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Congresso ABES/Fenasan 2017 – Saneamento Ambiental: Desenvolvimento e Qualidade de Vida na Retomada do Crescimento”

Tratou-se de uma realização conjunta das duas entidades de maior representatividade técnica em saneamento no País: a ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental) e a AESABESP (Associação dos Engenheiros da Sabesp).

Em uma edição única e exclusiva, em São Paulo – SP, foram reunidos os três eventos mais tradicionais do setor: o 29º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, da ABES, o 28º Encontro Técnico AESabesp e a 28ª Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente – FENASAN. Juntos, constituíram a maior realização de cunho técnico e mercadológico, em saneamento ambiental e meio ambiente, já realizado no continente americano.

Essa edição aconteceu entre os dias 2 a 6 de outubro de 2017, no espaço “São Paulo Expo”. Trata-se do antigo Centro de Convenções Imigrantes, que foi reformulado e ampliado. No dia 2/10.2017 foi celebrada a sua solenidade de abertura. Os dias 3, 4 e 5 de outubro foram reservados para as ações do Congresso e da Feira. E no dia 06 houve uma programação de visitas técnicas.

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O I5 – Painel Tecnologia, Gestão e Desempenho Ambiental de ETEs Instaladas em Empreendimentos Habitacionais, foi realizado no dia 4 de outubro e apresentou os avanços sobre o desenvolvimento de sistemas locais e descentralizados de manejo de águas residuárias, incluindo aspectos de sustentabilidade econômica e ambiental, além de gerenciamento e valorização de subprodutos a partir de resultados da Rede Nacional de Tratamento de Esgotos Descentralizados.

O Prof. Dr. André Bezerra dos Santos (Univ. Federal do Ceará) e Coordenador Nacional da Rede Nacional de Tratamento de Esgotos Descentralizados (RENTED), inaugurou o painel com o tema “Oportunidades e desafios para gestão de ETE descentralizadas”.

O professor iniciou a apresentação, comentando o déficit de saneamento, com dados da Agência Nacional de Águas (2017), onde 43% é coletado e tratado, 18% coletado e não tratado, 27% não coletado e não tratado e 12% com soluções individuais.

Déficit de habitação

Para eliminar o déficit e a sub-habitação até 2030:

  • 1,6 milhões de novas habitações/ano (Fonte: FGV, 2016)

Esforço 2018 – 2030: R$ 390 bilhões/ano:

  • 7,6% do PIB Brasileiro (Fonte: FGV, 2016)

Sobre os desafios para a gestão de ETE descentralizadas, ele ressaltou a chegada de esgoto nas estações de tratamento abaixo da quantidade esperada, com elevados índices de não utilização (ociosidade) da rede de esgotos ,ocasionando uma diminuição das receitas e aumento dos impactos ambientais. E a obrigação do usuário conforme previsto na Lei nº 11.445/07 (Artigo45).

Como problemas operacionais:

  • Baixas velocidades nos canais das grades e desarenadores
  • Baixas velocidade ascensionais na manta de lodo em reatores UASB resultando problemas de liberação do biogás
  • Menor quantidade de biogás e problemas com eventuais receitas esperadas do reaproveitamento energético
  • Dificuldades de medição de vazão na calha Parshall no início de plano (quando realizada)
  • Menor capacidade de investimento das companhias de saneamento em automação e controle pela menor arrecadação

Sobre as tendências atuais de recentralização de tratamento pelas companhias de saneamento:

  • Vantagens: Facilidade de operação;maior facilidade de cumprimento com os padrões de lançamento e de produção de água para reúso;diminuição dos custos de implantação pelo aumento da escala etc.
  • Desvantagens: Maiores gastos com energia a depender da tecnologia adotada e maior dificuldade em muitos casos da implementação do reúso etc.
  • Ponto de equilíbrio: Adaptação dos sistemas de baixo custo e de baixa demanda energética, inclusive com vistas à recuperação de recursos etc.

Principais problemas operacionais verificados nas ETEs descentralizadas

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Fonte: Labosan / Prof.André Bezerra dos Santos

 

O arcabouço jurídico foi outro ponto demonstrado, considerado muito distinto em relação a cumprimentos dos padrões de lançamento.

 

Principais indicadores das legislações ambientais

  1. Valor Máximo Diário.
  2. Média Aritmética Mensal.
  3. Nitrogênio Amoniacal.
  4. Variável de acordo com o padrão socioeconômico do empreendimento imobiliário habitacional.
  5. Para efluentes sanitários (domésticos).
  6. Para efluentes de Lagoas de Estabilização.
  7. Somente para pH abaixo de 8 (Resolução COEMA n° 02/2017).
  8. Variável de acordo com a Carga Orgânica diária bruta (kg/dia).
  9. Variável de acordo com classes de enquadramento do corpo d’água receptor.
  10. De acordo com o Tipo de Indústria.
  11. O padrão para Nitrogênio Amoniacal não é exigível para Sistemas de Tratamento de Esgotos Sanitários e deve atender ao padrão da classe de enquadramento do corpo receptor.
  12. Para Indústria Têxtil.
  13. Lançamentos em Corpos Hídricos contribuintes de lagoas ou lagunas ou estuários.
  14. Pra Indústrias de Laticínios.
  15. Variável de acordo com a Vazão diária (m3/dia).
  16. Nitrogênio Total.
  17. A legislação prevê eficiência mínima de remoção de 75%.
  18. Para efluentes industriais.
  19. A legislação prevê eficiência mínima de remoção após desarenação, em casos de lançamento de efluentes por meio de emissário submarino.
  20. Para efluentes advindos de lavagem de filtro de ETA.
  21. Para lançamento indireto de efluentes (em sistema coletor das operadoras de serviços de esgoto).

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Fonte: Labosan / Prof.André Bezerra dos Santos

Foi ressaltado por André Bezerra, a ausência de uma legislação de reúso ou formulação de legislação incompatível com a capacidade de pagamento dos diferentes entes federativos.

  • Como as ETEs descentralizadas ficarão com limites cada vez mais restritivos?
  • Como critérios restritivos podem ser atendidos em todo o território nacional?
  • Como só focar em reúso sem ficar também em programas para redução de perdas?

“O setor de tratamento de esgotos oferece muitas oportunidades e desafios, sendo fundamental a melhoria na capacidade de gestão dos sistemas de tratamento. É importante o papel do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) no planejamento e maior celeridade das operadoras/prefeituras na aprovação de projetos e captação de recursos. É preciso cuidados com a centralização de sistemas e com a escolha da tecnologia de tratamento. Também a necessidade mínima nas diferentes legislações ambientais para padrões de lançamento e reúso em todo o território nacional”, concluiu.

O Prof. Dr. Luciano Matos Queiroz – Universidade Federal da Bahia prosseguiu com “ Aspectos quantitativos e qualitativos de esgotos gerados em empreendimentos habitacionais”.

Foi citado pelo professor a Portaria nº 93 de 24 de fevereiro de 2010 do Ministério das Cidades:

“O empreendimento deve dispor de infraestrutura básica, a qual compreende serviços de energia; saneamento básico, como abastecimento de água, solução de drenagem e esgotamento sanitário, assim como, um sistema de coleta de resíduos sólidos”.

E a Portaria nº 168 de 13 de abril de 2013 do Ministério das Cidades (Anexo IV):

“As redes de energia elétrica e iluminação pública, abastecimento de água potável e as soluções para o esgotamento sanitário, deverão estar operantes até a data de entrega do empreendimento ou da respectiva etapa”.

“No entanto a realidade é diferente. E o que já devíamos fazer nos empreendimentos habitacionais? ”

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Fonte: Kiperstok, 2002.

“A configuração interna em uma edificação dos sistemas de coleta, transporte, tratamento e disposição (ou reúso), resulta em efluentes sanitários com significativas diferenças em termos de carga de parâmetros físico-químicos e biológicos. Portanto, quanto mais completa for a caracterização do efluente de interesse, mais adequada será a escolha da configuração do tratamento e reúso”, explicou.

As cores das águas na residência

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Fonte: PROSAB / Prof. Dr. Luciano Matos Queiroz

RECOMENDAÇÕES

– Obter dados sobre o consumo de água e aspectos socioculturais relacionados ao consumo de água e produção de efluentes.

– Obter os hidrogramas de vazões de águas residuárias de origem doméstica segregadas.

– Realizar o balanço hídrico nas unidades residenciais e nos sistemas de tratamento de águas residuárias de origem doméstica.

– Caracterizar as águas residuárias de origem doméstica segregadas quanto à presença de macro-poluentes (série de sólidos, matéria orgânica, nutrientes, patógenos, parâmetros físicos).

– Caracterizar as águas residuárias de origem doméstica segregadas e não segregadas quanto à presença de micropoluentes específicos (interferentes endócrinos, fármacos, nonil-fenóis etoxilados, metais).

CONTEXTUALIZAÇÃO

– Conhecer a influência de distintas tecnologias de tratamento sobre o comportamento de parâmetros convencionais (DQO, DBO, patógenos, etc.), quando aplicadas de forma descentralizada (pequenas comunidades e habitações de interesse social).

– Conhecer a influência de distintas tecnologias de tratamento sobre o comportamento de parâmetros não convencionais (LAS, AGV individuais, interferentes endócrinos e fármacos), quando aplicadas de forma descentralizada.

– Detectar e quantificar micro-organismos específicos (Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens; oocistos de Cryptosporidium; cistos de Giardia e vírus) em águas residuárias de origem doméstica segregadas e não segregadas.

– Obter parâmetros de projeto e operação de diferentes sistemas descentralizados de tratamento de águas residuárias de origem doméstica segregadas e não segregadas.

 

Aspectos Quantitativos: Medidores de vazão nos pontos de geração, Medidores de vazão por meio de ultrassom, Medidores de nível Piezômetros

Aspectos Qualitativos: Amostras simples ou compostas – dependendo da situação

Parâmetros:

– CODtotal, CODsoluble, Solids, turbidity, pH

– Sensors: temperature, conductivity, redox potential.

O Painel J5 “Novas tecnologias, experiência e viabilidade de reúso e dessalinização”, abordou o reuso de água.

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Os prejuízos causados pela estiagem e pela crise de abastecimento de água já começaram a ser contabilizados e divulgados por diversos setores da economia nos últimos anos. E com esses números é possível afirmar que a adoção de novas tecnologias para captação e aproveitamento dos recursos hídricos passa cada vez mais a ser uma realidade. Projetos de dessalinização da água do mar e reúso de efluentes tornam-se cada vez mais presentes no dia a dia. A ausência de disponibilidade hídrica em quantidade e em qualidade confirmam que o retorno do investimento pode ser uma vantagem competitiva importante para o uso desses novos recursos.

O painel incorporou todos esses tópicos: tecnologia, segurança sanitária, avaliações econômicas, modelo de negócios e legislação a fim de poder contribuir de maneira produtiva e lúdica para que a sociedade possa entender diferentes opções de uso do recurso hídrico e caminhar para uma tomada decisória através de uma análise de custo efetiva.

Carlos Eduardo Lucchini, Diretor da Fluence Corporation Brasil, comentou as “Tecnologias Compactas de Reúso e Dessalinização: Resultados e Aplicabilidade”.

Segundo Lucchini, em 2017, os fornecedores independentes de soluções de tratamento de água, Emefcy e RWL Water, uniram forças para criar a Fluence Corporation com a visão de se tornar-se o principal fornecedor mundial de soluções descentralizadas e compactas em tratamento de águas e efluentes para rápida implantação.

Um dos produtos destacados, foi o NIROBOX, sistemas em contêineres para tratamento de água e efluentes. Uma solução comprovada em campo que aborda o mercado intermediário; tempo mais curto, a solução de fornecimento de água ideal para áreas atingidas pela seca; CAPEX inicial inferior; abordagem modular e ampliável que pode atender a todos os requisitos do site, permitindo a entrega, integração, comissionamento e operação rápidas.

Soluções em Contêineres Para Reúso de Efluentes

– Tratamento inclui: Sistema de Flotação por Ar Dissolvido (DAF), Ultrafiltração (UF), Ultravioleta (UV), Osmose Reversa (RO), Oxidação Avançada (AOP)

– Tratamento terciário para: Efluente doméstico, efluente industrial, água cinza

– Reúso para: Uso Industrial, Reúso potável indireto e irrigação

– Fatores operacionais: Capacidade de 120 m3 /d a 360 m3/d, contêineres de 20’ ou 40’ (podem ser combinados), Plug & Play

Pré-tratamento

Parâmetros Para Alimentação das Membranas de Osmose Reversa

  • Turbidez < 0,5 NTU (preferivelmente < 0,1 NTU)
  • SDI < 3
  • Eliminar a presença de oxidantes
  • Reduzir a concentração de metais (Fe; Al)
  • TOC < 3 mg/l
  • Reduzir a concentração de material particulado
  • Reduzir a concentração de óleos e graxas
  • Reduzir a concentração de componentes que favoreçam biofilme

Processo de Dessalinização da Água do Mar

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Fonte: Fluence / Carlos Eduardo Lucchini

Plantas Customizadas x Plantas Compactas Autônomas

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Fonte: Fluence / Carlos Eduardo Lucchini

O executivo da Fluence, apresentou alguns Estudos de Caso, como o de Dessalinização de Água Salobra Produzida Para Reúso, na Colômbia.

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Fonte: Fluence

Cliente: Pacific Rubiales Energy Corp.

Tecnologia: Projeto, construção, O&M de estações de tratamento de efluentes totalmente automatizadas. Pré-tratamento: filtração, filtros micronicos automáticos, BWRO

Capacidade: 80.000 m3 /d (21,1 MGPD)

Visão Geral do Projeto: Tratamento da água produzida, um subproduto da extração de petróleo – substituindo um processo de eliminação existente por injeção de poço profundo com tratamento de osmose reversa de água salobra totalmente automatizada (BWRO), tratando efetivamente a água salobra que permanece do processo de perfuração para maximizar a reutilização de água enquanto elimina a disposição de salmoura.

  • Estação de tratamento para 500 mil barris/d, executada em 18 meses
  • Solução de menor custo para tratamento de efluentes
  • No tratamento de efluente do óleo terrestre a água de alimentação salobra contém óleos residuais, hidrocarbonetos, sólidos e outros contaminantes difíceis de tratar

Outro Estudo de Caso apresentado, foi o de Dessalinização de Água de Mar (SWRO) Para Agua Potável Connority, África do Sul.

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Fonte: Fluence

Cliente: Connority

Tecnologia NIROBOX™: Ultrafiltração, Osmose Reversa de Água do Mar, Recuperação de Energia, Pós-tratamento com Remineralização

Capacidade: 10.000 m3 /d (2,6 MGD)

Visão Geral do Projeto: Uma planta de dessalinização de alto rendimento foi necessária com urgência para resolver uma escassez aguda de água potável na costa sudeste da África.

Apenas 10 unidades NIROBOX, de alto fluxo de 1.000 em cada unidade – planta compacta com baixo impacto ambiental.

Projeto com processo de patente pendente – redução de uso de energia e químicos, taxa de recuperação de até 50%.

Custos menores de O&M – pré-projeto com alimentação centralizada, pós-tratamento e monitoramento remoto

Uma planta de 10.000 m3 /d foi encomendada e entregue em apenas 6 meses

Comissionamento:  2016

Eduardo Mazzolenis de Oliveira, engenheiro de licenciamento e gestão ambiental na Cetesb, expôs a aplicação do reuso no ponto de vista da CETESB.

De acordo com o representante da Cetesb, a partir de uma abordagem mais sustentável, significa que o reúso deva atender aos aspectos quantitativos, como a eficiência do uso da água pelo usuário, balanço demanda/disponibilidade, criticidade da bacia ou do trecho do corpo d’água. E nos aspectos qualitativos, o uso desejado, qualidade do efluente, aspectos ambientais e de saúde pública e aceitação do usuário.

Diretrizes e Normas Legais

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Fonte: Eduardo Mazzolenis de Oliveira

Diretrizes Gerais e Regionais

Nacionais (Resoluções CNRH com diretrizes e critérios)

  • Nº54 (28/11/05): reúso direto não potável de água
  • Nº121 (16/10/2010): reúso direto não potável agrícola e florestal
  • Nº153 (17/12/2013): Recarga Artificial de Aquíferos

Estadual

  • Lei 16.337/2016: racionalização do uso da água (bacias críticas)
  • Decreto 32.955 (07/02/1991): Recarga de aquíferos

Regional – Plano de Bacia do CBH-PCJ

  • Redução de perdas e propostas de reúso urbano-industrial

Normas Técnicas e Orientações

Normas ABNT

  • NBR 15527 (2007): Aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis de coberturas urbanas
  • NBR 13969 (1997): normas gerais sobre projeto, construção e operação de tanques sépticos

 Manual “Conservação e reúso de água em edificações” (ANA-FIESPSINDUSCON)

  • Orientações para o reúso de efluentes tratados em atividades urbanas e indústriais

Normas legais gerais (SP)

Decreto Est. nº 8.468/76 e alterações (Art. 57, IV, a): Licenciamento ambiental

  • Licenciamento para sistemas de reuso de efluentes líquidos implantados em empreendimentos licenciáveis
  • Parecer Técnico para os empreendimentos que não são licenciáveis

Resolução CRH 156 (21/03/2012): Diretrizes para o reúso direto de água não potável, proveniente de ETEs de sistemas públicos para fins urbanos

  • Outorga de Autorização de Implantação
  • Estudo de Viabilidade de Implantação contemplando balanço hídrico

Reúso indireto não planejado: nossos corpos d’água

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Reúso indireto planejado: Enquadramento

Águas superficiais

  • CONAMA 357/05
  • CNRH 91/2008
  • Decreto 10.755/77 (SP)

Águas subterrâneas

  • CONAMA 396/08: classificação/diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas;
  • DD-CETESB 256/2016/E, (22/11/2016): Valores Orientadores para Solos e Águas Subterrâneas no Estado de São Paulo

Normas Legais Específicas (SP)

Reúso de lodos e efluentes de atividades industriais – Critério geral

  • Benefício agronômico, não provocar poluição

Normas CETESB

  • P002 (maio 2010): Efluentes e lodos de indústrias (critérios e procedimentos para aplicação no solo agrícola);
  • 231 (2015): Vinhaça – Critérios e Procedimentos para Aplicação no

Solo Agrícola

  • 233 (2009): Lodos de curtumes – critérios para o uso em áreas agrícolas

Resolução Conjunta SMA/SS/SSRH nº 1 (28/06/2017)

Reúso não potável direto de água, para fins urbanos, proveniente de efluentes tratados de ETEs

Elaboração: Câmara Ambiental do Setor de Saneamento SMA/CETESB, a partir da solicitação da Secretaria da Saúde

Entidades Participantes: S.E.Saúde, ASSEMAE, ARSESP e Operadoras de saneamento, SABESP, FIESP, ABCON, ABIMAQ, CETESB, Fac. S. Pública-USP

Metodologia: definição de usos prioritários, constituição de GT, discussões plenárias, estudos de risco (patógenos), levantamento bibliográfico (Brasil/SP), consulta pública (Internet)

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Fonte: Eduardo Mazzolenis de Oliveira

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Fonte: Eduardo Mazzolenis de Oliveira

ETE produtora de água de reúso

Avaliada pelo DAEE (disponibilidade dos recursos hídricos):

  • No caso das atividades de reúso impliquem alteração das condições das outorgas vigentes (intermédio da entidade detentora da outorga)

Licenciada (ou avaliada) pela CETESB:

  • ETEs de sistemas coletivos de esgotos sanitários (sistemas públicos)
  • Sistemas Tratamento Águas Residuárias de outras fontes de poluição

Vigilância Sanitária Municipal: cadastramento no Sistema Estadual de Vigilância Sanitária

Quanto ao marco legal, Eduardo Mazzolenis salientou, que é dada ênfase em diretrizes e critérios gerais. O número de diretrizes regionais é limitado, com pouca articulação com as demais diretrizes. Normas específicas apenas para alguns usos de efluentes tratados.

Quanto à sua implantação, ele citou a cultura limitada sobre utilização e planejamento integrado; Mercado potencial, mas incipiente; Infraestrutura insuficiente (Geração x Consumo); Necessidade de ampliar estratégias de manutenção e operação das ETEs; Equacionar usos x Garantia das vazões remanescentes.

A apresentação foi encerrada, com algumas conclusões tópicos para uma agenda de trabalho.

Práticas de reúso – articulação com outros instrumentos de gestão (ambiental e de recursos hídricos): zoneamentos, monitoramentos, planos de bacia, enquadramento, cobrança, plano municipal de saneamento básico

Desenvolver bases para aperfeiçoar normas – procedimentos:

  • Monitorar/divulgar aplicações-impactos (ambientais/saúde pública)
  • Difundir cultura das práticas de reuso
  • Melhores técnicas e melhores práticas somando critérios e padrões ambientais e de uso da água

Helvécio Carvalho de Sena, Gerente do Depto. De Gestão De Desenvolvimento Operacional do Vale do Paraíba – RVO – SABESP, apresentou a ETE Campos do Jordão: tratando esgoto Municipal em qualidade de reuso.

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Fonte: Helvécio Carvalho de Sena / Sabesp

A cidade possui 50.852 habitantes e está localizada na Serra da Mantiqueira, pertencente a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. Turismo é a principal atividade, em 2015 a cidade recebeu 3,7 milhões de pessoas.

O gerente da Sabesp relatou, que a ETE Campos do Jordão foi inaugurada em 22/03/14, com capacidade para tratar uma vazão média de 213 L/s. Atualmente opera 100 L/s. Possui como corpo receptor o rio Sapucaí-Guaçu e teve como investimento da Sabesp na coleta e tratamento, cerca de R$ 106 milhões. “Tivemos atenção especial a questão arquitetônica e não somente técnica. Também com a emanação de odor e dissipação de ruído. O sistema preliminar é fundamental para garantir a funcionalidade e vida útil das membranas”, disse.

Helvécio Carvalho explicou, que há o fouling reversível e o irreversível. “É necessária atenção com a concentração anunciada. É comum ouvir que o sistema de MBR pode trabalhar com 40 g/L de SST. As pesquisas são controversas, mas concentração entre 8 a 12 g/L de SST não tem efeito significante no fouling”, contou.

Ele não recomenda operar com baixa concentração. “Baixa concentração de SST no tanque de membranas poderá liberar coloides e partículas que bloquearam os poros das membranas”.

Outro ponto salientado, foi a importância do monitoramento dos tanques de membrana.

Analisador de Sólidos Suspensos Totais (SST): contínuo

  • Deve ser feito calibração quinzenal
  • Alarme no supervisório

Concentração

  • Média: 11.660 mg/L
  • Mínima: 8.400 mg/L
  • Máxima: 14.550 mg/L
  • SSV/SST: 70%

Analisador de Turbidez: contínuo.

  • Deve ser feito calibração mensal
  • Alarme no supervisório.

Uma maneira de avaliar a qualidade da membrana.

  • Turbidez de saída: 0,10 NTU

Ajuste da limpeza de Manutenção

  • Verificação da vazão de produtos químicos (NaClO, C6H807)

Outra recomendação importante, foi sobre o manutentor na estação de tratamento de esgotos. Ele deve estar presente durante a preparação do supervisório, durante a pré-operação, e manter registro dos itens chaves do processo de membrana.

Performance

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Fonte: Helvécio Carvalho de Sena / Sabesp

Exceto o nitrato, TODOS os demais parâmetros atendem ao padrão de potabilidade de água (Portaria 2.914/11), inclusive compostos orgânicos, vírus, hormônios.

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Fonte: Helvécio Carvalho de Sena / Sabesp

A apresentação foi encerrada, com um relato da Roma do século IV, onde os romanos não somente desenvolveram dispositivos especiais de ortoga para regulamentar o uso de agua, como também criaram os primeiros hidrômetros, além de que os administradores públicos que realizavam o controle promoviam o uso racional da agua e práticas de reúso, recomendando o uso da água dos banhos para as descargas das latrinas.

 

Gheorge Patrick Iwaki

[email protected]
Responsável Técnico

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