Especialistas debatem sobre os modelos de parceria público-privados e tecnologias da regeneração da água que estão virando o jogo da expansão do saneamento no Brasil.
Com apenas 1% dos efluentes sendo reutilizados no Brasil, frente a 10% na Espanha, os especialistas destacaram o imenso potencial nacional. Assim também, o reuso, aliado à dessalinização, desponta como solução para garantir abastecimento populacional e continuidade de atividades industriais estratégicas, como a siderurgia e a produção de alimentos.
Casos como o Aquapolo em São Paulo e o projeto da CESAN no Espírito Santo mostram que é possível unir inovação tecnológica e viabilidade econômica. No Espírito Santo, por exemplo, uma parceria público-privada com a ArcelorMittal possibilitou a construção de uma estação de reuso sem aporte de recursos públicos. A indústria financia, recebe água a preço competitivo e a população ganha com o alívio na demanda por água potável.
O debate também apontou que o futuro do saneamento depende da diversificação da matriz hídrica e da regionalização do sistema. Além disso, o reuso não se limita à tecnologia: envolve modelo de negócios, legislação, planejamento público e engajamento social.
O desafio não é apenas técnico. Ainda há preconceitos e entraves políticos. Mas, como afirmaram os convidados, é urgente garantir água para o presente e o futuro. O reuso é uma ferramenta de adaptação às mudanças climáticas e de desenvolvimento sustentável — e precisa ser tratado como prioridade estratégica nacional.
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