Os principais inimigos são a grilagem de terra e os loteamentos urbanos próximos a nascentes, córregos e reservatórios
No Parque Nacional de Brasília, captações do manancial de Santa Maria têm o melhor índice de qualidade do DF
Localizada no centro do Brasil, a água que deixa as nascentes brasilienses abastece algumas das principais bacias hidrográficas do país. O recurso, que surge cristalino ao deixar a fonte, perde a pureza ao seguir o curso d’água e, hoje, devido, principalmente, à ocupação desordenada, chega aos córregos com qualidade cada vez pior. No Distrito Federal, estudo da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) analisou os 23 mananciais superficiais utilizados para abastecimento hídrico e identificou que a proximidade com áreas de parcelamento irregular do solo e com loteamentos urbanos resulta na queda no Índice de Qualidade da Água (IQA). O ribeirão do Engenho das Lajes, próximo ao Gama, faz parte da Bacia do Descoberto, e apresentou o pior número. Além do prejuízo ao meio ambiente, a poluição significa aumento no custo do tratamento.
Qualidade desses córregos tende a cair
Sedimento gerado pelas construções
Reservatórios
O Rio Descoberto também apresentou um número de alerta: 69,2. Em março, o Correio mostrou invasões de luxo erguidas em cima das nascentes que abastecem o principal reservatório do DF. Seis meses depois, as edificações continuam de pé. Santa Maria mostrou o cenário ideal. Localizado dentro do Parque Nacional de Brasília, o reservatório registrou o melhor índice: 82,3. A Caesb não tem cálculos que mostrem a diferença financeira entre tratar a água do Santa Maria comparada com a do Descoberto.