A disponibilidade hídrica foi superada pela demanda, tornando-se um fator limitante na agricultura irrigada.
Esse estudo teve como objetivo geral apresentar um referencial teórico sobre o tema reúso de água para fins agrícolas. Isto se deve ao fato de que é necessário um conhecimento prévio do estado da arte referente ao assunto.
Para tanto foi realizada uma revisão sobre a agricultura irrigada, os efeitos no solo cultivado e sobre o desenvolvimento de culturas agrícolas, bem como dos aspectos de segurança para proteção dos grupos de risco. Uma alternativa à demanda crescente de água para irrigação é o reúso de esgoto doméstico tratado, através da disposição controlada no solo. A quantidade de macro e micronutrientes contidos nos efluentes pode diminuir ou eliminar o emprego de fertilizantes comerciais.
E esta adição de matéria orgânica age como um condicionador do solo, aumentando a sua capacidade de reter água. Dependendo das características dos esgotos, a prática da irrigação por longos períodos pode levar à acumulação de compostos tóxicos e ao aumento significativo de salinidade.
A inibição do crescimento das plantas pelo estresse salino pode ser consequência de efeitos osmóticos, provocando déficit hídrico e/ou de efeitos específicos de íons, que podem acarretar toxidez ou desequilíbrio nutricional.
A minimização da exposição humana à prática do reúso agrícola baseia-se em um conjunto de medidas mitigadoras, que devem ser implementadas pelas autoridades responsáveis pela operação e vigilância dos sistemas de reciclagem de água. Conclui-se que o uso de esgoto sanitário depende do manejo adequado da irrigação, do monitoramento das características do solo e da cultura.
Fonte: usp.br