção dos projetos de reservatórios de lote é ineficiente quando considerado o efeito de atenuação de cheias em eventos hidrológicos críticos para a bacia hidrográfica do corpo d’água receptor do sistema de drenagem urbana.

Assim, este estudo tem como objetivo principal avaliar a eficiência dos reservatórios individuais de detenção, considerando diferentes concepções de projeto, para o controle de cheias na escala da bacia hidrográfica.

Autores: Antonio Krishnamurti Beleño de Oliveira; Osvaldo Moura Rezende; Marcelo Gomes Miguez; Cícero Matos Arrais e Aline Pires Veról.

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