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Participação do Brasil no mercado global de créditos de carbono pode chegar a US$ 120 bilhões

Créditos de carbono

Projeção consta em estudo do IPCC com WayCarbon, que também diz que, até 2030, país pode responder por 49% da demanda mundial de créditos de carbono

Mercado global de crédito de carbono

Créditos de carbonoO capítulo nacional da Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil) e a consultoria WayCarbon projetam que o Brasil pode chegar a atender 48,7% da demanda global de créditos de carbono e chegar a uma oferta capaz de atingir US$ 120 bilhões desses créditos até 2030.

O cálculo considera o preço de um cenário otimista de US$ 100 dólares por tonelada de CO², valor estipulado pela TSVCM (Taskforce on Scaling Voluntary Carbon Markets), versus a capacidade de atendimento do Brasil de 22,3% a 48,7% da demanda global por créditos do mercado voluntário, que ationgir entre 1,5 e 2 gigatoneladas de CO2e no final da década. Somente em 2021, o país foi responsável por 12% da oferta global de créditos de carbono ante 10% no ano anterior.

As estimativas fazem parte da publicação Oportunidades para o Brasil em Mercados de Carbono, elaborada pela empresa em parceria com o ICC. De acordo com a WayCarbon, o objetivo do estudo é atualizar o mercado sobre o desenvolvimento dessa pauta após COP-26 e, ao mesmo tempo, apresentar um dimensionamento do ecossistema nacional do segmento.

Para a realização do estudo, a WayCarbon ouviu diversos agentes desse mercado, de acordo com Laura Albuquerque, gerente-geral da empresa, não apenas para mapear a dimensão desse ecossistema, mas também para fornecer um panorama de seus principais atores, o estágio da maturidade do setor e os principais obstáculos ao seu desenvolvimento.

Nesse processo foram feitas entrevistas com 25 empresas que atuam como proponentes de projetos, financiadores, implementadores da atividade, desenvolvedores do projeto, fornecedores de tecnologia, comprador final, traders e brokers, auditor de terceira parte e comunidade local e beneficiários.

“Ainda existe falta de clareza no mercado de crédito de carbono”, afirma a gerente da Waycarbon, referindo-se às barreiras apontadas.

Para ela, a principal é a falta informação, que abarca a inexistência de transparência dos preços e dos tipos de contrato, pois não há centralização desses dados, que ficam restritos aos contratos negociados entre as partes.


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Créditos de carbono – Como pano de fundo desse cenário está a ausência de um mercado regulado no país, em que toda a demanda vem de compromissos assumidos por empresas e instituições financeiras de forma voluntária. Um marco regulatório, portanto, poderia oferecer diretrizes mais claras ao mercado. A falta de regulação, aliás, também foi um dos obstáculos apontados.

Outro entrave, é a baixa maturidade do mercado, de acordo com o apontado pelas entrevistas, segundo Albuquerque.

“Isso significa baixa qualificação da mão de obra para implementação de um projeto, o que acaba potencializando barreiras técnicas para a sua efetivação”, alega.

“A colaboração e o diálogo constante entre setor privado, setor público e sociedade civil é chave para elaboração de políticas públicas efetivas”, opina Gabriella Dorlhiac, diretora executiva da ICC Brasil.

Ela considera que os créditos de carbono são um mecanismo importante na transição para uma economia de baixo carbono, capaz de fomentar o desenvolvimento econômico, social e ambientalmente responsável.

“Esperamos que, assim como na edição passada, este estudo ofereça subsídios para negociadores, formuladores de políticas, comunidade empresarial e sociedade de forma ampla, não apenas em preparação à COP 27 e outros fóruns, mas para a ação climática de fato e cumprimento de nossa NDC [compromisso do país de reduzir 50% das emissões até 2030, tendo como base 2005]”.

Crédito de carbono – Nesse sentido, a publicação propõe medidas para contribuir para a evolução do mercado. Entre elas recomenda aos governos federal, estadual e municipal incentivarem e apoiarem fortemente o desenvolvimento de metodologias que considerem a realidade climática do país, por meio da destinação de verba para o desenvolvimento de estudos e capacitação do mercado.

As propostas incluem, ainda, a exortação ao setor privado para, entre ações, apoiar o desenvolvimento profissional e o aumento do conhecimento científico na área promovendo debates, cursos e seminários, bem como ampliar o esforço de redução e remoção das emissões de GEE investindo no desenvolvimento tecnológico e na inovação.

Fonte: valor-globo


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