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Unigel monta fábrica de Hidrogênio e Amônia verde

Unigel – Hidrogênio e Amônia Verde

Com equipamentos e tecnologia da Thyssenkrupp Nucera, projeto terá investimento de US$ 120 milhões na primeira fase e início de produção no final de 2023

Unigel Produção de Hidrogenio e Amonia Verde
Imagem Ilustrativa do Canva

 

Uma das maiores companhias químicas na América Latina, a Unigel almeja se tornar empresa pioneira na fabricação de hidrogênio e de amônia verdes, produtos que estão ocupando espaço na corrida mundial no processo de descarbonização. Os consumidores dessas matérias-primas estão em vários setores da indústria e em outras atividades, como transportes marítimo e aéreo.

A empresa, com tecnologia e o sistema industrial da alemã Thyssenkrup Nucera, começa a investir US$ 120 milhões (cerca de 660 milhões) para montar uma fábrica de hidrogênio verde em Camaçari (BA) em site ao lado do polo petroquímico. Esse investimento é para a primeira fase, que foi desenhada para produzir 10 mil toneladas ao ano de hidrogênio, utilizando energia renovável, e a conversão em 60 mil de amônia.

“É um projeto transformador para a Unigel, que estará na vanguarda, pois terá o maior projeto do mundo quando entrar em operação, no final de 2023”, afirma Roberto Noronha, presidente da companhia. Numa segunda fase, por volta de 2025, diz, o plano é quadruplicar os volumes. “Mas aí vamos buscar um parceiro, porque o montante de recursos será bem mais expressivo”, informa.

Agora, serão instalados três eletrolisadores – que fazem a separação do hidrogênio na molécula de água, de 20 MW cada um -, fornecidos pela Nucera.

“É o coração da planta industrial”, diz.

A energia para o processo virá de fonte renovável eólica, setor em que a Unigel vem investindo e investirá mais. Já tem um projeto na Bahia em parceria com a Casa dos Ventos (de investimentos acima de R$ 1 bilhão).


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Paulo Alvarenga, CEO da Thyssenkrupp na América do Sul, destacou o pioneirismo do projeto da Unigel. As conversas começaram há um ano e ganharam velocidade. Ele informou que a instalação será em módulos e chegará ao país em 48 contêineres, já montados e testados. Virão de uma fábrica da Nucera na Itália, com desembarque dos equipamentos em setembro de 2022.

“Hoje, há um emergência climática no mundo, que, por isso, busca produtos verdes como parte da descarbonização”, diz Noronha. “O hidrogênio verde será o combustível do futuro”, aponta Alvarenga.

O executivo da Thyssen destaca que a alemã tem capacidade de fornecimento inigualável adquirida ao longo de seis décadas desenvolvendo a tecnologia de eletrólise. Segundo informa, a empresa está presente em mais de 600 plantas de eletrólise, principalmente para fazer cloro e soda, mas que recentemente foi adaptada para hidrogênio verde.

“Será um projeto referência para nós, pois é o primeiro que fazemos na América do Sul em escala industrial”, diz Alvarenga. Atualmente, o grupo desenvolve dois nos EUA, uma na Holanda com a Shell e outro na Arábia Saudita.

Segundo Noronha, a fábrica ficará em na rua Hidrogênio (existente há muito tempo em Camaçari), entre os sites da Unigel Agro – que já produz amônia em processo tradicional – e da unidade de monômero de estireno. Num primeiro momento, o hidrogênio será destinado à produção das 60 mil toneladas de amônia verde.

Segundo o executivo, inicialmente, o volume vai ser todo exportado. Além das fábricas de amônia, a Unigel opera um dos dois únicos terminais do produto no país, no porto de Aratu (BA).

“Com essa combinação não há outra planta de hidrogênio verde”, afirma o executivo. “Já recebemos proposta de compra integral da amônia de um clinete do setor de navegação”, diz. Com a expansão futura e demanda interna, o Brasil será prioridade.

A segunda fase do projeto prevê atingir 40 mil toneladas de hidrogênio verde e 240 mil de amônia verde, com início de produção previsto para 2025. Para isso, serão necessários 240 MW de energia renovável.

“Vamos continuar investindo na geração dessa energia pois nosso plano é ter 100% de renováveis na empresa”, diz Noronha.

Para a primeira fase do projeto está prevista a geração de 500 empregos diretos e indiretos. Esse número não inclui pessoas na instalação da planta industrial. Segundo a Unigel, entre as aplicações do hidrogênio como matéria-prima estão a siderurgia e o refino de petróleo e combustível para veículos diversos, além do uso da amônia por navios graneleiros e porta-contêineres.

A empresa prevê ainda em seu portfólio o uso para fabricar fertilizantes e acrílicos.

“O Brasil, pelo seu potencial de geração de energia eólica e solar, tem uma grande oportunidade de ser referência no mundo em hidrogênio verde”, afirma Noronha.

Grande grupo químico e maior fabricante de fertilizantes nitrogenados do país, a Unigel teve receita líquida de R$ 8,5 bilhões em 2021. A expectativa é de resultados ainda mais fortes neste ano, pois a operação da Unigel Agro (duas fábricas) começou em meados de 2021. O grupo foi fundado pelo empresário Henri Slezynger, que preside o conselho de administração.

Fonte: Valor Econômico


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