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Infraestrutura verde, a próxima geração de projetos
Tags: Água Potável, Águas de chuva, bacias hidrográficas, estação de tratamento de água, Infraestrutura verde, Mudanças climáticas, ODS, projetos,
Iniciativas deverão utilizar sistemas naturais capazes de prover necessidades urbanas, como captar, conduzir e filtrar águas de chuva
Uma nova geração de projetos de infraestrutura é necessária para que sejam atingidos objetivos do desenvolvimento sustentável, como segurança no fornecimento de água potável, redução dos riscos de desastres, eliminação da pobreza e resiliência às mudanças climáticas.
Essa nova geração de projetos de infraestrutura verde deverá utilizar, de forma integrada à infraestrutura convencional, sistemas naturais capazes de prover necessidades urbanas, como captar, conduzir e filtrar águas de chuva, originar habitat para a vida animal, criar sombra e refrescar ruas e edifícios, reduzir emissões de dióxido de carbono, entre outras tantas possibilidades.
Em função da falta de procedimentos claros para efetuar essa importante integração da infraestrutura verde com o ambiente construído pelo homem, obtendo melhores serviços, menores custos e benefícios ao meio ambiente, o Banco Mundial publicou relatório mostrando como essa nova geração de projetos pode explorar, da melhor forma, a conexão entre esses sistemas.
Relatório do Banco Mundial
O relatório propõe que a infraestrutura verde seja avaliada em pé de igualdade com a infraestrutura cinza (convencional), considerando também suas características, os riscos associados e as oportunidades.
Essa avaliação deve considerar dimensões técnicas, sociais e econômico-financeiras.
A identificação das oportunidades para aperfeiçoar a infraestrutura cinza existente com a adição de sistemas naturais nem sempre é muito óbvia no contexto normal de planejamento.
Na busca por essa identificação, planejadores devem estar cientes das potencialidades da infraestrutura verde.
Entre outras, complementar a capacidade da infraestrutura convencional, melhorando seu desempenho, e aprimorar a operação das estruturas convencionais atuando como sistema de redundância.
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Em termos de projetos, contudo, é interessante perceber a importância e as nuances dessa integração. Os modelos de engenharia relativos à infraestrutura cinza tendem a ser determinísticos, enquanto os modelos utilizados para avaliar a infraestrutura verde são mais probabilísticos.
A dimensão social dessa integração de projetos está relacionada às difíceis decisões que, por vezes, devem ser tomadas em relação a comunidades locais, uso da terra, meios de subsistência e até modo de vida.
Muitas vezes, as comunidades assumem papéis centrais no sucesso da operação do projeto.
Administração comunitária
A resiliência dos projetos, no que diz respeito a riscos ambientais e sociais, também depende, frequentemente, do conhecimento local e da administração comunitária. Isso aumenta a necessidade de esforços para garantir que a adesão da comunidade seja perene e que ela seja capacitada para assumir tais funções.
Entretanto, mesmo em menor escala, a infraestrutura verde não é imune aos impactos sociais negativos, frequentemente associados a projetos de infraestrutura convencional.
Portanto, é fundamental que sejam compreendidos os impactos diretos e indiretos do projeto em relação às comunidades, e elaboradas alternativas que possam mitigar e compensar eventuais efeitos negativos, a fim de salvaguardar o sucesso do projeto.
A dimensão econômica é outro aspecto de suma relevância no processo. A análise de custo-benefício irá determinar a melhor tecnologia e os modelos para integração dos projetos de infraestrutura convencional e verdes.
Como exemplo, uma estação de tratamento de água potável deve produzir um efluente que atenda a determinados padrões.
Uma cuidadosa análise de custo-benefício poderá avaliar a melhor relação entre necessidades tecnológicas para tratamento da água e a diminuição dos poluentes, por meio da correta administração das bacias hidrográficas contribuintes.
Cada vez mais, a integração da infraestrutura verde com a convencional demonstra ser a nova geração de projetos, que nos permitirão atingir os objetivos do desenvolvimento sustentável.
Fonte: Folha de São Paulo.
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