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Lodo de esgoto sanitário é transformado em adubo orgânico para hortas e jardins

Resíduo do sistema de tratamento de esgoto de Atibaia (SP) se tornou matéria-prima para fertilizante destinado a pequenos produtores de hortaliças e plantas ornamentais

 

lodo

Imagem Ilustrativa

 

O lodo do esgoto sanitário de Atibaia (SP) está voltando para a natureza em forma de adubo para pequenas culturas no cinturão verde do seu entorno.

Todos os meses, cerca de 40 toneladas de lodo gerado na estação de tratamento da Atibaia Saneamento que eram destinadas ao aterro sanitário são enviadas para a Tera Ambiental, onde passam por um processo de decomposição para tornar-se útil à agricultura devido ao seu altíssimo teor de matéria orgânica.

“O entorno de Atibaia é um grande cinturão verde para a produção de hortaliças e frutas, formado basicamente por pequenos produtores. Todo esse insumo, uma vez gerado, vai diretamente para essa população, contribuindo com o meio ambiente e gerando impacto social”, afirma o diretor-geral da Atibaia Saneamento, Mateus Banaco.

Segundo ele, é fundamental reverter a má utilização dos aterros sanitários do país, que vive um esgotamento desse modelo de gestão de resíduos pela dificuldade de manejo e limite de capacidade.

Além disso, Banaco ressalta que o custo de manipular esse lodo para disponibilizá-lo no aterro é muito maior do que direcioná-lo para a reciclagem, sem falar nos riscos de transporte desse resíduo para lonas distâncias.

Fertilizantes

Há mais de 20 anos no mercado de fertilizantes, a Tera Ambiental recebe cerca de 7,5 mil toneladas de esgoto por mês para produção do insumo agrícola, dos quais 70% é de esgoto saniitário. Com esse resíduo, produz cerca de 3 mil toneladas de fertilizante orgânico classe B.

Em agosto do ano passado, a empresa viu uma nova oportunidade se abrir no mercado agrícola, quando houve a revisão da instrução normativa 61/2020, do Ministério da Agricultura. A partir disso, o fertilizante feito a partir de lodo passou a não ter mais nenhuma restrição e ser permitido na produção de hortaliças, flores e plantas ornamentais.

De acordo com Fernando Carvalho, responsável técnico pela produção de fertilizante da Tera Ambiental, embora o grande volume de vendas seja para culturas de cana, citros e café no Estado de São Paulo, a revisão da legislação diversificou a carteira de clientes do negócio.

“Até agosto, a gente não comercializava para hortaliças, agora temos uma carteira grande e também cresceu muito a venda para áreas de parques e jardins”, destaca.


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É o caso do agricultor Helton Komura, que produz flores e morango de vaso em Atibaia para comercializar na Ceagesp, em São Paulo. O fertilizante fabricado com o resíduo sanitário garantiu mais qualidade na adubação e manejo da sua produção.

“Antes, a gente usava o esterco de gado ou cavalo, e uma das vantagens de cara é que, enquanto o esterco de gado vem com muitas ervas daninhas no meio, esse composto vem livre. O custo-benefício é muito bom. Ele (fertilizante do lodo) é mais caro, mas como a dosagem para utilizar é menor, fica mais parecido” Helton Komura, agricultor.

Compostagem

O processo de produção do fertilizante a partir do lodo sanitário começa pela compostagem. Inicialmente, o logo é misturado a cavaco de matéria bruta (tora de eucalipto triturada), uma fonte de carbono que ajuda no processo.

Os próprios microrganismos presentes no lodo se multiplicam para degradar esse eucalipto, gerando calor. A temperatura chega a 65 graus e perdura por mais de 60 dias, o que leva à morte de todos os microrganismos capazes de causar doenças (patogênicos). Esses microrganismos são controlados através de valores de patogenicidade.

O processo que aumenta e temperatura serve para, além de higienizar o produto final, eliminar o excedente de água que vai de 80% de teor de umidade para 35%. Assim, o material final é estabilizado, farelado e fica com pouco potencial de odores, além de ser reduzido o teor de atividade de vetores.

Fonte: Globo Rural.


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